Há pouco tempo, a palavra do momento era metaverso. Foram criadas as metaprofissões e um mundo novo foi aberto diante dos nossos olhos. Hoje em dia, não há um minuto de conversa que não se fale do ChatGPT. Amado por uns e odiado por outros, a nova tecnologia ainda divide opiniões. Mas quando o assunto é mercado de trabalho, é preciso saber como o ChatGPT deve influenciar nos empregos que envolvem tecnologia. Para tanto, trouxemos alguns pontos importantes a respeito. Confira.
Definição
O ChatGPT foi criado com o objetivo de ser um gerador de conversas. Nesse caso, nada mais (e nada menos) que um protótipo especialista em conversas que utiliza inteligência artificial.
Com todo o investimento que vem recebendo, a OpenAI, tornou o ChatGPT um especialista em diálogos. Em outras palavras, esqueça tudo o que você já ouviu sobre atendimento digital, robôs e automação: o ChatGPT inaugura uma nova era da computação e da relação entre inteligência artificial e humanos.
ChatGPT na prática
De acordo com Filipe Bento, CEO da BR 24, a tecnologia viralizou devido à sua capacidade de adaptação ao mundo real. “O ChatGPT não tem somente a capacidade de produzir redações de qualidade, mas também de responder a perguntas e até mesmo gerar códigos de desenvolvimento de software”. Isto, segundo ele, impacta diretamente nos empregos da área de tecnologia.
Nas empresas, por exemplo, a aplicação será capaz de trazer o cliente mais para perto, uma vez que se trata de um atendimento 24 horas durante os sete dias da semana. “Ainda, haverá diminuição no tempo de espera, otimização de diferentes departamentos de espera e uma ajuda extra para o negócio aprimorar os seus produtos e serviços”, apontou ele em comunicado para a imprensa.
Vale ressaltar que, embora seja bastante independente, o ChatGPT precisa de pessoas para o aperfeiçoarem constantemente. E é justamente neste ponto que entra a questão-tema sobre como a inteligência artificial deve influenciar os empregos?
Para Filipe Bento, a resposta é bastante simples: “quanto mais entrosamento com humanos houver, mais o relacionamento será fortalecido e mais a máquina vai se aprimorar. O ChatGPT então demandará pessoas que saibam dialogar com ele”.
Recentemente, em entrevista para o Portal Correio Braziliense, Marcos Barreto, professor da Fundação Vanzolini e da Poli-USP, opinou sobre o assunto. De acordo com ele, todas as profissões que dependem da produção de algum tipo de texto podem ser impactadas e beneficiadas com o uso da aplicação. “Mas até profissões que escrevem menos textos, como a de médico, podem ser facilitadas. Um médico, por exemplo, pode ter uma receita melhor escrita, explicando a posologia”, comentou.
Mas afinal, como ficam os empregos?
De acordo com o professor Barreto, todo avanço tecnológico influencia diretamente no campo profissional. “‘Ah, o robô substitui o operário’. Não é bem assim. O operário continua sendo necessário, ele só vai realizar outras tarefas. Com o ChatGPT será parecido: a gente vai precisar de pessoas que revisem e validem os textos que são produzidos”, disse.
Para o professor de ciências de dados na empresa Let’s Data, Leon Sólon, o ChatGPT deve ser encarado como uma “ajuda extra” capaz de reduzir o tempo de aprimoramento de códigos, por exemplo.
Ele compara a aplicação com uma calculadora. “Nós sabemos somar e fazer contas de raiz, mas a diferença ao se usar a calculadora é que ela está sempre certa. Já no ChatGPT, se você não souber o que está fazendo, pode ser que aconteçam erros, mas, se souber, aumenta a produtividade”, destaca o professor.
Em outras palavras, sem a devida consciência humana, o uso do ChatGPT pode garantir o sucesso ou insucesso de um projeto.