agricultura molecular

Agricultura molecular modifica plantas para criar superalimentos

2 minutos de leitura

Os testes com agricultura molecular estão avançando no mundo. A inovação adiciona vacinas, antibióticos, enzimas e vitaminas às plantas



Por Redação em 08/07/2024

A modificação genética das plantas está evoluindo para além do objetivo de aumentar a produtividade no campo. A ciência, agora, está encontrando formas de transformar a composição nutricional de alimentos como arroz e milho, com a meta de agregar proteínas diferentes das que eles já possuem. Chamada de agricultura molecular (molecular farming), a tecnologia pode proporcionar a geração de plantas com novas características (PNTs), adicionando vacinas, antibióticos, enzimas, vitaminas e outras substâncias benéficas à composição das novas plantas. A informação é do site The Shift.

A biotecnologia para criar essas plantas modificadas envolve a alteração genética de seu DNA com genes que trazem códigos de produção da molécula desejada – seja uma proteína ou uma enzima. O segredo está no uso da planta como um biorreator, para produzir moléculas que, normalmente, são encontradas em animais ou em culturas específicas.

Leia também:

Conheça as diferentes abordagens tecnológicas para desenvolver uma vacina

A tendência foi apresentada pelo relatório da DigitalFoodLab, onde foi destacado que as PNTs ainda estão em testes. A expectativa é de que levem pelo menos de dois a três anos para que experimentos abertos – e em larga escala – comecem a acontecer.

Testes

agricultura molecular

Diversas plantas estão sendo testadas para verificar seu uso como uma PNT, incluindo tabaco, milho e arroz, mas há também casos com canola, beterraba, mostarda, soja, alfafa e cevada. Entre as empresas que estão usando a agricultura molecular estão companhias como a BioBetter, em Israel, que usa o tabaco para produzir insulina e transferrina; e a norte-americana Alpine Bio, que quer produzir caseína e fazer queijos sem precisar de leite.

Os exemplos envolvem ainda a canadense PlantForm Corporation, que avalia a oportunidade de usar PNTs para produzir um imunoterápico no combate ao melanoma e outros tipos de câncer. A empresa, inclusive, está colaborando com o Laboratório Manguinhos para produzir medicamento similar contra câncer de pulmão aqui no Brasil, desde 2021. Outra israelense, a PoLoPo, cria ovos a partir de batatas modificadas. Já a Elo Life Systems, dos Estados Unidos, modificou um tipo de banana para ser mais resiliente à crise climática e está desenvolvendo adoçantes naturais para a indústria alimentícia, usando a fruta dos monges, de origem asiática.

Um ponto importante é que existem medidas de órgãos reguladores para salvaguardar essas pesquisas. O Canadá, por exemplo, onde ocorrem 342 testes de agricultura molecular atualmente, estabeleceu um protocolo para garantir que não haja contaminação de plantas tradicionais com PNTs.

Para ampliar a segurança desses testes e impedir que plantas geneticamente modificadas se proliferem, os estudos obrigam o cultivo em condições controladas, como estufas e ambientes fechados. O temor é que elas se reproduzam fora de laboratórios no processo de polinização, como ocorre na natureza.



Matérias relacionadas

ia sem controle Inovação

Ganhadores do Nobel temem ameaça de IA sem controle

Para cientistas, a tecnologia pode levar a limites indesejáveis, colocando em questão a capacidade humana de controle

uso de ia generativa Inovação

Brasil supera grandes economias no uso de IA generativa

Estudo aponta que 57% dos brasileiros já utilizaram IA generativa, superando EUA, Alemanha, França e outros países

impacto ambiental da ia Inovação

Impacto ambiental da IA é pauta mundial

Em função da diversidade de fontes energéticas, Brasil pode oferecer alternativas sustentáveis para o setor

digitalizacao da saude Inovação

Estudo aponta avanços na digitalização da saúde

A pesquisa revelou que 92% dos estabelecimentos de saúde no Brasil possuem sistemas eletrônicos para registrar informações