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IA também contribui para a gestão de internações hospitalares

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Gestores hospitalares apostam em IA para antecipar tendências e evoluções de pacientes, melhorando a eficiência e os cuidados



Por Redação em 02/05/2024

O uso de inteligência artificial (IA), apesar de cada vez mais comum, ainda surpreende. Todos os dias, descobrimos algo novo que um algoritmo consegue resolver. Eles são capazes de antecipar escolhas, otimizar o tempo de realização de tarefas, mapear comportamento de consumidores, entre tantas outras coisas. Um dos usos que está em pleno crescimento é na gestão hospitalar. Agora, um algoritmo é capaz não só de prever uma internação, mas também funcionar como auxiliar nos cuidados com o paciente.

Um exemplo deste uso está no Hospital Israelita Albert Einstein, onde uma equipe desenvolveu uma IA capaz de prever a necessidade de internação, com excelentes números de eficiência operacional. 

De acordo com a MIT Technology Review, isso se tornou possível quando o algoritmo passou a registrar informações que o próprio paciente fornece, por meio de múltiplas interações, e a medicina começou a fazer uso dessa expertise. 

Claudia Laselva, diretora de Operações do hospital, contou à revista que a base de tudo foi o prontuário eletrônico, implantado em 2017. “A partir dele, nós começamos a reunir um repositório de informações sobre os pacientes, para aprender a usar as informações e, então, gerar algoritmos preditivos”, explicou.

No Albert Einstein, a primeira IA desenvolvida foi utilizada nas unidades de pronto atendimento. Todos os pacientes que ingressaram no hospital tiveram seus dados, tanto pessoais quanto de saúde, incluídos no sistema. O passo seguinte foi fazer com que o algoritmo calculasse a probabilidade de que ele precise de internação, além do melhor leito para o tratamento das questões específicas daquele paciente. 

“Desde o momento zero, quando o prontuário do paciente começa a ser alimentado de dados, temos acesso à probabilidade de ele precise ser admitido. Se o risco é baixo, eu sei que a necessidade dele será resolvida sem internação, mas se é de 80%, eu já começo a monitorar esse paciente”, explicou.

Algoritmo de IA

Com o passar do tempo, a equipe do Albert Einstein foi aprimorando a solução. Agora, além de prever a internação, o algoritmo já consegue quantificar a  permanência e predizer riscos de novas internações após a alta hospitalar. 

Leonardo Carvalho, cardiologista que atua na área de Medicina de Precisão do Albert Einstein, explica como é feito o cálculo de tempo médio de permanência no hospital. Segundo ele, o algoritmo faz uma associação entre o comportamento do paciente e a condição ou doença que ele apresenta. Nos casos de readmissão pós-alta, a análise funciona da seguinte forma: “nós dividimos a readmissão entre fatores imprevisíveis e previsíveis. Por vezes, pela complexidade da doença, a readmissão é previsível, o paciente vai voltar porque precisa e não conseguimos mudar essa história natural. Contudo, entre 10% e 20% dos casos têm retornos imprevisíveis”, explicou o médico.

O hospital acredita que uma das formas de evitar os retornos previsíveis pelo algoritmo de IA seja via educação (relacionada aos cuidados que o paciente deve seguir em casa). Uma das práticas adotadas para isso é acompanhar os primeiros dez dias do paciente em casa. Assim, a equipe fica responsável por três atendimentos (teleconsulta), com o intuito de checar se o indivíduo está seguindo as orientações médicas prescritas no momento da alta hospitalar. 

A inteligência artificial no centro cirúrgico  

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No Albert Einstein, a experiência de uso de inteligência artificial no centro cirúrgico é mais recente do que com a operação de leitos e internações. Contudo, já é considerada bem-sucedida pelo diretor médico da rede cirúrgica, Nam Jin Kim. 

“Os profissionais trabalham com um sistema de auto-agendamento totalmente integrado com outros setores. A ferramenta disponibiliza um conjunto de recursos que vão além de reservar data, horário, tempo e sala de cirurgia sem a necessidade de intermediários. Para tanto, foi necessário entender como tornar esse processo mais efetivo e otimizar nossa capacidade operacional, assim como oferecer a melhor assistência para o paciente”, explicou.  

O fato é que o algoritmo de IA consegue conectar todas as áreas que estão envolvidas na cirurgia. A tecnologia oferece insights a partir da análise do tipo de procedimento, equipamentos necessários, características do paciente e histórico do médico e, a partir disso, o sistema aponta a quantidade de horas necessárias para a realização da intervenção.  

“A grande vantagem disso é que esse sistema simplifica a cadeia de suprimentos, pois ele já sinaliza que determinados materiais devem ser retirados do estoque, ou avisa sobre a necessidade de solicitação com algum tempo de antecedência, fazendo uma alocação mais inteligente de recursos”, explicou o doutor Kim. O sistema ainda emite alertas em caso de eventuais pendências, como a falta de um instrumento específico, por exemplo. 

Segundo o diretor, o uso de algoritmo de IA no hospital ajudou, inclusive, a otimizar a ocupação dos leitos cirúrgicos, que em 2019 era por volta de 70% e em 2023, passou a ser de 90%. A eficiência operacional foi gerada pela tecnologia.



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