Satélites serão responsáveis por levar conexão 5G a lugares que não tenham sinal via fibra ótica, mas sem impactar transmissão de conteúdo em vídeo.
Principais destaques:
- Satélites e 5G vão coexistir utilizando as faixas da Banda C;
- Um dos motivos é a disponibilidade de quase 100% da Banda C;
- Antônio Paolino Iannelli, gerente de engenharia da Embratel Star One, defende coexistência de satélites e 5G.
- Executivo participou de painel durante o SET Expo 2019, que aconteceu de 26 a 29 de agosto em São Paulo.
O mercado de Vídeo Sob Demanda (VOD, em inglês) é promissor. As previsões são de que, ainda este ano, 80% do tráfego na rede seja em vídeo. Já para 2020, a expectativa é de que este número aumente para 82%.
Com essa alta demanda, a tecnologia 5G e satélites terão papéis de destaque para garantir a transmissão de VOD – seja ao vivo ou não – sem interrupção do serviço e com conectividade flexível (quando o usuário consegue acessar de qualquer local).
Essa coexistência entre satélites e 5G foi destaque no painel “O futuro da TV, do OTT e do streaming via satélite na era da nuvem, da IA e do 5G”, durante a SET Expo 2019, feira de tecnologia e negócios de mídia e entretenimento, realizada de 26 a 29 de agosto em São Paulo.
Antônio Paolino Iannelli, gerente de engenharia da Embratel Star One, foi um dos convidados do painel que defendeu essa coexistência. Para o executivo, players dos dois mercados podem oferecer seus serviços na faixa de frequência Banda C por sua alta disponibilidade.
“A Banda C não é para o usuário final. É para que as emissoras de TV entreguem transmissões sem interrupções porque a faixa tem disponibilidade de quase 100%. Por isso operadoras de telefonia também olham para Banda C”, explicou Iannelli.
Ele garante que a coexistência é possível porque “a faixa que está sendo discutida [pelas operadoras de telefonia] vai de 3.3 GHz a 3.6 GHz. Já os satélites utilizam a faixa de 3.6 GHz para frente. Então não há sobreposição de espectro”.
Como satélites e 5G vão coexistir?
Um dos pontos discutidos no painel é que, com a chegada do 5G, a tecnologia poderia afetar a transmissão de vídeos dos satélites para as antenas parabólicas. Mas, como afirmou Iannelli, a instalação de um filtro é o suficiente para resolver essa questão.
“O que acontece é que, anos atrás, os lares brasileiros não tinham recepção de TV e a solução encontrada foi uma de baixo custo – antenas parabólicas sem um filtro para o 5G. Mas como resolver isso? Colocar um filtro para o 5G nos receptores de sinal de TV (LNB). Somente isso”.
O executivo lembrou que essa questão surgiu após os primeiros testes do 5G. “O filtro LNB usado nos primeiros testes era um protótipo, que ainda vai ser aprimorado. Ao mesmo tempo, um novo satélite da Embratel vai trazer um novo nível de potência, o que vai tornar essa convivência ainda mais possível”, garantiu Iannelli.
A importância dos satélites para o 5G
Antônio Iannelli foi bem enfático ao dizer que “o Brasil é um país de dimensões continentais e por isso o satélite sempre vai ser imbatível aqui”. Nos 50 anos do homem na Lua, o Mundo + Tech explicou o papel do satélite com a chegada de novas tecnologias de transmissão.
No caso do 5G, o acesso aos conteúdos em vídeo vai depender de dois meios de transmissão: fibra ótica ou satélite. Quando o usuário não tiver acesso à rede pública por fibra ótica, a tecnologia irá rotear o caminho por satélites para levar conexão a ele.
“O próprio 5G vai ser transmitido pelo satélite. Aqui na Embratel, temos diversos links backhaul, que permitem, caso o usuário de uma cidade não tenha sinal via fibra ótica, que ele tenha a conectividade via satélite. É uma convivência que já está acontecendo”, finalizou Iannelli.