Como o blockchain pode ser aplicado na cadeia de suprimentos

Como o blockchain pode ser aplicado na cadeia de suprimentos?

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Tecnologia vai gerar US$ 3.1 trilhões em novos negócios até 2030. Consultoria Gartner dá 4 lições de como aplicar blockchain na cadeia de suprimentos.



Por Redação em 16/03/2020

Tecnologia vai gerar US$ 3.1 trilhões em novos negócios até 2030. Consultoria Gartner dá 4 lições de como aplicar blockchain na cadeia de suprimentos.

O blockchain é promissor. Mesmo ainda em estágios iniciais em diversos mercados, a expectativa é que a tecnologia gere US$ 3.1 trilhões (R$ 15 trilhões) em novos negócios até 2030, segundo previsões da consultoria Gartner.

Atualmente, soluções baseadas na tecnologia incorporam apenas alguns de seus cinco elementos (distribuição em rede, criptografia, imutabilidade, criação de tokens para as trocas de valores e a descentralização). O que significa dizer que ainda não temos experiências “100% blockchain”.

Mas esse cenário é temporário, afirma a Gartner. Para a consultoria, o desenvolvimento de soluções completas de blockchain a partir de 2023. E, a partir da próxima década, ela deverá subir mais um degrau, incorporando Internet das Coisas (IoT), Inteligência Artificial (IA) e outras tecnologias.

Essa jornada de médio a longo prazo deve ser vista de forma positiva pelos líderes, principalmente os que trabalham na cadeia de suprimentos. Até 2022, 80% das iniciativas em blockchain no setor irão permanecer em um estágio de prova de conceito (PoC, na sigla em inglês).

O motivo é simples: os primeiros pilotos com a tecnologia para a cadeia de suprimentos utilizaram modelos que foram bem-sucedidos em outros setores, como fintechs, que já nasceram digitais. No entanto, para o setor de supply chain, a abordagem deve ser diferente, garante a Gartner.

Essa abordagem diferente pode ser resumida na captura de dados em produtos físicos, nas camadas de embalagem (que determina como um material específico deve ser embalado) e nos ativos de transportes (contêineres, chassis e reboques, por exemplo).

Entendendo melhor o que é blockchain

É bem comum associar o blockchain ao Bitcoin. Mas, na verdade, a tecnologia pode ir bem além disso, como já mostramos neste blog post do Mundo + Tech.

Na definição da Gartner, a tecnologia é:

“A possibilidade de duas ou mais pessoas, empresas ou computadores, que podem ou não se conhecer, troquem valor em ambientes digitais confiáveis sem um intermediário (como um banco) entre eles para validar ou proteger a transação.”

– Gartner

Esses ambientes digitais são confiáveis porque combinam tecnologias para formar um livro digital distribuído, que vai capturar e registrar as informações necessárias. Com isso, os usuários de uma rede blockchain conseguem interagir e realizar transações.

Assim, a tecnologia vai confirmar os participantes e validar que eles possuem os ativos que desejam trocar. Em seguida, vai registrar as informações da transação no livro-razão, cuja cópia é atualizada e mantida independentemente por cada usuário.

“A tecnologia permite criar registros imutáveis, com informações relevantes das transações, criptografados e vinculados entre si em blocos.”

– Gartner

Por que a adoção de blockchain no supply chain deve ser diferente?

No início deste blog post, citamos do desafio dos líderes da cadeia de suprimentos em capturar dados de diversas fontes. Porém, ainda há outra questão: como esses executivos podem digitalizar todo o ecossistema para ele ser compartilhado em uma rede blockchain?

Essa convergência entre físico e digital deve ser alinhada a uma estratégia que melhore a confiabilidade e a escalabilidade de todos os processos existentes na cadeia de suprimentos. Com a adoção de tecnologias, os líderes podem:

  • Integrar.
  • Automatizar.
  • Otimizar.
  • Sincronizar.
  • Cooperar.

