Multa é a maior registrada por quebra de privacidade dos usuários. Rede social terá de modificar também a sua estrutura corporativa.
O Facebook foi condenado a uma multa de US$ 5 bilhões (R$ 18,8 bilhões) por violar a privacidade dos usuários e por não cumprir uma ordem emitida em 2012 da Federal Trade Commission (FTC), autarquia do governo dos Estados Unidos responsável por fiscalizar a segurança dos dados.
O Facebook reúne os dados de 2,2 bilhões de usuários.
A multa, a maior já registrada em casos de vazamento de dados, foi confirmada no último dia 24 de julho e será paga à FTC. A sanção bilionária é apenas uma parte do acordo anunciado na última semana.
Além da multa, a autarquia exige que o Facebook faça mudanças na estrutura corporativa da empresa. Segundo reportagem do Washington Post, a rede social terá de criar um comitê independente dentro do seu conselho de administração que será responsável por supervisionar as questões envolvendo a privacidade.
Esse conselho, ao lado do CEO do Facebook, Mark Zuckerberg, terá de enviar relatórios trimestrais para mostrar que o acordo está sendo cumprido.
A decisão da FTC acontece após os inúmeros escândalos de vazamento de dados envolvendo o Facebook, como o da Cambridge Analytica. Para a entidade, a empresa enganava os usuários sobre o controle de privacidade dentro da rede social e permitia o uso de dados por terceiros.
O que mais o Facebook terá de fazer?
Como já falamos, o acordo não fica somente na multa e na reestruturação corporativa. Como explica o site The Verge, a empresa terá de cumprir outras obrigações — alguma delas também dizem respeito às instituições que usam os dados da rede social. Como por exemplo:
- O número do telefone que os usuários cadastravam para aumentar a segurança não poderá mais ser usado para fins publicitários;
- A rede social terá de realizar análises de privacidade a cada novo serviço ou produto que venha a ser desenvolvido;
- O Facebook terá de solicitar o propósito e o certificado de uso de aplicações que queiram pegar os dados dos usuários cadastrados.
Isso pode impactar diretamente as empresas que têm os dados como core business, já que, na teoria, o Facebook só deve liberar essa base de usuários se as companhias estiverem em alinhadas aos termos de privacidade da rede social.
Confira outros destaques da semana
- Austrália cria órgão para fiscalizar algoritmos do Facebook e Google. Segundo publicação do site Venturebeat, a entidade quer entender como empresas utilizam dados dos usuários para publicidade. Leia aqui (em inglês).
- Onde a Inteligência Artificial pode ser aplicada? Artigo do site CIO mostra os usos mais populares da tecnologia dentro das empresas. Leia aqui.
- Executivos C-Level conseguem liderar a transformação digital sozinhos ou precisam de equipe? Entenda mais sobre o papel de líderes digitais na inovação de uma empresa em um artigo do site CIO. Leia aqui (em inglês).
- Por sinal, o Mundo + Tech trouxe uma explicação dos cargos C-Level mais quentes e que estão em alta na transformação digital. Leia aqui.
- Dados anonimizados não são tão anônimos assim, segundo pesquisadores do Imperial College London. Um artigo publicado pelo time mostrou que é possível reverter dados quebrados e identificar seus donos apenas com uso de Machine Learning. Leia aqui.