A Praia do Futuro, na capital cearense, é um ponto essencial para o mercado de telecomunicações e TI (TIC) no Brasil, pois é nela que chegam e dela que partem vários cabos submarinos. A construção de uma usina de dessalinização na região, porém, preocupava todo o setor. Agora, a ameaça foi eliminada com um acordo costurado entre os governos Federal e do Ceará, além do Ministério das Comunicações e da Anatel, a agência reguladora de telecomunicações.
De acordo com o site Telesíntese, a negociação política envolveu a mudança do local onde seria construída a usina. O deslocamento de 560 metros da área inicialmente prevista coloca, também, a infraestrutura complementar da instalação mais distante, incluindo pontos de captação e emissão de água. Em resumo, não haverá cruzamento entre os dois tipos de infraestrutura, preservando a segurança dos cabos submarinos.
Outra iniciativa seria a criação de um plano de atração de investimentos em data centers na capital nordestina. A articulação ocorre no Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência da República, órgão responsável por infraestruturas críticas no Brasil.
Zonas de proteção
A zona de proteção no país segue o exemplo de outras nações, como Nova Zelândia e Austrália, que defendem a preservação de áreas onde estão infraestruturas críticas. No Brasil, a zona de proteção desse tipo poderá ser estendida a outras duas cidades: Rio de Janeiro (RJ) e Praia Grande (SP).
Tecnicamente, a decisão está baseada no que estabelece o Comitê Internacional de Proteção de Cabos Submarinos (ICPC). Entre os detalhes das normas estão uma distância de proteção de 75 a 500 metros em águas rasas. No caso de águas profundas, o distanciamento precisa ser superior a 500 metros ou o correspondente a duas vezes a profundidade do cabo e de outras estruturas.
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