O home office imposto pela pandemia acabou trazendo um efeito bastante positivo para muitos profissionais, que puderam passar a trabalhar, de forma remota, para empresas localizadas em qualquer parte do mundo. Em muitos casos, essa ausência de fronteiras geográficas trouxe oportunidades como remuneração em uma moeda mais forte, atuação na sede de grandes organizações multinacionais e experiências diversas.
Por isso, na visão de Tânia Cosentino, CEO da Microsoft, as empresas que quiserem obrigar o retorno presencial, em tempo integral, tendem a perder talentos. E esse risco, segundo ela, é ainda maior na área de tecnologia, na qual há uma escassez de profissionais e uma competição global pelos mais especializados.
“As empresas não podem se dar ao luxo de perdê-los por insistirem nesse modelo pouco flexível”, disse ela, no podcast CBN Profissional, em parceria com o Valor.
Microsoft optou pelo modelo híbrido, mantendo o home office
De acordo com a executiva, a Microsoft fez um levantamento com mais de 30 mil funcionários, em 30 países, e concluiu que a maioria deseja manter o home office. Assim, a empresa vem adotando o modelo híbrido.
“Não existe modelo de trabalho perfeito, mas é preciso escutar as pessoas para construir processos e rituais que permitam clareza sobre quando e por que o funcionário precisa ir ao escritório, e alinhar isto às expectativas deles”, afirmou Tânia.
Além da flexibilidade, ela defende que as empresas devem criar planos de desenvolvimento de carreira e um ambiente que estimule o desenvolvimento de talentos. “O crescimento não precisa ser somente vertical. Os líderes devem estimular movimentações laterais para que os funcionários ganhem novas experiências e habilidades”, disse ela.