A falta de mão de obra especializada em tecnologia da informação (TI) está no radar de quem organiza os projetos de cidades inteligentes no Brasil. E não é sem razão. De acordo com o site Olhar Digital, faltam candidatos aptos para ocupar as vagas de TI neste nicho. Uma pesquisa da Associação Brasileira das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação (Brasscom), por exemplo, alertou que o déficit de profissionais de todo o ecossistema poderá chegar a 800 mil até 2025.
Na prática, isso significa que podemos ter um apagão de profissionais de TI em projetos de cidades inteligentes. E há ainda outro complicador: inciativas nessa área exigem um perfil profissional mais participativo, o que não é acompanhado pelo perfil geral de TI, cada vez operando mais remotamente e sem senso de pertencimento às empresas onde atuam.
Ações contra “apagão” de profissionais de TI
“Em projetos de smart cities este ambiente remoto tira o calor de trocar ideias com maior fluidez. E consequentemente, na tomada de decisão mais rápida, por exemplo. Outro reflexo deste fenômeno é a materialização da lei da oferta e procura, e a matemática para isso é simples: com menos profissionais aptos, os mais tarimbados se valorizam mais, devido seus conhecimentos diferenciados”, resumiu Amaury Cunha Carvalho, advogado com especialização em direito digital e das telecomunicações. Ele também indicou caminhos para contornar esse cenário, inclusive com a revisão de programas de valorização das pessoas, com atualizações constantes por meio de programas de capacitação interna (como universidades corporativas) e a remuneração e benefícios atraentes. Outra frente envolve as iniciativas que reforçam a cultura híbrida, marcada por idas quinzenais aos escritórios, mesclados com encontros remotos objetivando dosar as experiências interpessoais em ambientes diversificados.