No início da pandemia, em março de 2020, o varejo precisou fechar suas portas, junto com as restrições à circulação, e se reinventar para atender às demandas dos consumidores. Foi neste cenário que a startup DoLado surgiu, com a proposta de digitalizar os estoques do varejo de bairro (daí seu nome, “do lado”) e ajudar essas pequenas empresas a gerenciarem seus produtos.
“Foi um produto desenhado pela necessidade do momento”, explicou Khalil Yassine, diretor operacional da DoLado, fundada por ele e os sócios Guilherme Freire e Marcelo Loureiro, em reportagem do Estadão.
O negócio, com foco nos chamados “invisíveis do varejo” cresceu e, em abril deste ano, a startup levantou a primeira rodada de investimento formal, de US$ 10 milhões, do tipo série A. O aporte foi liderado pelo fundo Valor Capital, seguido por Flourish (Grupo Omidyar Network), GFC, Clocktower Ventures, IDB (em estreia em investimentos no Brasil) e Endeavor.
A companhia, que tem atualmente 20 mil clientes, pretende alcançar 100 mil pequenos comércios até o fim do ano. Para tanto, além de passar a atuar na logística de acessórios para smartphones e informática, a DoLado pretende entrar também na área de gestão financeira dos comerciantes.
Tecnologia é aliada do varejo
O crescimento da DoLado, durante a pandemia, é explicado, justamente, pelo fato de os pequenos varejistas não contarem com soluções de tecnologia para seus negócios.
Na visão de Daniel Feche, Head de Varejo para Soluções Digitais da Embratel, a adoção de ferramentas tecnológicas é, de fato, primordial para o sucesso das operações do varejo.
“A pandemia acelerou a digitalização e a mudança de hábitos dos consumidores. Por isso, os canais de varejo precisam passar a entender a tecnologia como uma aliada”, disse ele, em entrevista exclusiva ao Próximo Nível.
Segundo o especialista, para conseguirem se destacar no mercado, as empresas precisam contar com ferramentas que possam integrar os estoques e os diferentes canais de vendas, além de passarem a trabalhar com dados, de forma a personalizar o atendimento e, com isso, conseguirem melhores resultados.
“Hoje, a experiência do cliente está no centro do negócio e o uso de dados e soluções de tecnologia conversa diretamente com as demandas do cliente”, pontuou.