O que é uma estratégia cloud first e por que adotá-la

O que é uma estratégia cloud first e por que adotá-la

5 minutos de leitura

Adotar o conceito de nuvem desde a concepção do projeto pode trazer ganhos financeiras e eficiência operacional



Por Redação em 04/08/2020

Adotar o conceito de nuvem desde a concepção do projeto pode trazer ganhos financeiras e eficiência operacional para a empresa.

Você sabe os benefícios de adotar uma estratégia cloud first? Muitas empresas já entendem a importância de investir na computação em nuvem e, apesar de a infraestrutura ser o principal motivo de adoção da tecnologia, agora elas olham para as aplicações.

Tanto que um relatório da consultoria Gartner prevê que a pandemia da COVID-19 irá impulsionar o crescimento de Software as a Service (SaaS) de US$ 102 bilhões (2019) para US$ 104 bilhões (2020). A expectativa é que este modelo de nuvem atinja US$ 140 bilhões até 2022.

Em um cenário que muitos sistemas, serviços e aplicações estão disponibilizados na nuvem, desenvolver esses projetos a partir uma estratégia cloud first vai trazer eficiência operacional, ganhos financeiros e redução de custos.

Mas, como aproveitar melhor essa estratégia? Esse foi o tema da Maratona Soluções Digitais, série de lives realizada pela Embratel, da última semana nos canais da companhia no LinkedIn e no YouTube. Acompanhe a data dos próximos encontros aqui.

Para falar sobre a nuvem desde a concepção do projeto, Gustavo Villa, gerente de portfólio cloud da Embratel e mediador do encontro, convidou Kemel Maluf, gerente de produtos da Embratel, e Felipe Odony, desenvolvedor sênior da Gamesys, empresa de software e jogos on-line.

Para falar sobre a nuvem desde a concepção do projeto, Gustavo Villa, gerente de portfólio cloud da Embratel e mediador do encontro, convidou Kemel Maluf, gerente de produtos da Embratel, e Felipe Odony, desenvolvedor sênior da Gamesys, empresa de software e jogos on-line.

Abaixo, Mundo + Tech resume os principais destaques do encontro. Confira.

O otimismo na adoção da computação em nuvem

Villa abriu o evento falando sobre o contexto mundial da computação em nuvem. O especialista citou um outro estudo da Gartner, que destaca um faturamento de US$ 331 bilhões até 2022 do mercado global de nuvem.

“Muito desse faturamento é puxado em parte pelas aplicações. A infraestrutura [na nuvem] tem apresentado crescimento, mas o [aumento da adoção de] software [as a Service] tem sido impulsionado pela maturidade das empresas em entender o que a nuvem de fato é”, comentou.

O gerente de portfólio cloud se disse otimista quanto à maior adoção da tecnologia por parte das empresas. “Ela tem aumentado porque as companhias têm sentido a pressão de, a todo instante, acelerar o lançamento de seus projetos.”

O conceito de uma estratégia cloud first

Kemel foi o responsável em explicar o que é uma estratégia cloud first. Como o gerente da Embratel destacou:

“Como o próprio nome diz, [cloud first] é adotar o mindset de ter a nuvem como o principal ambiente em que a aplicação será hospedada.”

Porém, como ele mesmo ressaltou, o conceito vem mudando ao longo dos anos devido à evolução da computação em nuvem. No entanto, os três principais benefícios, que as empresas esperam com a tecnologia, continuam exatamente iguais. São elas:

  • Maior facilidade de gerenciar uma aplicação.
  • Possibilidade de escalar a aplicação facilmente.
  • Disponibilidade maior da aplicação.

Mas, qual foi a alteração que o conceito sofreu nos últimos anos? A de que a aplicação não precisa ser necessariamente “nativa” do ambiente cloud.

Uma estratégia em nuvem vai permitir a adoção de processos e ferramentas alocadas em um ambiente cloud. “Mesmo que a sua aplicação não vá ser hospedada em uma nuvem, o fato de você adotar esses processos e ferramentas vai facilitar a gestão, a escalabilidade e disponibilidade dessa aplicação

A aplicação da empresa pode não estar hospedada em uma nuvem, mas ao adotar os processos e ferramentas em nuvem isso facilita essas características de inovação”, contou.

