Principais destaques:
- Blockchain é formado por uma rede de computadores interligados;
- Tecnologia descentraliza os dados, aumentando a segurança da informação;
- Além do bitcoin, setor financeiro, indústria alimentícia e hospitais podem se beneficiar com tecnologia.
O termo blockchain ainda pode gerar um pouco de confusão quanto ao seu conceito. Afinal, como podemos definir esta tecnologia que está por trás do bitcoin? O site da revista Wired resume de forma bem didática: “são dados digitais que você pode confiar”, como mostra o vídeo produzido por eles:
O que é blockchain?
Quando um arquivo é criado, ele pode ser copiado e modificado por qualquer pessoa. “O blockchain dificulta que um arquivo seja usado de maneira errada”, explica Robbie Gonzalez, redator sênior da Wired, no vídeo.
Isso porque o blockchain é formado por uma rede de computadores interligados. São as pessoas dessa rede que irão validar todas as transações a partir de regras pré-estabelecidas. Esse processo gera registros que são criptografados e organizados em blocos.
Esses blocos são ligados a uma cadeia de outros blocos, que agrupa também transações feitas em outro momento. Ou seja, a ideia é que esses dados sejam desmembrados em diversos blocos, dificultando o roubo, alteração e fraude das informações.
“Quando você faz uma transação bancária, você troca dados com o banco e é ele que detém toda a informação. Se alguém invadir o sistema e expuser suas informações, o banco é responsável por isso. Com o blockchain, a informação não é armazenada pela instituição, mas sim por inúmeras pessoas e elementos tornando mais difícil um ataque”, exemplifica o doutor em Engenharia Elétrica e coordenador dos cursos de Engenharia da FIAP, John Paul Hempel Lima.
Os diversos usos do blockchain
O blockchain permite criar um espaço seguro para que as empresas consigam compartilhar dados e até mesmo promover a colaboração entre concorrentes para criar soluções e tecnologias universais. Com isso, instituições financeiras poderiam, por exemplo, realizar transações mais ágeis, transparentes e baratas.
A indústria alimentícia tem usado a tecnologia para monitorar a cadeia de suprimentos e garantir um controle da produção – por exemplo, a real procedência de uma determinada matéria-prima. Já as empresas do setor da saúde conseguem armazenar os registros médicos de pacientes e garantir o acesso somente de pessoas autorizadas.
Em Gana, mostra uma reportagem da revista norte-americana Time, uma empresa chegou a desenvolver uma solução com base em blockchain para evitar fraudes em contratos de posse de terras. A ideia foi criar um registro virtual de propriedades após reconhecê-las com o uso da tecnologia, imagens de satélite e coordenadas de GPS.
Por fim, o blockchain pode vir a ser um aliado para garantir a segurança em votações. Alguns testes já foram realizados nos Estados Unidos e na Suíça, com votos sendo registrados nos smartphones de alguns cidadãos.
Em setembro de 2018, o Japão foi mais um país que experimentou a solução em um pleito, como mostra o site Canal Tech.
Moradores da cidade de Tsukuba puderam opinar em “projetos de contribuição social” a partir de um sistema de voto on-line que utilizou os dados de um cadastro nacional japonês (semelhante ao nosso CPF) e o blockchain. O prefeito da cidade gostou dos resultados, mas a votação on-line não foi um completo sucesso, uma vez que muitos eleitores esqueceram a senha que garantia uma segunda camada de segurança e, assim, não conseguiram registrar os seus votos.