Febraban Tech 2024 Febraban Tech 2024
multicloud hibrida Da esquerda para a direita: Diuliana França, Suzan Barreto, César Lima Piau e Cristina de Luca (Foto: Divulgação – Febraban Tech)

Empresas melhoram resultados com uso de multicloud híbrida

3 minutos de leitura

Explorar os diferenciais de funcionalidades e custos dos provedores implica novas abordagens de gerenciamento e tomada de decisão



Por Redação em 27/06/2024

Mais do que alternativas de infraestrutura com disponibilidade imediata e gastos escalonados, as nuvens hoje são aceleradoras da adoção de tecnologias emergentes e espaço para os projetos inovadores. Apesar das similaridades nos serviços básicos e na proposta de valor, os provedores competem fortemente no desenvolvimento de funcionalidades nativas, com recursos como IA prontos para se plugar às aplicações, assim como apresentam diferentes modelos de precificação e condições de gerenciamento. Este foi o contexto discutido no painel Multicloud híbrida, a aceleração da inovação e a busca de talentos, na Febraban Tech 2024.

Suzan Barreto, sócia líder de Data & Analytics, Cloud e Arquitetura da PwC, mencionou uma pesquisa da consultoria que revela que, embora 78% das companhias já tenham estratégias de cloud, apenas 10% alcançam os objetivos estratégicos. “Mesmo que a empresa migre, reescreva ou defina que as aplicações serão nativas da cloud, os benefícios não acontecem plenamente apenas com a adoção da plataforma tecnológica. A multicloud híbrida é uma estratégia para se obter o melhor conforme o perfil de cada aplicação e ou linha de negócio. Há situações em que a melhor alternativa é usar nuvens públicas, outras direcionam para nuvens privadas ou estrutura on premise, e há ainda casos em que serviços gerenciados são a melhor opção”, enumerou.

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Suzan Barreto, sócia líder de Data & Analytics, Cloud e Arquitetura da PwC (Foto: Divulgação – Febraban Tech)

Cesar Lima Piau, gerente-executivo da Caixa Econômica Federal, lembrou que o uso de serviços em nuvem se intensificou diante da emergência da pandemia. “Foi o maior caso de bancarização em massa. Em pouco tempo, tivemos que atender a dezenas de milhões de pessoas, revisar os canais (inclusive para suportar celulares de baixo custo) e proteger o ambiente em um momento em que estouraram as tentativas de fraude. A quantidade de recursos necessários era enorme e dificilmente conseguiríamos resolver com a estrutura on premise. Só a parte de segurança, de prevenção a DDoS e ataques a aplicações, nos consumiria tempo e foram implementadas muito rápido na nuvem”, descreveu.

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Cesar Lima Piau, gerente-executivo da Caixa Econômica Federal (Foto: Divulgação – Febraban Tech)

O executivo da Caixa contou que após a pandemia se intensificou uma abordagem de uso estratégico dos serviços de múltiplas nuvens. “As nuvens proporcionam acesso a tecnologias emergentes, que permitem maximizar os resultados com a base de clientes. À medida que precisamos cada vez mais trabalhar com dados, analytics e IA, vemos qual provedor atende melhor a cada iniciativa”, explica.

Múltiplas premissas nas escolhas na multicloud híbrida

Diuliana França, diretora de serviços cloud da Embratel, explicou que as motivações para adoção de nuvem variam, desde os clientes que buscam alternativas de infraestrutura ao que já têm estratégias para aproveitar serviços nativos de cada provedor. “Temos projetos de sites de contingência implementados de forma muito simplificada, assim como de contratação durante a migração de datacenters on premise. Há também companhias que usam a nuvem para experimentar tecnologias emergentes, como IA, sem a complexidade e os riscos de construir uma infraestrutura própria. Um caso de uso típico é usar os dados do datacenter corporativo e testar as aplicações de IA na nuvem”, exemplifica.

Diuliana França, diretora de serviços cloud da Embratel (Foto: Divulgação – Febraban Tech)

Todavia, a diretora da Embratel salientou que as organizações mais avançadas na estratégia de multicloud exploram os diferenciais dos provedores em funcionalidades nativas e outros fatores, como o modelo de custos para cada serviço. Além disso, os critérios de gerenciamento, governança e gestão financeira ganham cada vez mais peso. “A cloud já traz as certificações de segurança e compliance”, mencionou. Ela também advertiu que o uso de plataformas de automação tem sido essencial para lidar com a complexidade do novo ambiente, em que as aplicações e os dados se distribuem em múltiplas estruturas virtuais.

“Para dizer que tem multicloud, basta contratar dos provedores. Mas na multicloud híbrida temos aplicações que transitam entre várias nuvens”, definiu o representante da Caixa. Ele destacou que a agilidade obtida com a multicloud híbrida veio junto a uma maior visibilidade sobre investimentos e retorno. “Os custos de cada serviço aparecem de forma muito evidente para as áreas de negócio”, disse.

A diretora da Embratel observou que os provedores devem oferecer condições para que as várias áreas das organização tenham visibilidade e base para decisões relacionadas a FinOps (alinhamento entre operações e financeiro). “A responsabilidade não pode ficar apenas com as áreas de TI ou financeira”, resumiu. Nesse contexto, o profissional ou o time que gerencia a multicloud híbrida precisa de uma interlocução transversal com áreas como produto, relacionamento e outras linhas de negócio.



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