Vamos a um exemplo. Imagine que uma empresa precise criar uma nova ferramenta de gerenciamento de tempo de seus funcionários e tenha decidido que ela será hospedada em seu data center privado (por ser algo interno e que não pede muito poder computacional para rodar).

Essa aplicação não ficará hospedada na nuvem, mas pode usar ferramentas e processos que estão nesse ambiente, agilizando o seu desenvolvimento. Um ponto positivo para a inovação.

Cloud first x Cloud only

Com o conceito de cloud first explicado no tópico anterior, pode ser que surja a dúvida: é o mesmo que cloud only? Não, quando toda a infraestrutura e aplicações estão na nuvem, uma empresa pode perder o controle dos gastos.

A diferença entre esses dois conceitos é que alocar tudo na nuvem pode ser um “mandato”, enquanto cloud first é uma rotina. Aqui, vale destacar que, dependendo do segmento de uma companhia, ela ainda vai precisar de um hardware ou software on premise (como um data center).

A Gamesys é um exemplo de uma empresa com a mentalidade de cloud first. A empresa de jogos on-line nasceu em um momento em que não existia o conceito de cloud, e por isso conta com data centers próprios. “Mas, mesmo assim, nada impede de a gente transformar nossos data centers em clouds privadas”, explicou Felipe Odony.

Segundo ele, a empresa que atua em vários países do mundo precisou passar por um processo de mudança profundo para poder ter uma estratégia cloud first. “Adotamos a nuvem, mas foi de forma mecânica. Era mais como um ambiente de virtualização, não era uma nuvem, era um ambiente muito grande e caro”, disse no webinar.

O convidado explicou que os times de desenvolvedores e operadores perceberam que a utilização da nuvem não era eficaz. “Por sorte, essa transformação para o cloud first veio da gerência. Isso faz você se sentir mais seguro.”

Antes da nuvem, os colaboradores — espalhados ao redor do mundo — estavam presos em uma infraestrutura engessada para entregar as aplicações. “A comunicação tinha muito ruído e existia muita burocracia para colocar um sistema no ar”, contou.

Hoje, as equipes conseguem acessar os ambientes de produção e banco de dados de forma segura e mais prática, garante o desenvolvedor.

E a segurança?

Existe esse mito de que a nuvem não é segura. “Mas as existentes hoje no mercado já te entregam uma grande quantidade de ferramentas que simplifica a configuração de questões de segurança, de acesso – o que acessou, quando foi o acesso e o que fez nesse acesso”, afirmou Felipe.

Por sinal, já fez nosso quiz de mitos e verdades sobre a computação em nuvem? Clique no banner abaixo e descubra o quanto você sabe da tecnologia.


Nuvem é ter alta disponibilidade?

A alta disponibilidade da nuvem é algo que vai mais depender da característica do seu negócio — ou seja do que ele exige — do que algo “mandatório” da tecnologia.

“Na minha visão, ainda é preciso alguma maturidade para entender o que a cloud faz e automatiza por conta própria — e você deixa de se preocupar — e aquelas coisas que ela coloca a sua disposição”, disse Villas.

A alta disponibilidade estaria, então, neste segundo grupo. Segundo o especialista, será a regra do seu negócio quem irá demandar por uma característica que o ambiente tem, mas que não necessariamente será usado de maneira automática.

“É como você andar em um carro. Você tem o freio, mas se você não pisar nele, o veículo não vai parar. Isso é a nuvem, apesar do recurso existir, não quer dizer que ele está ativo ou sendo utilizado”, explicou.

Maratona Soluções Digitais da Embratel

A Maratona Soluções Digitais da Embratel continua até o início de setembro. Os encontros acontecem nos perfis da Embratel no LinkedIn e YouTube. Confira a programação completa aqui. Abaixo, você confere como foi o debate sobre uma estratégia cloud first.



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