Consultoria IDC divulgou previsões de TI na América Latina para os próximos cinco anos que poderão trazer uma visão estratégica para o seu negócio.
Entra ano, sai ano e os CIOs precisam lidar com as inúmeras tendências que vão impulsionar a transformação digital de seus negócios. Recentemente, a consultoria IDC divulgou, durante a conferência IDC FutureScape, algumas previsões de TI para a América Latina que darão uma visão estratégica para esses executivos liderarem suas organizações nos próximos cinco anos.
O maior investimento das organizações será em tecnologias consideradas pilares para a “terceira plataforma”. O conceito pode ser definido como o desenvolvimento de um ecossistema moderno, seguro e flexível para a TI utilizando tendências de inovação apresentadas pelo mercado. Segundo a IDC, serão:
- Cloud computing (computação em nuvem);
- Big Data e Analytics;
- Mobilidade;
- Empreendimento social.
Como afirma a IDC, essas tecnologias irão concentrar 58% dos investimentos das organizações, com destaque para os projetos que irão utilizar soluções em nuvem (24,5%). Sobre as tecnologias que vão acelerar a inovação da terceira plataforma, a Inteligência Artificial vai apresentar um crescimento de 44,2% em 2020.
“O mundo está se aproximando da supremacia digital – o momento em que a economia digital supera o tamanho da economia não-digital”, comentou Ricardo Villate, vice-presidente da IDC na América Latina. Para o executivo, 2023 será o ano em que a economia mundial vai chegar à supremacia digital.
Assim, as organizações vão conseguir acelerar os investimentos em tecnologias-chave e criar novos modelos operacionais que tenham hipervelocidade, hiperescala e hiperconexão. A IDC define esses três conceitos da seguinte maneira:
- Hipervelocidade: é a capacidade de criar e melhorar serviços e experiências digitais a um ritmo 100 vezes mais rápido do que o atual.
- Hiperescala: aplicações e serviços digitais serão desenvolvidos e implementados nos próximos quatro anos, em que bilhões de dispositivos estarão com o processamento de dados na borda (Edge) e milhões de localizações de Edge Computing serão implantadas. Ou seja, é a expansão de um ambiente de computação distribuído em uma quantidade enorme de servidores.
- Hiperconectividade: é conseguir ampliar o próprio poder inovador de negócios por meio de comunidades de código aberto e dados de terceiros. Assim é possível criar novas fontes de receita ao distribuir seus próprios serviços digitais para outras cadeias de suprimentos digitais.
As previsões de TI para os próximos cinco anos
A IDC tem previsões positivas para o mercado de TI no Brasil. Em 2020, a expectativa é que o setor cresça 4,5%, enquanto o de telecomunicações tenha um aumento tímido de 0,2%. Mesmo assim, essa alta será impulsionada por investimentos em tecnologias da terceira plataforma. A consultoria divulgou também algumas tendências para os próximos cinco anos na América Latina:
1. Foco em inovação: a IDC prevê que mais de 40% de todo o gasto em Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) serão destinados para a transformação e inovação digital das companhias. Esse investimento deve crescer 22% ano a ano. Mas o desafio é a escassez de habilidades e profissionais, que terá uma ligeira queda: o déficit de especialistas passará de 586 mil para 570 mil em 2020.
2. A nuvem é o poder: até 2022, mais da metade das empresas na América Latina vai utilizar nuvens públicas e privadas para fazer o gerenciamento de seus negócios. Elas irão aproveitar o ambiente cloud para implementar tecnologias, ferramentas e processos de gestão no modelo híbrido ou multicloud.
3. A vez da Edge Computing: mais de 30% da nova infraestrutura de TI corporativa será Edge Computing, ao invés de data centers, até 2023. Já em 2024, a IDC espera que o número de aplicações desenvolvidas na borda triplique.
4. Empresas serão mais ativas na criação de softwares: a expectativa é que quase 50% das empresas na região desenvolvam seus softwares em 2025. Elas usarão códigos abertos de terceiros (65%), mas terão uma equipe maior de desenvolvedores (1,5x) e usarão essas aplicações praticamente na nuvem (90%).
5. Aplicações focadas na transformação digital: serão mais de 15 milhões de aplicações e serviços digitais desenvolvidos e implantados na nuvem em 2023. A maioria será focada em casos de uso de transformação digital específicos de cada indústria.
6. De olho na Inteligência Artificial: mais da metade das novas aplicações corporativas vai incorporar a IA em 2025. Mas já em 2024, 35% as interações com a interface do usuário vão utilizar vídeo inteligente, fala, Processamento de Linguagem Natural, Realidade Virtual e Aumentada habilitadas por Inteligência Artificial.
7. CTO é a nova profissão: das duas mil empresas na América Latina, 30% vão nomear um Chief Trust Officer (CTO) em 2023. Esse executivo vai ser responsável em organizar as funções de compliance, entre elas segurança, finanças, recursos humanos, risco, vendas, produção e jurídico.
8. Ecossistema digital: 40% das mil maiores empresas vão possuir um ecossistema com desenvolvedores digitais em 2023. Metade dessas companhias vai gerar mais de 15% da renda digital através de plataformas digitais desenvolvidas nesse ecossistema.
9. “Espaços em branco”: as ofertas “espaços em branco”, que combinam serviços digitais de setores diferentes das empresas, vão ser responsáveis por 20% do crescimento da receita das companhias na América Latina.
10. Pure-Play e PaaS: as cinco principais plataformas de nuvem pública vão representar mais de 80% do mercado em 2023. Das receitas previstas para esse grupo, 20% serão geradas por soluções Plataforma como Serviço (PaaS) desenvolvidas pelos 10 principais provedores de software Pure-Play (que focam em um só produto ou atividade).
Principais destaques desta matéria:
- Mercado de TI no Brasil deve crescer 4,5% em 2020, segundo previsão da consultoria IDC;
- Para os próximos anos, empresas devem investir em nuvem, Inteligência Artificial e outras tecnologias;
- IDC divulgou 10 previsões de TI na América Latina nos próximos cinco anos.