mentalidade 5G

Mais do que tecnologia, 5G tem de ser uma nova mentalidade, defende executiva

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Andrea Faustino, vice-presidente de Soluções Digitais da Ericsson para o Cone Sul, argumenta que o mindset do consumidor tem demandado novos formatos, e não apenas mais conectividade



Por Redação em 08/12/2022

O 5G vem sendo tratado como uma nova tecnologia, cujos destaques incluem o aumento da velocidade de transmissão de dados e a redução drástica da latência. No entanto, não são esses aspectos que têm pautado as operadoras pioneiras na implantação da quinta geração de telefonia móvel. O que aparece com destaque é a quinta geração como modelo de negócio e mudança de mentalidade. Ou seja: a mentalidade 5G. É o que avalia Andrea Faustino, vice-presidente de Soluções Digitais da Ericsson para o Cone Sul, que abriu o evento 5G em ação no Brasil, realizado no final de novembro em São Paulo pelo jornal O Estado de São Paulo e com patrocínio da fabricante sueca e da Embratel. “É necessário ter formas de monetização, criando um novo ecossistema e com aumento da receita média por usuário (ARPU)”, segundo a executiva. “A cobertura é importante, mas o que tem “drivado” o processo é o mindset do consumidor, razão pela qual deve-se pensar em novos formatos e não na aplicação do modelo tradicional de assinatura”, argumenta. Ela destaca que é necessário trazer players novos para que essa mudança de mentalidade aconteça, pois os parceiros são quem incrementam o ecossistema. 

Operadoras enablers têm mentalidade 5G

A avaliação da executiva está baseada na experiência global da Ericsson como parceira de ativação de redes. Andrea destaca ainda os ganhos das operadoras que se veem como viabilizadoras de serviços (enablers) com o 5G. Para esse grupo de pioneiros – ou pacesetters, como são conhecidos internacionalmente – a receita média por assinante (ARPU) é duas vezes maior do que outras operadoras que também têm adotado a tecnologia. E mais: o crescimento do ARPU pode ter atingido 12,7% a mais para algumas delas entre o primeiro trimestre de 2020 e o segundo trimestre de 2021.

Os dados da Ericsson mostram ainda que os pioneiros bem-sucedidos se beneficiam de um NPS (net promoter score) 4,9% superior ao resto do mercado. O NPS é o indicador entendido como a pontuação das chances de recomendação de uma companhia por parte de seus clientes. 

Os pacesetters também têm 50% a mais de consumidores que estão procurando por um upgrade de serviços 5G em relação aos outros provedores que também detêm a tecnologia. Isso mostra que os pioneiros estão focados em ser habilitadores de serviços, e não somente de tecnologias. 

Mais do que falar do mercado global, Andrea também trouxe dados sobre o Brasil, inclusive sobre o fato de que seis, em cada 10 usuários móveis no país, querem recursos sob medida para necessidades específicas de planos 5G. 

5G deve “bombar” em 2023

Ela também apontou que 24% dos usuários de telefonia móvel já têm um dispositivo pronto para as novas redes e que 32% dos usuários do 5G nas principais cidades onde existe a tecnologia, já percebem que estão conectados nessa rede por mais da metade do tempo. 

Ainda mais positivas são outras métricas apontadas pela executiva. A primeira delas é que 70% dos usuários no Brasil devem fazer upgrade para o 5G em 2023, apesar do crescimento da inflação. E cerca de 50 milhões indicam que devem ter planos de 5G no ano que vem.  

Mundialmente, a expansão do 5G também pode ser traduzida em números, a começar pelo total de assinaturas: 5 bilhões daqui a cinco anos. O consumo médio de dados até 2028 será de 19 GB por mês por smartphone e 80% do tráfego global deverá ser de vídeos. 

O impulsionamento impactará ainda em outra tecnologia: o acesso sem fio fixo (FWA), para o qual se espera um forte crescimento, chegando a 300 milhões de conexões daqui a cinco anos, de acordo com o Ericsson Mobility Report, lançado recentemente, em novembro deste ano. 

“Há uma tendência grande de os usuários 5G passarem a adotar ofertas não relacionadas à conectividade. Ou seja, pagar algo que não é assinatura tradicional”, reforça Andrea. Os novos modelos incluiriam cobranças múltiplas e diversificadas, contando aquelas por dispositivos ou tipo de uso de dados. Para ela, o movimento deve acompanhar o que os pacesetters estão fazendo e um exemplo básico estaria na tecnologia que a Ericsson oferece: um aplicativo que funciona como um botão indicando o que o usuário quer em termos de serviços. 

“O assinante usa o botão do aplicativo para indicar o que ele quer. Pode ser a assinatura básica ou outro modo em que ele precise de uma latência maior, ou velocidade, perfil premium, etc”, explica. “A rede entrega a capacidade e o usuário tem a  percepção clara de que está no controle”, completa. Para Andrea, esse é um exemplo que traduz a mentalidade do 5G, que pode ter vários perfis de consumo usando o mesmo aparelho e a partir da mesma infraestrutura. “A rede passa a ser vista como flexível e orientada a serviços, e não uma infraestrutura que entrega capacidade”, finaliza.



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