Um estudo realizado pela Kaspersky, intitulado: “The portrait of the modern Information Security Professional“, revelou que pelo menos 43% das empresas latinoamericanas precisam de mais de seis meses para preencher suas vagas com profissionais qualificados em cibersegurança. Mais precisamente, de seis a nove meses. Entre os maiores desafios dos gestores do setor ainda está a falta de experiência. De acordo com a pesquisa, pelo menos 57% das empresas apontaram o assunto como principal desafio do setor, juntamente com custos de contratação (52%) e a rápida evolução tecnológica do setor, cerca de 42%.
A pesquisa faz um raio-x do mercado de trabalho em cibersegurança e analisa com precisão os motivos pelos quais a falta de especialistas no setor ainda é grande. Outra nuance do estudo está relacionada às características das empresas que buscam esses profissionais. Cerca de 48% das instituições na América Latina declaram que sofrem com a falta de pessoal qualificado no setor de segurança digital.
Segundo Claudio Martinelli, diretor-geral da Kaspersky para Américas, a razão para essa escassez está na falta de formação acadêmica para esses profissionais na América Latina. “Há poucos cursos universitários e eles não são suficientes para atender à demanda. E poucos profissionais podem recorrer à oferta de capacitação externa, pela barreira do idioma”, disse ele. “Acredito que este contexto está alinhado com o resultado da nossa pesquisa, uma vez que a América Latina está acima da média global no déficit de profissionais”, afirmou.
Falta de experiência em cibersegurança
De acordo com o estudo, para 36% das empresas seria necessário de quatro a seis meses para encontrar um profissional que ocupe um cargo mediano no setor. Outros 24% afirmaram que necessitam de seis a nove meses para ocupar essas vagas. Já 27% das empresas levam entre seis e nove meses para contratar profissionais para funções mais seniores, enquanto 30% afirmam que chegam a levar mais de um ano para contratar profissionais com experiência em cibersegurança.
Por outro lado, nas posições iniciantes, pelo menos 30% dos casos têm vagas preenchidas em até três meses, 28% entre quatro e seis meses e 24% entre seis e nove meses.
A falta de experiência em cibersegurança pode trazer riscos para as empresas, uma vez que as tornam mais vulneráveis aos ciberataques.
Segundo o estudo, outro desafio do setor é a contratação de profissionais de segurança da informação com as devidas qualificações correspondentes à função. Cerca de 56% das empresas apontaram a existência de discrepância entre a certificação e a experiência dos candidatos às vagas.
“Hoje, a demanda de profissionais, de acordo com os resultados, se concentra em três especializações: analista de segurança da informação, Threat Intelligence e investigação de malware. Por outro lado, áreas como Security Assessment, SOC e Network Security aparecem com baixa escassez. Na minha opinião, esses dados mostram a falta de conhecimento do mercado sobre a necessidade desses profissionais – o que significa que essa lacuna será sentida no futuro”, justificou Martinelli.