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Cada vez mais, com o avanço da digitalização, as empresas precisam ser ágeis, resilientes e com poder de adaptação para explorar novos modelos de negócios e formas de produção em diferentes mercados. Esse cenário já vinha se desenhando há alguns anos, mas foi acelerado pela pandemia, que trouxe, tanto para as organizações quanto para os seus consumidores, um novo universo digital. Home office, compras online e omnicanalidade se tornaram elementos propulsores de novas tecnologias. Neste contexto, as empresas que estavam melhor preparadas, do ponto de vista tecnológico, tiveram uma queda de renda menor.
No entanto, não basta ter a tecnologia que habilita as novas soluções — os profissionais que atuam na organização precisam estar preparados para essa nova realidade. “O momento pede um novo tipo de liderança, capaz de gerar engajamento e produtividade, mesmo em ambientes híbridos e de alta volatilidade”, disse a jornalista Cristina de Luca, no primeiro episódio da série “Empresas sem atrito”, promovido pela Embratel, em parceria com o The Shift.
Nova cultura da transição digital
De acordo com Cristina, que moderou o debate sobre transformação digital, as empresas — independentemente do porte e área de atuação — precisam se adaptar a esse novo ritmo de vida, interconectado. “A nuvem passou a ser um sistema operacional onde os negócios são construídos. Porém, a transformação digital pede segurança, novas competências e novas lideranças”, disse ela.
Essa nova realidade traz uma profunda mudança nos modelos de trabalho. Segundo o World Economic Forum, cerca de 85 milhões de empregos poderão ser extintos no mercado global até 2025. Ao mesmo tempo, 97 milhões de novas oportunidades podem ser criadas, tendo a tecnologia como elemento propulsor. “A mudança é a única constante e ela é muito veloz”, frisou Cristina.
Para Daniela Leonardi Libâneo, diretora de Learning Trends da Afferolab, o “pensar digital” envolve trabalho com cultura, processos, tecnologia e, fundamentalmente, pessoas. “Cada vez mais a liderança inspiradora e a comunicação fluida são diferenciais competitivos”, disse.
Tecnologia habilita o mindset
Conforme Marcello Miguel, diretor Executivo de Marketing e Negócios da Embratel, uma mudança de cultura organizacional não acontece de um dia para o outro. “A tecnologia precisa ser encarada como meio e não como fim, dentro de um novo pensamento, o qual, por consequência, vai mudar o modelo de negócios”, explicou. Segundo ele, a tecnologia habilita o mindset e as visões de novos modelos de negócios digitais.
Otávio Dantas, sócio e diretor de Transformação Digital do Boston Consulting Group, concorda com esse pensamento e destaca que as mudanças, para serem bem-sucedidas, dependem de três condições básicas relacionadas à cultura organizacional e postura dos colaboradores. “A primeira é a prontidão, ou seja, a pessoa precisa entender que é hora de se transformar. A segunda é o engajamento na mudança e a terceira é a aptidão. O profissional precisa do ferramental e da habilidade para promover mudanças. Sem essas três condições, é difícil dar tração a esse movimento de transição para a cultura digital”, pontuou.
Cliente no centro das estratégias
Para Daniela, da Afferolab, é o consumidor quem está norteando as mudanças e as empresas, se quiserem sobreviver, devem adequar os seus negócios às novas necessidades dos clientes.
Miguel, da Embratel, destacou que a análise de dados (data analytics) é primordial. “Para melhorar a jornada do cliente, é essencial conhecer e entender o seu comportamento, adotando ações preventivas, muito mais que as reativas. A tecnologia tem papel de destaque nisso”, destacou.
Mas os dados ainda são um desafio para muitas organizações, que não conseguem fazer o uso adequado das informações. “As empresas precisam passar pelo caminho da transformação digital”, apontou Cristina, do The Shift, destacando que o diferencial é o elemento humano e o trabalho colaborativo. “O maior desafio é construir equipes de alta performance, com inteligência emocional, liderança eficiente, gestão de equipe”, pontuou.
Miguel concordou com essa visão: “muitas tecnologias estão se desenvolvendo, especialmente com a perspectiva do 5G, que vai trazer maior velocidade, menor latência e melhorar o tempo de resposta. A inteligência artificial, internet das coisas (Iot), machine learning, entre outras, são inovações que precisam de um tratamento de dados adequado e de profissionais com competências específicas”, afirmou.
Em sua análise, não basta que as empresas adotem as ferramentas tecnológicas, é necessário mudar o modus operandi, a cultura. “Mesmo nas empresas conhecidas como nativas digitais, há dificuldades. Para as demais organizações, o desafio de trabalhar colaborativamente com as novas ferramentas pode ser ainda maior”, disse.
Segundo Cristina, o novo contexto é uma mudança de paradigma, que requer desburocratização e achatamento dos níveis hierárquicos. “Os valores estão mudando e as pessoas precisam ser colaborativas, com propósito. Isso deve ser avaliado numa perspectiva mais ampla, com conscientização de toda a organização. O aprendizado é o maior desafio”, destacou..