Os profissionais responsáveis por manobrar navios em portos, os práticos de navios, chegam a ganhar entre R$ 50 mil e R$ 300 mil por mês. São profissionais geralmente experientes e que levam essa prática milenar e regulamentada em quase todo o mundo. A partir de 2025, se os planos das autoridades portuárias de Singapura vingarem, esses profissionais podem ter um concorrente de peso: o 5G.
A Infocomm Media Development Authority (IMDA) e a Autoridade Marítima e Portuária de Singapura criaram uma parceria para desenvolver uma rede 5G standalone para atuar em áreas portuárias, incluindo ancoradouros, terminais e áreas de embarque. A implantação deve ser finalizada até meados de 2025 e está sendo conduzida pela operadora de rede móvel local M1 Limited (M1), segundo a qual a cobertura 5G em águas portuárias permitirá o estabelecimento do que o governo de Singapura chama de 5G@SEA.
De acordo com informações do IMDA fornecidas para o site Smart Citie World, o projeto visa permitir que Singapura seja um dos primeiros países do mundo a contar com navios de pilotagem remota e automatizados. Antes disso, a cobertura 5G deve trazer mais eficiência para o trabalho nos portos de Singapura, reduzindo o tempo de retorno dos navios que entram e saem do país.
A colaboração será um facilitador fundamental no apoio à ambição marítima de Singapura de lidar com 65 milhões de TEUs (unidade equivalente a vinte pés) após a conclusão do Porto de Tuas, previsto para a década de 2040, segundo as autoridades portuárias do país.
Navios autônomos só depois de 2025
A previsão para a rede ser concluída é para meados de 2025, quando os testes do 5G@SEA devem acelerar junto com o desenvolvimento de tecnologia para o setor portuário. Um caso de uso inicial se concentrará em consultoria de pilotagem remota assistida para automação, produtividade e segurança humana.
O 5G permitirá a pilotagem remota do navio por meio de um centro de controle em terra, que vai usar imagens de vídeo em tempo real, fornecendo conhecimento da situação do navio. Com isso, o piloto não precisa embarcar fisicamente e a pilotagem remota pode melhorar a eficiência do serviço, a utilização de recursos e transformar o papel de um piloto de porto de um trabalho fisicamente exigente para operações remotas e mais seguras
Os navios autônomos de superfície são outro potencial caso de uso futuro, que permitirá às empresas desenvolver e testar novos sistemas para comunicações entre navios e ativos em terra firme, além de manobras autônomas.