Desde o início da Covid-19, várias soluções de atendimento remoto, na medicina, começaram a ser implementadas. Desde a triagem inicial dos pacientes, para avaliar a necessidade (ou não) de atendimento presencial em emergências, até teleconsultas, cada vez mais médicos, operadoras e usuários de serviços de saúde passaram a utilizar as novas soluções.
Isso, claro, trouxe uma maior demanda por dados, já que além de videochamadas, vários exames e até mesmo procedimentos mais complexos, como cirurgias, passaram a ser acompanhados pelos profissionais de saúde de forma remota. Para o paciente, sem dúvida a novidade se tornou uma facilidade, evitando longas filas de espera e com meios de triagem mais eficazes; para os profissionais, também ficou possível identificar prioridades de forma mais ágil.
Porém, é inegável que a nova demanda – ainda mais durante um período de pandemia – acabou aumentando o tráfego de dados e trazendo a necessidade de serviços mais eficientes para viabilizar a comunicação. Enquanto o 5G não vem, resta aos prestadores de serviços investirem em recursos para digitalização e também em cybersegurança. Afinal, além da qualidade do atendimento, os dados pessoais sensíveis dos pacientes também estão em jogo.
Telemedicina contribui para impulsionar tecnologias
Conforme as empresas buscam alternativas para viabilizar o atendimento médico remoto, as soluções de telecomunicações ganham qualidade e escala. Estimativas apontam que a pandemia acelerou o avanço do setor em até 15 anos, conforme reporta a edição especial sobre telemedicina da revista InfraDigital.
A publicação aborda vários aspectos da telemedicina, como a regulamentação, ainda temporária, das teleconsultas. Porém, a telemedicina vai muito além disso. Não há dúvidas de que o serviço, que vinha crescendo de forma lenta antes da pandemia, foi impulsionado. Conforme estudo do hospital Albert Einsten, divulgado na InfraDigital, antes da pandemia a instituição realizava cerca de 60 atendimentos remotos por mês; logo em seguida ao início da crise sanitária, esse número aumentou para mil. A duração de cada atendimento é de, em média, 13 minutos, o que faz com que cada profissional alcance a produtividade de 3,5 pacientes por hora, considerando pequenos intervalos para descanso.
Mesmo com o abrandamento da pandemia, a perspectiva é de que os atendimentos remotos continuem ocorrendo, ao mesmo tempo em que novas tecnologias são desenvolvidas – como cirurgias à distância e acompanhamento em tempo real, por parte do profissional de saúde, de exames e outros procedimentos médicos. Isso conta com auxílio de soluções robóticas, monitoradas à distância.
Transformação digital é um grande desafio
Além da mudança cultural, seja por parte dos profissionais, seja para os pacientes, a nova modalidade de atendimento médico demanda cada vez mais infraestrutura de dados, o que é um grande desafio para as empresas fornecedoras destes serviços.
Uma das soluções mais demandadas após o início da pandemia foram os serviços em nuvem. De acordo com a diretora executiva da Embratel para governo, Maria Teresa Lima, a necessidade de serviços de cloud aumentou nos últimos meses. “Serviços em nuvem são a base para qualquer transformação digital. Em um ambiente como esse que nós estamos vivendo, [a empresa] precisa de cloud e segurança”, disse ela, durante evento realizado pela Futurecom.
Maria Teresa explicou que o uso de dados e soluções em nuvem são totalmente seguros, desde que seja realizado um rigoroso controle de acesso,criptografia e, em alguns casos, a tecnologia blockchain.
Além disso, ela destacou que as empresas de serviços médicos também têm procurado soluções de omnichannel com inteligência artificial, principalmente, para atendimento de clientes, cidadãos ou pacientes.