Recente edição do Global Automotive Consumer, estudo conduzido pela Deloitte com 20 mil consumidores em 17 países, indica uma mudança na expectativa do público, especialmente os jovens. Cada vez mais, eles querem comprar mobilidade e deslocamento, em vez de carros. A mudança de mentalidade demanda soluções mais práticas, econômicas e sustentáveis. A ascendência do Uber, com 75 milhões de usuários em todo mundo, é um exemplo disso. Nos EUA, China e Europa, o mercado de carros compartilhados – o chamado carsharing – está em expansão.
Viabilizado por avançadas soluções tecnológicas de inteligência e conectividade, o modelo chegou por aqui em 2010. Atualmente, pelo menos 7 milhões de pessoas utilizam esse serviço em todo o mundo, de acordo com a consultoria Frost & Sullivan.
Presente na capital paulista desde 2017, a Urbano opera com o sistema “free floating” em bairros centrais. A frota premium é composta pelos elétricos BMW I3 e os compactos Smart ForTwo. Estacionados nas ruas, os carros são localizados por meio de um APP no celular do usuário. O destravamento da porta e o pagamento do aluguel (R$1,20 por minuto) também
são feitos remotamente. Após o uso, basta estacioná-lo em qualquer uma das áreas permitidas,
as chamadas home zones.
Toda a conexão do carro é realizada via chip, acoplado ao porta-luvas. “A Embratel criou uma rede privada para a Urbano, tornando a comunicação extremamente rápida. Essa tecnologia é fundamental para que toda a plataforma funcione, pois nos dá total confiabilidade. Temos rapidez, precisão e segurança”, ressalta Leonardo Domingos, fundador e CEO da empresa.
Cada locação dura em média 30 minutos. “No início, as pessoas utilizavam por muito tempo, mas agora, com a curva de aprendizado, o serviço está se encaixando no seu propósito, que é melhorar a mobilidade urbana”, diz o executivo. Em todo o mundo, o maior desafio é integrar o sistema aos outros modais de transporte, como metrô, ônibus, carros e bicicletas.
A cidade só tem a ganhar: para cada carro compartilhado, estima-se que 11 veículos deixem de circular nas ruas, o que gera efeitos positivos no trânsito, economia e meio ambiente. No futuro, com a consolidação dos veículos autônomos, o compartilhamento passará por novas mudanças. “Imagine que o carro irá sozinho até a porta do cliente e o identificará por reconhecimento facial”, diz Domingos. A revolução da mobilidade está só começando.
Publicado em: Valor Econômico - 07/12/2018