Com a rápida evolução da tecnologia, as potências petrolíferas do Oriente Médio veem a inteligência artificial (IA) como uma grande oportunidade de investimento. As novas tecnologias disruptivas, como carros elétricos e computadores quânticos, representam uma oportunidade de entrar definitivamente no cenário global.
De acordo com o Valor, os países entendem a IA como forma de reduzir a “dependência de recursos naturais”. Segundo relatório da McKinsey, US$ 150 bilhões é o valor estimado que tecnologias de IA podem proporcionar aos países participantes do Conselho de Cooperação do Golfo (CCG), composto por Arábia Saudita, Bahrein, Catar, Emirados Árabes Unidos, Kuwait e Omã. Já o uso de IA generativa tem potencial para gerar entre US$ 21 bilhões e US$ 35 bilhões por ano, em negócios. “Para colocar isso em perspectiva, a IA generativa pode valer de 1,7 a 2,8% do PIB anual não petrolífero nas economias do CCG atualmente”.
Por outro lado, a Pwc projeta um mercado potencial de IA de US$ 320 bilhões no Oriente Médio até 2030.
Segundo a McKinsey, de todas as tecnologias de IA, a genAI capturou o maior interesse entre as organizações no mundo dos negócios e no setor público.
Data centers levam a aumento da demanda de energia
O movimento crescente da IA deu início ao boom dos “data centers“. Somente nos Estados Unidos, será necessário incrementar a capacidade em 47 gigawatts (GW) de energia até 2030. Destes, 60% serão provenientes de gás natural e 40% de fontes renováveis. Para o banco Goldman Sachs, isso poderá impulsionar o mercado de gás em até 50% nos próximos cinco anos.
Os data centers são mais que necessários para operar modelos de IA. Por isso, a energia representa 60% de seus custos operacionais. Pensando em suprir a demanda por energia, os países do Golfo possuem fontes de baixo custo (proveniente de combustíveis fósseis), assim como grande potencial para expansão da energia solar.
Além disso, o crescimento da IA é uma boa notícia para os produtores de petróleo, uma vez que o aumento da demanda por gás natural será crescente. Os países produtores de petróleo têm, em maioria, grandes reservas do produto.
Segundo a reportagem da Valor, uma consulta feita ao ChatGPT, por exemplo, pode consumir até dez vezes mais eletricidade do que uma busca típica no Google.
Produção de Chips
A corrida da IA também tem impactos geopolíticos. Os países do Golfo têm escassez de água, e isso dificulta a produção de chips na região. Executivos da Taiwan Semiconductor Manufacturing Co. (TSMC) estiveram nos Emirados Árabes Unidos para discutir a possibilidade da implantação de um complexo de fábricas da empresa em Taiwan.
A Samsung Electronics também está avaliando o início de novas operações de fabricação de chips na região.
Investimentos bilionários em IA no Oriente Médio
Alguns dos países mais ricos do Golfo estão buscando estratégias para garantir um lugar de liderança na corrida tecnológica. Nesse sentido, eles devem atrair talentos e startups. O Qatar Investment Authority (Autoridade de Investimentos do Catar) anunciou ,em fevereiro (2024), a criação de um fundo de US$ 1 bilhão para atrair startups.
A instituição também participa de grandes eventos globais com apresentações e grande número de reuniões agendadas. O Catar também terá sua própria edição de Web Summit, em fevereiro de 2025.