As empresas de telecom em todo o mundo vêm sofrendo pressões relacionadas ao consumo excessivo de energia para manter seus sistemas em operação. Entre os desafios do setor, que precisa buscar a otimização energética, estão a complexidade da rede, a falta de ferramentas avançadas de monitoramento e ações de governança sobre o uso de energia.
De acordo com a McKinsey & Company, o aumento do preço da energia atingiu duramente o setor de telecom, agravando ainda mais a questão do uso de eletricidade na construção de redes, no crescimento do tráfego e na transição em curso de novas tecnologias.
“Os gastos com energia já eram um fator significativo para os operadores de telecomunicações, representando até 5% das receitas, antes dos recentes aumentos de preços. Nos últimos anos, porém, os grandes operadores viram esse custo ultrapassar o crescimento das vendas em mais de 50%”, declarou a consultoria.
Apesar disso, segundo a consultoria, mesmo diante das metas globais de descarbonização, as respostas dos operadores ao aumento dos custos relacionados com a energia são justificadas por limitações operacionais e organizacionais.
De qualquer forma, a indústria se comprometeu a atingir emissões líquidas zero até 2050, apesar de contar com projetos que prometem neutralizar as emissões até 2025. Combater a pegada de carbono associada à operação da rede no setor de telecom será fundamental para atingir essa meta. Atualmente, as empresas de telecom são responsáveis pela produção de pelo menos 2% das emissões globais de CO2.
Otimização energética
De acordo com o divulgado pela McKinsey & Company, as empresas de telecom podem apostar na combinação de análises com aquisições e mudanças tecnológicas, para garantir a economia de energia, mas para isso, devem adotar as estratégias e abordagens corretas.
Uma pesquisa do grupo mostra que as empresas do setor podem obter economia de 15 a 30% nos custos de energia usando uma abordagem holística (combinação entre soluções tecnológicas com otimização de locais e equipamentos, por exemplo).
Pressão global
O Banco Mundial acredita que os preços das matérias-primas não devem ficar abaixo dos níveis anteriores a 2022 no próximo ano. Ou seja, não há perspectiva de redução de custos de energia.
Por outro lado, os operadores de telecom apontam crescimento do tráfego móvel, que até 2030 deve chegar a 20%. Ou seja, eles precisam de eletricidade, por isso devem pagar para utilizá-la.
O consumo de redes móveis e fixas em telecom já representa mais de 75% do consumo total de energia das empresas do setor. Além disso, para suportar as novas tecnologias sem fio, como o 5G, será necessário aumentar o consumo de energia das empresas.
Diante do cenário global, as empresas de telecom devem começar a assumir compromissos com a neutralidade de carbono, movimento que exigirá a otimização energética para redes de telecom.
Pesquisa x oportunidade
Embora a maioria das empresas de telecom compreenda os desafios do setor no que se refere a diminuição dos impactos ao meio ambiente, provocado pelo uso excessivo de energia, 40% delas acreditam que redefinir a estratégia de sustentabilidade pode ajudar a mudar esta realidade.
Por outro lado, 20% dos entrevistados consideram suas iniciativas energéticas relativamente descoordenadas, enquanto outros 37% afirmaram que as operações têm sistemas de responsabilização e incentivos fracos. Outro apontamento foi sobre a natureza das iniciativas de otimização. Por exigir a adesão de várias partes da organização, trata-se de um movimento que aumenta a complexidade e limita o resultado das estratégias de otimização energética.