A maturidade de adoção da nuvem é grande, mas boa parte das empresas ainda vive dilemas frequentes com os ambientes on-premise (quando a infraestrutura, customização, configuração e atualização são de responsabilidade da equipe interna). A avaliação é de Gustavo Villa, gestor de portfólio de cloud computing da Embratel. Segundo ele, neste cenário, muitas organizações acabam tendo ambientes híbridos.
“O desafio é como fazer a migração, como ir para a nuvem de forma mais acelerada”, comentou Villa durante live da Maratona Soluções Digitais 2021. Ele citou dados de uma pesquisa realizada pela Flexera, com 750 profissionais de TI ao redor do mundo, questionados sobre as principais dificuldades para essa jornada. “A grande preocupação relatada foi a segurança, no sentido de como fazer a migração de forma segura, além da gestão de gastos”, explicou.
De fato, o relatório Flexera 2021 State of the Cloud destaca que o uso de soluções em nuvem cresceu de forma expressiva durante a pandemia, que acelerou a digitalização. No entanto, o levantamento ressalta que “os entrevistados gastaram mais do que nunca com a nuvem neste ano, mas continuam lutando para prever os gastos com precisão, pois excedem significativamente seus orçamentos”. O material também ressalta que 92% das empresas têm uma estratégia de várias nuvens e 82% delas optam pela nuvem híbrida.
O verdadeiro valor da nuvem
Marco Feliziani, consultor de governança cloud da Embratel, menciona que algumas empresas ainda têm dificuldades em entender a importância da nuvem para os negócios. “Algumas estão em um modelo mais lento, utilizando recursos de computação internos. Mas tudo depende da definição de suas estratégias”, afirmou. Em sua avaliação, não existe um modelo de transição ideal, pois isso pode ser diferente de acordo com os objetivos estabelecidos.
“A decisão sobre a melhor estratégia depende da maturidade da empresa. A migração deve ser baseada nas metas da organização, considerando os impactos que tal mudança trará ao negócio”, explicou.
Outro ponto destacado por Feliziani é a sustentabilidade propiciada pela migração. “Hoje, a preocupação com o consumo de energia elétrica nos data centers é muito grande, falamos em green computing, e a migração para a nuvem contribui para a eficiência energética das empresas de forma mais inteligente”, afirmou.
Para Vinicius Neves, coordenador de novos projetos e governança na Claro Digital, a aceleração tecnológica precisa ser planejada, mas as empresas não podem perder a oportunidade de capitalizar e acelerar o seu negócio.
Quando usar cada solução?
Migração em massa ou pontual? Essa é uma dúvida comum, segundo Feliziani, pois “as empresas precisam traçar planos de migração, que podem ser baseados em frameworks de mercado”, disse ele. Segundo ele, é essencial fazer o mapeamento e as amarrações necessárias na infraestrutura para as aplicações, além de capacitar as equipes e criar metodologias.
“A cloud surge em um cenário de oportunidades”, disse Neves, mencionando que muitas empresas deixam de investir na tecnologia, mas acabam perdendo negócios relevantes.
A respeito de custos, ele destaca que a cloud é mais barata do que a administração “dentro de casa”, isto desde que as empresas saibam fazer a administração. “É mais barato ter um carro, alugar um ou andar de Uber? Isso vai depender da necessidade e cenário de cada um”, comparou. “Ir para a nuvem é um processo constante, e as empresas precisam permanecer otimizando isso”.
Gustavo Sanoani, coordenador CCoE, Cultura DevOps e MultiCloud na Claro, pontua que uma das grandes dificuldades é fazer com que as empresas compreendam o que a solução pode agregar para o negócio. “Às vezes, as organizações não entendem quanto tempo a automação economiza e, por isso, preferem manter os controles de forma manual. Porém, as atualizações são dinâmicas e a automação é determinante para a agilidade e redução de custos”, ressaltou. Segundo ele, a nuvem oferece vantagens como acesso de qualquer lugar, sem a necessidade de um profissional 100% do tempo dedicado, atualizações frequentes e segurança.
Vale destacar que a Embratel está ampliando seu portfólio MultiCloud, com o lançamento do Claro Cloud, uma solução de Nuvem Federada com conectividade de rede, segurança de alto nível e desempenho sólido, com infraestrutura em mais de dez países.