A economia digital está finalmente aqui, e o necessário para competir nela com maiores chances de sucesso vem se tornando mais claro a cada dia.
Está claro, por exemplo, que as empresas mais bem-sucedidas serão aquelas com um bom “alcance digital” – ou seja, com a capacidade de executar serviços digitais em qualquer lugar que seus negócios exigirem. E que as estratégias de investimento para TI refletirão os imperativos para que isso aconteça, tanto no curto quanto no longo prazo.
No curto prazo, a adoção da nuvem continuará a aumentar, com as empresas investindo mais e mais em ambientes híbridos e multicloud. Não por acaso, cloud computing e inteligência artificial (IA) dominaram as manchetes em 2019 e deverão continuar dominando em 2020, junto com edge computing e internet das coisas (IoT).
Multicloud é o novo normal. De acordo com o relatório “Adoção, visibilidade e gerenciamento da nuvem da AWS”, da Kentik, 58% das empresas ouvidas já estão usando uma combinação de Amazon Web Services (AWS) com Microsoft Azure e Google Cloud em suas soluções multicloud, de olho em benefícios como otimização de recursos e de custos. E elas dependerão cada vez mais do conhecimento externo para selecionar e gerenciar as melhores soluções em nuvem, com desempenho e segurança consistentes. O que tem colocado os brokers multicloud cada vez mais em evidência.
Por falar em segurança, ela se tornou um dos principais impulsionadores da adoção da nuvem híbrida, especialmente no segmento de serviços financeiros, bem como em governo e outros setores altamente regulamentados.
A nuvem também já oferece hoje o caminho mais popular para a aquisição de recursos de inteligência artificial (IA). Cada vez mais, as empresas estão vendo a IA como essencial para sua inovação e crescimento contínuos. A segunda edição da pesquisa “Estado Global da IA na Empresa”, da Deloitte, constatou que os adotantes iniciais da IA consideram essa tecnologia “muito” ou “criticamente” importante para o sucesso de sua empresa atualmente.
Em 2020, as empresas provavelmente implementarão cada vez mais a IA para gerenciar as interações com os clientes, desenvolver e testar produtos, personalizar produtos e serviços, fornecer equipamentos conectados e permitir um envolvimento mais profundo dos assistentes pessoais nas atividades diárias dos consumidores.
Nas projeções da IDC, até 2025 a IA será inevitável. Um ingrediente-chave em 90% dos novos aplicativos corporativos e mais da metade de todas as interações da interface do usuário.
Da mesma forma, a edge computing vem se tornando um facilitador fundamental para outras tecnologias emergentes, como a internet das coisas. A IDC prevê que, em três anos, 45% dos dados gerados pela IoT serão armazenados, processados, analisados e acionados próximo ou na borda das redes. Isso será amplamente impulsionado por aplicativos de IoT em setores como manufatura, varejo, saúde, energia, serviços financeiros, logística e agricultura.
Essa esperada explosão dos dispositivos de Internet das Coisas (IoT), combinada com a maior portabilidade do poder de computação e das ferramentas orientadas por IA, farão com que, até 2023, mais de 50% da nova infraestrutura de TI corporativa migrem para a borda da rede, em vez de estarem nos datacenters corporativos. Bem acima dos 10% atuais. Até 2024, o número de aplicativos na borda aumentará 800%.
Na opinião de Paul Sallomi, líder global no setor de Tecnologia, Mídia e Telecomunicações da Deloitte, estamos no momento certo para as empresas considerarem seriamente explorar as vantagens do processamento de dados localmente, como latência reduzida e custos de largura de banda mais baixos.
Todos os setores precisam desenvolver a capacidade de implantar rapidamente recursos de TI em locais mais próximos de onde os dados estão sendo gerados. A necessidade de reduzir a latência, garantir a resiliência local no serviço de TI e garantir a soberania dos dados são os principais motivos por trás da implantação da infraestrutura de TI em locais críticos.
Mas as razões para implantar o serviço de TI na extremidade estão mudando rapidamente de atender às expectativas e conveniência do cliente (pense na Netflix e na entrega de conteúdo) para dar suporte a casos de uso de ponta mais críticos (pense em cirurgia assistida por AR ou veículos autônomos).
Em resumo, já em 2020 todas as empresas precisarão começar a operar da mesma maneira que os líderes nativos do digital, se quiserem prosperar. Nesse sentido, compreender e provisionar as plataformas que sustentarão, avançarão e escalarão negócios e operações, serão tarefas essenciais para todos os negócios.
No longo prazo, a transformação de praticamente todas as empresas em fábricas de inovação digital levará a uma explosão sem precedentes de aplicativos e serviços digitais. Toda empresa viável se tornará uma plataforma, com uma comunidade de desenvolvedores terceirizados à sua volta, para ampliar seu valor além do seu alcance direto.
O pensamento de plataforma é uma mudança fundamental na estratégia de negócios, indo além da diferenciação e preço dos produtos e em direção à criação de valor baseada no ecossistema. É também uma resposta sustentável a longo prazo às novas realidades da economia digital, na qual as organizações se transformam digitalmente em empresas nativas digitais.
Mas criar e gerenciar uma plataforma digital será um requisito crítico – e desafiador. A plataforma será onde o futuro do software, infraestrutura e conectividade evoluirá e onde a borda será acessada, integrada e otimizada. Não por acaso a meta de toda empresa, segundo a IDC, deverá ser se tornar hiper-veloz, hiper-escalonada e hiperconectada.
Muitas já estão nesse caminho, de acordo com a IDC, por já terem entendido que sua sobrevivência dependerá muito da capacidade de criar e aprimorar serviços e experiências digitais a uma taxa 100 vezes mais rápida do que a atual.
Então, se você ainda não está conectando nuvens, entre locais e entre fornecedores, e trabalhando sério para tornar sua empresa uma fábrica de inovação digital de grande escala e alto desempenho, melhor correr.