As redes corporativas são a espinha dorsal das empresas: sem infraestrutura de dados não há como interligar matriz e filiais nem como se conectar a clientes e parceiros. Para os especialistas, o cenário futuro acena para a criação de redes corporativas autônomas, que podem se autoajustar de acordo com as demandas. Antes disso, porém, as empresas vivem uma fase de transição. E esse tempo é agora.
“Quando olhamos o futuro, já projetamos os desenhos das redes autônomas. No entanto, muito ainda está por vir, para atingirmos esta excelência”, explica Alexandre Gomes, diretor de Marketing da Embratel, que reforça a importância da flexibilidade da infraestrutura.
Segundo ele, a partir do que se tem agora, é possível saber que haverá um movimento de transição, já sinalizado com as entregas das redes por serviço. Esse conceito envolve as redes flexíveis, administradas, com segurança, e negociadas por consumo.
O executivo reforça que essa transição está em andamento, e deverá levar um tempo até que se conheça o desenho final e que vai permitir a conexão entre a infraestrutura atual e a do futuro.
“No entanto, não podemos nos colocar em compasso de espera. Temos de atuar no entendimento das demandas e comportamentos, e apoiar na construção desta jornada”, argumenta o especialista. “Este é o nosso papel que desempenhamos durante toda nossa existência, e continuaremos a exercê-lo”, complementa.
Flexibilidade e infraestrutura habilitadora
De acordo com Gomes, a entrega necessária deve envolver uma rede corporativa flexível, que permita múltiplos acessos em variadas tecnologias – fixa, móvel, FWA (acesso fixo sem fio) e ou satelital – e com recursos de segurança que suportem as aplicações fim a fim das empresas e seus usuários, independentemente de onde eles estejam e do tipo de dispositivo que usem para se conectar ao ambiente corporativo
Outro aspecto da rede corporativa desejada é que ela possa evoluir cada vez mais, para orientar o cliente a respeito de falhas, antecipando possíveis problemas. É o caso hipotético da empresa que contrata três circuitos de dados, permitindo a agregação do tráfego e a correção automática, caso algum deles apresente uma falha.
O diretor da Embratel argumenta que a infraestrutura digital habilitadora opera no cenário de hiperconectividade, no qual todos estão conectados, o tempo todo a partir de qualquer lugar. Para que isso aconteça, além de robusta, a rede precisará ser flexiva, segura e com uma diferenciada “sentinela”!
“Além do que, esta infraestrutura digital habilitadora é o pilar para viabilizar a aplicação das demais tecnologias emergentes”, reforça.
Hiperconexão
No ambiente de hiperconexão, os dispositivos e aplicações são adicionados à rede corporativa, mas não estão mais centralizados na matriz ou filial: podem ficar em qualquer lugar, a qualquer tempo, e nem mesmo precisam ser propriedade da corporação. Além de pessoas, a hiperconexão vai agregar a Internet das Coisas (IoT).
“Cada vez mais teremos coisas conectadas e integradas na nuvem, com segurança, interagindo nesse ambiente complexo. Então, a nova infraestrutura que está sendo desenhada não só tem que ter habilidade digital, mas garantir com que todo o tráfego flua normalmente”, detalha Gomes.
Ele lembra ainda que, neste primeiro momento de evolução da rede corporativa, não há mais nada centralizado dentro das organizações. O que se tem é a administração de um ambiente mais complexo, distribuído e híbrido. Parte das aplicações consumidas pelas empresas está internalizada e outra fatia vai sendo migrada para a nuvem. “O desafio é manter a interoperabilidade e disponibilidade de forma segura”, adianta Gomes.
Nessa jornada, o executivo destaca a adoção de tecnologias emergentes de redes que estão fazendo o meio de campo da transição. Nesse rol estão os elementos SDN, sigla para redes definidas por software, e NFV, o conceito de virtualização de funções de rede. Ambas são habilitadoras da “cloudificação”, ou seja, a migração para as redes também na nuvem.
E mais: o uso da Inteligência Artificial (IA) e do aprendizado a máquinas (ML, da sigla em inglês) ajuda na adoção das novas redes corporativas, como é o caso da infraestrutura de longa distância definida por software (SD-WAN). Resumidamente, a SD-WAN torna a infraestrutura mais flexível, segura e disponível a variados cenários de adoção.
Futuro das redes corporativas
Gomes acrescenta outra característica do momento de transição, que é a aceleração da necessidade de evolução e transformação no ambiente como um todo, impactando principalmente o cenário corporativo. As mudanças envolvem a chegada de novas tecnologias emergentes; a hiperconectividade e o apontamento de um novo salto por meio do Superciclo Tecnológico.
“Os especialistas já comentam, que “o atual sistema de comunicação não consegue atender às necessidades do ser humano de Consumo de Informação, Extensão Sensorial e Auto Liberação”, explica o executivo. “Consequentemente, é necessário um sistema de comunicação caracterizado pela onipresença da informação, sentidos e inteligência”, complementa.
Para ele, a soma destes avanços, entregará de fato os casos de uso que contemplam as demandas da Indústria 4.0, como a fábrica inteligente, por exemplo.
Gomes lembra que, de modo geral, para satisfazer as necessidades descritas acima no modelo de necessidades de comunicação, a visão central da futura rede de comunicação deve ser uma rede automática e de auto otimização, podendo suportar grande largura de banda, baixo custo, percepção total, múltiplas conexões, despacho flexível e abertura total.
A segurança fim-a fim é outro requisito. Trata-se de um recurso que garantirá a credibilidade e observabilidade. Essa última, por sua vez, vai operar como “sentinela” que confirma que todo o processo está operando dentro das normalidades e diretrizes requisitadas.
“A evolução como dito, trata-se de mais uma jornada, que pode ter variados caminhos”, ressalta o executivo. Segundo ele, o momento atual mostra que já experimentamos e vivenciamos a transformação por vir. Por meio dela, nota-se que o pilar de conectividade é fator essencial e central na habilitação de novas tecnologias emergentes.
Para ele, a conectividade é quem entrega os casos de uso que trarão os benefícios na melhoria operacional, na performance da produção, no controle e monitoração do ambiente, na segurança de ativos e de pessoas na planta. “E novos modelos de fazer negócios”, comenta Gomes. “Estamos vivenciando um grande salto em nossa evolução. Talvez nunca presenciado até aqui”, finaliza.