Com a convergência finalizada, as companhias podem iniciar o processo de implantação de um piloto de blockchain. Será uma jornada, aponta a Gartner, que os líderes terão visibilidade do que é preciso mudar na organização antes de aproveitar a tecnologia de forma eficaz.

No entanto, antes de iniciar outro projeto, os líderes da cadeia de suprimentos devem identificar e estabelecer critérios-chave e opções de tecnologia para medir e capturar métricas e dados que possam indicar a maturidade da solução baseada na tecnologia.

4 lições para você considerar antes de experimentar o blockchain

Embora a maioria das iniciativas de blockchain não sobrevivam à fase piloto, a tecnologia vai fornecer novos estímulos para os líderes da cadeia de suprimentos realizarem análises mais amplas do processo e da tecnologia no setor.

De certa forma, o blockchain vai ser um agente de colaboração que vai obrigar uma empresa a avaliar em larga escala se sua estrutura e funcionários estão prontos para adotá-lo. Se você planeja experimentar a tecnologia, confira 4 lições sobre iniciar projetos pilotos, segundo a Gartner.

1. Avaliar os processos da cadeia de suprimentos

Muitas organizações não se concentraram o suficiente no tipo de decisões ou processos da cadeia de suprimentos que a tecnologia pode aprimorar. Muitas vezes, as organizações sabem da importância do blockchain, mas sem entender ou definir qual problema ele deve resolver.

As empresas precisam primeiro estabelecer seus processos e entender como a tecnologia pode complementar esses processos. Até porque, a depender da maturidade digital da companhia, ela pode não estar pronta para esse tipo de inovação.

2. Mantenha um escopo compacto dos projetos pilotos

Muitas iniciativas foram motivadas pelo medo das empresas de ficarem para trás. No entanto, elas não têm certeza em qual área e se a tecnologia deve ser adotada e acabam criando projetos pilotos para solucionar problemas complicados, como rastreabilidade de ponta a ponta.

Criar um projeto desse tipo pode até dar certo, mas somente se uma empresa tiver muito capital para investir e se sinta confortável com os riscos. Caso não tenha, esses problemas — como conseguir rastrear toda a cadeia — são grandes demais para um piloto.

A dica da Gartner é começar trabalhando em um pequeno grupo, com apenas algumas partes interessadas e definir claramente onde o piloto começa e termina.

3. Observe também a cultura, a governança e os processos

Para conseguir sentir os benefícios que a tecnologia irá trazer aos negócios será preciso passar por uma transformação cultural de todos os envolvidos nesse ecossistema: tanto das empresas que pensam em adotar o blockchain quanto os seus parceiros comerciais.

Como fiz a Gartner, é preciso deixar de lado “modelos ultrapassados de negócios, governança e processos.

Até porque a tecnologia vai oferecer benefícios limitados caso não haja uma mudança em aceitar uma rede descentralizada e distribuída.

4. Invista conforme o amadurecimento da tecnologia

Existem muitas empresas de ponta competindo no fornecimento de uma solução pronta para uso que seja: padronizada, escalável e sustentável. Também há uma pressão imensa nos fornecedores tradicionais de TI para acelerar o suporte ao blockchain em seu portfólio existente.

Para isso, a Gartner cita alguns pontos:

  • A expectativa é que essas soluções mudam no período de 18 meses.
  • Então o investimento deve ser feito proporcionalmente à medida que a tecnologia amadurece.
  • Por isso, a estratégia de implantação de um projeto piloto deve ser de curto prazo.
  • Assim você diminui significativamente os ricos quando o cenário do fornecedor mudar.

Principais destaques desta matéria

  • Blockchain deve gerar US$ 3.1 trilhões (R$ 15 trilhões) em novos negócios até 2030.
  • Segundo a Gartner, cadeia de suprimentos deve adotar tecnologia com abordagem diferente de outros setores.
  • Motivo é que muitas empresas, como as fintechs, já nascem digitais, enquanto as da cadeia de suprimentos transitam entre o físico e o digital.


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