O estudo “Qual o futuro da proteção de dados no Brasil?”, conduzido pela KPMG e a APPC, mostra que o trade off entre comodidade e privacidade é bem quisto pelos consumidores. O movimento vem aumentando entre os brasileiros e cerca de 47% dos entrevistados dizem concordar com o monitoramento de seus dados de navegação, desde que consigam obter dicas de produtos e serviços de seu interesse.
Outro ponto de relevância apontado pela pesquisa é que os brasileiros esperam benefícios que viabilizam ganhos materiais em troca da privacidade online. Esses benefícios geralmente são: descontos e promoções, benefícios relacionados à saúde, bem-estar e economia de tempo no trânsito. Apesar disso, a preocupação com vazamento de dados permanece.
A maioria dos entrevistados concorda que o rastreamento na internet é uma invasão de privacidade. Contudo, algumas pessoas renunciam à privacidade em troca de benefícios, principalmente entre os mais jovens.
De acordo com a KPMG, existe espaço para melhorar essa relação de confiança, uma vez que os pesquisados se dividem com relação a esses aspectos, nas mais diferentes empresas/setores. “O fato é que não existe uma maioria confortável”, declarou a instituição.
O setor bancário, por exemplo, é o que tem maior índice de confiança (39%). Por outro lado, telefonia (48%), comércio (43%) e organizações não governamentais (42%) apresentam percentual alto de desconfiança.
A pesquisa: Qual o futuro da privacidade de dados no Brasil, apresentou outras informações importantes, como:
- 95% dos acessos à internet são realizados por smartphones. Destes, 94% dos usuários utilizam a internet todos os dias.
- O acesso às redes sociais ainda é fator de motivação de conexão, seguido por fazer compras (68%), internet banking (66%) e assistir filmes/séries (63%).
- Temas relacionados a trabalho (47%) e estudo (46%) ainda têm menor preferência para utilização da internet.
Vazamento de dados x a troca de privacidade por benefícios
Marcos Fugita, sócio-líder de Managed Risk & Security Services da KPMG no Brasil, declarou que as organizações estão buscando fornecedores que ofereçam uma experiência cada vez melhor aos clientes. Por isso, tentam encontrar o ponto de equilíbrio entre personalização e assertividade, para que a fidelização ocorra.
De acordo com a KPMG, 94% dos entrevistados acreditam que as propagandas têm relação com os hábitos de pesquisas. Cerca de 79% sentem que elas se relacionam com conversas mantidas perto dos dispositivos. Contudo, ainda assim, 30% deles optam por continuar utilizando normalmente as redes e dispositivos. Por outro lado, 37% passaram a prestar mais atenção ao que falam perto do dispositivo.
Na escala de preocupação de 1 a 5 (sendo 1 “não me preocupo em nada” e 5 “me preocupo muito”), 88% dos usuários indicaram notas 4 e 5, revelando que estão preocupados com possíveis vazamentos de dados.