O trabalho remoto, modelo que ganhou impulso na pandemia, permitiu maior distribuição de desenvolvedores de software pelo Brasil, segundo a pesquisa “Profissionais de tecnologia no Brasil em 2021” da Revelo. O relatório analisou mais de 33 mil profissionais de tecnologia, em especial os desenvolvedores, e ainda incluiu dados de mais de 1,8 milhão de buscas realizadas por empresas que estão recrutando.
De 2020 para 2021, cerca de 50% dos desenvolvedores contratados moravam nas regiões Centro-Oeste, Nordeste, Norte e Sul. Ou seja, o Sudeste, principal mercado de tecnologia do país, ainda representa a outra metade, mas teve uma queda considerável, de 17,7% no número de contratações locais em relação ao período anterior (2019/2020).
O que as empresas estão buscando
As especialidades mais comuns cadastradas nas plataformas de recrutamento foram full-stack (desenvolvedor multifuncional), com 30,5%; back-end (bastidores dos sistemas), com 27,2% e front-end (elementos visíveis aos usuários), com 24,2%.
O estudo também mostra que 64% dos profissionais possuem ensino superior nas áreas de Tecnologia, Sistemas de Informação, Análise e Desenvolvimento de Sistemas, Engenharia e Ciências da Computação. Além disso, as cinco principais habilidades mais buscadas pelas empresas são: Java (6,4%), Javascript (5,2%), React.JS (4,6%), Node.JS (4,2%) e SQL (3,5%).
Com 16,5%, a linguagem de programação de script e de marcação HTML aparece em primeiro lugar entre as mais populares entre os profissionais. Logo em seguida – quase empatadas – estão Javascript (14,9%), SQL (14,6%) e CSS (14,5%).
Na categoria de Frameworks web, o React.JS (21,8%), o jQuery (14,2%) e a Express.JS (8,9%) são as linguagens mais citadas entre os perfis dos profissionais analisados.
As carreiras de tecnologia com maiores salários são engenheiro de dados (R$ 9.196,00), back-end (R$ 8.934,00), DevOps (R$ 8.413,00), mobile (R$ 8.308,00) e full-stack (R$ 8.068,00).
Desigualdade de gênero de desenvolvedores no Brasil
O relatório também destaca a desigualdade de gênero no setor de tecnologia, onde quase 85% dos desenvolvedores contratados são homens. O número é um recorde e pode ser explicado pelo aumento quantitativo dos profissionais contratados pelo setor, o que demonstra que a predominância ainda é de candidatos masculinos.
Por outro lado, a Revelo pondera que há aumento da participação feminina na área de tecnologia, segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED), cujos dados mostram 60% de mais empregabilidade de mulheres no setor entre 2014 e 2019.
A pesquisa da Revelo identificou ainda que a representatividade de homens em relação às mulheres é desproporcional em todas as especialidades. No entanto, a maior representatividade feminina está nas especialidades de product owner e business intelligence, enquanto nas funções de full-stack, infraestrutura e back-end, a proporção é de 10 homens para cada mulher.