baixa conectividade significativa

Brasil tem maioria da população com baixa conectividade significativa

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Levantamento do Cetic.br/NIC.br apontou que os brasileiros tem deficiências no acesso, no uso e na apropriação da rede



Por Redação em 19/06/2024

Apesar do avanço rumo à universalização do acesso à internet, com 84% dos brasileiros com 10 anos de idade ou mais utilizando a rede, somente 22% desta parcela da população pode usufruir de condições satisfatórias de conectividade. Para a maioria das pessoas (57%), a situação é bem menos favorável. Estas são conclusões apresentadas pelo estudo: “Conectividade Significativa: propostas para medição e o retrato da população no Brasil“, divulgado recentemente pelo Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC.br), braço executivo do Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br). 

O estudo foi conduzido pelo Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic.br/NIC.br), e oferece uma avaliação detalhada sobre as lacunas existentes no acesso, no uso e na apropriação da Internet em todo o Brasil. Para isso, foi adotado um método diferenciado para mensurar a qualidade e efetividade do acesso da população às tecnologias digitais. Trata-se da construção de uma escala criada em decorrência do processamento de indicadores da TIC Domicílios (pesquisa domiciliar especializada em tecnologias da informação e comunicação).

Para completar a análise do tema, foi utilizado o conceito de “conectividade significativa“, termo que ainda está em desenvolvimento e baseia-se na premissa de que a conexão à internet deve permitir o uso eficiente dos serviços online.

Indicadores

Para a realização do estudo, nove indicadores foram estabelecidos e agrupados em quesitos como acessibilidade financeira, acesso a equipamentos, qualidade da conexão e ambiente de uso. Na prática, quatro destes indicadores descrevem atributos individuais, enquanto os outros cinco refletem características dos domicílios. Os indicadores selecionados são: custo da conexão domiciliar, plano de celular, dispositivos per capita, presença de computador no domicílio, uso diversificado de dispositivos, tipo de conexão domiciliar, velocidade da conexão domiciliar, frequência de uso da Internet e diversidade de locais de uso.

Para Alexandre Barbosa, gerente do Cetic.br|NIC.br, o Brasil é um país que não comporta mais uma pesquisa com parâmetros engessados sobre a inclusão digital. “A complexidade do cenário atual, marcado por rápidos avanços tecnológicos, tem exigido um alargamento da compreensão sobre inclusão digital. Considerar o nível de conectividade de um país pela quantidade de usuários de Internet entre seus habitantes não é mais suficiente”, destacou. Segundo ele, os debates mais recentes no Brasil e no exterior sobre a questão enfatizam a necessidade de pensar na conectividade de maneira abrangente. “Para entendermos melhor a nossa realidade, decidimos dar um passo além e, numa iniciativa inédita, investigamos a qualidade da conectividade dos brasileiros por meio de diferentes recortes”, explicou. 

O estudo somou as nove variáveis selecionadas para estabelecer diferentes níveis de conectividade significativa, resultando numa escala de zero a nove para cada participante, sendo: zero a ausência de todas as características aferidas, enquanto o nove indicava a presença de todas elas.  

“Nossa intenção é contribuir com o debate emâmbito global a partir de uma experiência concreta”, acrescentou Barbosa.

Baixa conectividade significativa

baixa conectividade significativa

Cerca de 33% da população foi classificada pelo estudo com scores de até 2 pontos por faixas de conectividade. Já o grupo com score de 3 a 4 pontos representa 24%. Ou seja, pode-se afirmar que 57% dos brasileiros encontram-se em situação de baixa conectividade significativa. Por outro lado, 22% está no grupo de score entre 7 e 9 pontos, e outros 20% com score de 5 a 6 pontos. 

Graziela Castello, coordenadora de estudos setoriais no Cetic.br e responsável pelo levantamento, declarou que o resultado do estudo apresentou uma tendência positiva. “Mesmo que ainda não tenha sido detectada uma melhora progressiva, é preciso celeridade para reduzir as disparidades de conectividade no Brasil”, alertou.



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