Alexandre Gomes, da Embratel, e outros especialistas debatem como a rede 5G, integrado a outras tecnologias, vai gerar novos serviços digitais.
A chegada do 5G vai além do fornecimento de conectividade rápida e inteligente. A tecnologia de quinta geração vai acelerar o desenvolvimento tecnológico ao viabilizar novos serviços digitais disruptivos na sociedade.
As vantagens não param por aí: no setor varejista, por exemplo, empresas podem criar experiências ainda mais customizadas de acordo com o perfil do cliente, além de prover uma interação mais próxima com ele.
Porém, como toda tecnologia que chega ao mercado, existem diversos desafios na implementação em uma organização. É preciso integrar o 5G e orquestrá-lo com diferentes plataformas e tecnologias de modo que agregue valor aos negócios.
Alguns desses desafios foram debatidos no webinar “Um Mar de Possibilidades: Uso combinado de 5G, IoT, Big Data & Inteligência Artificial impulsionando Novos Modelos de Negócios”, realizado dia 29 de outubro no Futurecom Digital Week.
O encontro teve a presença de vários especialistas do mercado de tecnologia e inovação, entre eles, Alexandre Gomes, diretor de marketing da Embratel. Abaixo, o Mudo + Tech resume os principais pontos debatidos no webinar. Confira.
5G e a Internet das Coisas (IoT)
Uma única tecnologia não é capaz de resolver todos os problemas das corporações, nem das pessoas, é preciso de sinergia. Daí o uso combinado de 5G e Internet das Coisas (IoT) para aplicações cotidianas e até mesmo mais complexas.
Apesar da rede 5G ainda não estar disponível, a IoT já não é novidade no Brasil e no mundo. A tecnologia é usada no rastreamento de veículos, na gestão de frotas e até mesmo na automação de fábricas para garantir maior eficiência das operações.
Alexandre, da Embratel, citou como exemplo a Moocall, empresa irlandesa de sensores para animais. A companhia criou um colar inteligente e uma tag, para serem colocados no boi e na vaca, respectivamente.
“Se o boi identifica que a vaca está no cio e o ato é consumido, o colar se comunica com a tag e essa informação é transmitida para o sistema, possibilitando acompanhar a gestação da vaca e saber, até duas horas antes, que ela está prestes a parir”, comentou.
Essa é uma de várias aplicações de IoT. Por exemplo, relógios inteligentes ajudam a medir a pressão sanguínea, temperatura e batimento cardíaco de uma pessoa. Assim, esse histórico pode ser usado por profissionais de saúde para diagnóstico e tratamentos.
A expectativa é que o 5G traga maior capacidade de conexão, sensores e dispositivos, criando um ecossistema de aplicações que vão facilitar o dia a dia das empresas e usuários finais.
Big Data: resolvendo problemas e personalizando serviços
O conceito de Big Data é recente, mas, diante de um mundo cada vez mais conectado, as empresas e pessoas estão gerando um grande volume de dados. E, se esses dados são usados para resolver problemas, eles também acabam por criar novos.
Nesse contexto, as ferramentas de Big Data podem ajudar as empresas a gerenciar e preparar o terreno no desenvolvimento de novas soluções digitais e até mesmo na tomada de decisão dos negócios.
Um exemplo é a Unilever. A organização possui, só no Brasil, 26 categorias de produtos e milhões de clientes. “Na área de sorvetes, são mais de 50 mil clientes aqui no país”, comentou Francis Castro, vice-presidente de TI da Unilever, participante do debate.
Como ele questionou, existe o desafio de planejar as vendas considerando as variáveis: “dezenas de categorias, centenas de produtos e milhões de clientes quando hoje, todos querem produtos que falem de necessidades individuais e não de massa.”
Esse diferencial competitivo, como Castro destacou, pode vir a partir de Big Data. “A gente consegue personalizar as sugestões aos clientes, antecipando as necessidades deles, entendemos quais produtos vendem mais. Essa tecnologia foi a resposta para os problemas”, citou.
5G, LGPD e a segurança digital
O 5G pode revolucionar a forma como as empresas podem atrair os consumidores com novos produtos e serviços. Com a conectividade sendo a principal aliada delas para chegar a esses usuários, como lidar com a segurança digital num cenário de popularização da tecnologia?
A rede de quinta geração vai permitir o maior tráfego de dados com maior velocidade. Porém, já existe uma demanda de serviços gerenciados de segurança, ainda mais com a Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD) em vigor desde o fim de setembro.
Com a implementação do 5G, provavelmente o Brasil será um país de hiperconexão, em que um usuário terá todos os ambientes conectados a um ou mais dispositivo que ele usar. Nesse sentido, a identidade digital das pessoas deve ser prioridade das empresas.
Assim, com ataques cibernéticos mais sofisticados, além das várias camadas de proteção que as organizações devem gerenciar internamente, a segurança também deve ser nativa nos dispositivos conectados, principalmente nos usados em ecossistemas de Internet das Coisas.
O potencial da rede de quinta geração
O 5G pode ser vista também como democrática: ela possibilitará levar conexão a pontos que a rede de fibra óptica não consegue alcançar. Em um chão de fábrica, por exemplo, a tecnologia pode auxiliar nas conexões privadas, que não precisam da necessidade de uma Wi-Fi, e em soluções de realidade virtual.
Mas, quais são as grandes apostas do mercado para a tecnologia de quinta geração? Alexandre Gomes acredita que diversas áreas poderão usufruir da nova rede durante a jornada de digitalização, ainda mais depois da transformação impulsionada pela pandemia.
“A questão pandemia mostrou que a digitalização dos governos é importante e tem um caminho longo a ser percorrido. O varejo e a logística, a forma como eles se relacionam [com o cliente], até mesmo no B2B, mudou e o 5G vai ser essencial, assim como será para o agronegócio”, resumiu.
Principais destaques desta matéria
- 5G vai abrir diversas possibilidades para as empresas.
- Isso porque a tecnologia poderá ser integrada e combinada com outras, como Big Data e IoT.
- Mas segurança também deve ser estruturada para garantir a proteção dos dados.