Satélites são peças-chave na conectividade significativa

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Tecnologia é crucial para estabelecer e manter comunicações confiáveis e eficientes em áreas remotas



Por Redação em 04/10/2023

O Brasil tem um desafio de conectar uma parcela significativa da sua população, e precisa assegurar serviços de educação, saúde, segurança e soberania nacional. E as soluções via satélite são uma peça fundamental nesse quebra-cabeça. Esse foi um dos temas discutidos na parte da manhã do segundo dia do Congresso Latinoamericano de Satélites, realizado no Rio de Janeiro, na quinta-feira (28/9).

Entre os assuntos abordados está o acesso a banda larga em áreas mais remotas, que não contam com infraestrutura tecnológica. De acordo com Artur Coimbra,  conselheiro da Anatel, este impasse pode ser solucionado com a conectividade significativa.

A conectividade significativa no contexto de satélites no Brasil se refere à capacidade de estabelecer e manter comunicações confiáveis e eficientes em áreas remotas e de difícil acesso do país por meio de satélites. O Brasil é um país de dimensões continentais, com vastas regiões pouco povoadas e com infraestrutura terrestre de telecomunicações limitada. Portanto, a conectividade por satélite desempenha um papel crucial na garantia de que as comunicações, tanto de voz quanto de dados, estejam disponíveis em todo o território nacional.

A conectividade significativa por satélite envolve a utilização de satélites de comunicação geossíncronos que estão posicionados em órbita da Terra a uma altitude e velocidade que permitem a cobertura de grandes áreas do Brasil. Esses satélites fornecem serviços de comunicação para várias finalidades, incluindo transmissão de voz e dados, televisão, telemedicina e  outros.

“A  conectividade significativa pode ser resolvida com infraestrutura, o que inclui os satélites”, explicou Coimbra.

Coimbra ainda fez um comparativo entre os satélites de hoje com as torres de rádio do passado, que eram o principal meio de telecomunicação nos últimos quinze anos. O conselheiro da Anatel destacou os custos e as dificuldades para instalação dessas torres em locais considerados remotos.

 “Esse tema sempre foi tratado com dificuldade, devido ao aumento de custos. Essa realidade aconteceu há dez, quinze anos atrás. De lá para cá, vimos uma verdadeira revolução tecnológica. Tanto pelo uso de novas bandas, uso de satélite com sistema 3D, satélite de constelação para banda larga, entre outros. Há uma quantidade enorme de mudanças, que permitiram um reposicionamento comercial dos satélites perante as políticas públicas”, completou.

O satélite mais antigo em órbita é brasileiro e o seu lançamento aconteceu há 30 anos. Para Coimbra, uma aceleração em desenvolvimento tecnológico pode garantir ao país um grande progresso em suas telecomunicações.

“ A gente tem visto a preocupação em investir em tecnologia aeroespacial e tudo vem junto. Este fator pode trazer um grande benefício a médio prazo. A China não fazia nada em relação aos satélites e hoje é a maior potência espacial”, destacou o conselheiro da Anatel.

Adaptação do mercado

Os participantes do painel sobre os avanços do mercado mostraram preocupação com o uso de tecnologias que não foram desenvolvidas para o mercado corporativo. Nesse contexto, defenderam que o ingresso de novas tecnologias de comunicação precisa ser olhado de forma cuidadosa, sob pena de empresas contratarem soluções inadequadas. 

Por exemplo, o uso de satélites em embarcações foi analisado por Tobias Dezordi, da Gilat. “O cliente marítimo tirou o geo – sistema que usa satélites em órbita geoestacionária – que ele utilizava na embarcação e colocou uma outra plataforma. Depois de um tempo, em uma semana, consumiu toda a franquia e acabou pagando mais do que pagava com satélite geoestacionário. Ou seja, o mercado vai se auto educando, vai se entendendo”, analisou.

A propósito disso, Gustavo Silbert, Diretor Executivo de Satélites da Embratel, abordou a perspectiva do cliente B2B. Segundo ele, tanto clientes de governo quanto privados buscam um aumento de produtividade. E quando qualquer tipo de solução chega no mercado prometendo novas ofertas é muito tentador migrar para elas sem uma análise bem feita. 

“Isso aconteceu com toda a indústria. Nós como habilitadores digitais dos nossos clientes precisamos olhar com cuidado essas novas propostas de conectividade (por exemplo, conexão terrestre) e como que a gente pode aproveitar esse tipo de proposta em nossos negócios. Não é revendendo esse tipo de provedora de serviço, mas como posso agregar esse tipo de serviço em meu portfólio, entregando  o produto ideal para o meu cliente”, finalizou.



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