Com obrigatoriedade de publicar relatórios ESG a partir de 2026, empresas brasileiras com ações em Bolsa precisam se adaptar para uma economia verde e mais digital. A decisão foi anunciada em outubro de 2023 pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM), que aprovou a resolução que obriga empresas de capital aberto a publicarem relatórios ESG a partir de 2026. A medida, apoiada pelo Ministério da Fazenda, vai ter um tempo de transição: entre 2024 e 2025, as companhias públicas poderão fazer relatórios financeiros com suas iniciativas e metas relacionadas à sustentabilidade de forma voluntária.
A resolução da CVM segue o Plano de Transformação Ecológica, uma proposta do Sul Global (composto por países em desenvolvimento ou emergentes) para promover o desenvolvimento sustentável. A iniciativa busca dar mais transparência às empresas e ajudar na tomada de decisão de investidores preocupados com questões socioambientais.
Para garantir um critério de comparabilidade entre as empresas, o relatório ESG deverá seguir duas normas (IFRS S1 e S2), padronizadas pelo International Sustainability Standards Board (ISSB). Elas trarão informações sobre riscos e oportunidades ligados à sustentabilidade (S1) e clima (S2), úteis para stakeholders na tomada de decisões.
Tecnologia aliada ao ESG
O documento vai exigir atenção para a veracidade dos dados, e é nesse ponto que a tecnologia será a aliada das empresas, conforme aponta reportagem da revista Época. Segundo a publicação, softwares empresariais atuais já são capazes de contabilizar dados relevantes de sustentabilidade, desde consumo de água e energia até equações mais complexas de emissão de carbono. Dessa forma, uma empresa tem mais garantias da qualidade e precisão de suas informações na hora de uma possível auditoria.
A tecnologia também pode ser uma ferramenta que vá além da simples coleta e análise de dados. Não são poucas as soluções que podem ajudar uma companhia a enfrentar desafios de redução de consumo de energia e água, gestão de resíduos e mitigação de emissões de gases de efeito estufa.
A medida da CVM pode impulsionar uma economia mais sustentável, ao mesmo tempo em que traz ainda mais transparência aos relatórios financeiros das companhias. Cabe agora às empresas brasileiras se prepararem para aproveitar um ambiente de negócios que já começa a atrair investidores que vão além do simples retorno financeiro.