Recentemente, algumas das maiores fabricantes de computadores e smartphones (Apple, Microsoft e Google) anunciaram uma nova era de equipamentos com inteligência artificial (IA). Segundo as empresas, computadores e telefones serão capazes de automatizar tarefas diversas, entre elas editar fotos ou enviar os parabéns a um amigo que está fazendo aniversário. No entanto, para que a evolução da IA funcione na prática, o usuário deverá permitir acessos e informar dados pessoais mais completos.
Na prática, um computador que utiliza o sistema operacional Windows, por exemplo, fará capturas de telas de tempos em tempos (em um curto espaço de tempo), registrando as atividades do usuário. Já o iPhone fará a coleta de dados via aplicativos mais utilizados, e o Android poderá ouvir uma ligação em tempo real e emitir alertas sobre golpes.
De acordo com a Folha de São Paulo, o risco disso é que os usuários poderão expor novos dados pessoais (mais completos) e as novas tecnologias que utilizam inteligência artificial poderão capturar e processar esses dados com facilidade. Ou seja, serão novas e significativas implicações sobre a privacidade do usuário.
A interoperabilidade entre sistemas e aplicativos é uma tendência que está cada vez mais em prática. E em teoria, isso só acontece com a devida permissão do usuário. Contudo, o advento da IA cria novas possibilidades de integrações e resolução de problemas, especialmente os mais simples. Mas para isso, os fabricantes de sistemas operacionais, tanto de telefones quanto de computadores, precisarão acessar de forma contínua os dados dos usuários.
Cliff Steinhauer, diretor da National Cybersecurity Alliance, organização sem fins lucrativos especializada em cibersegurança, falou a respeito das estratégias de IA usadas pelas corporações. Para ele, o fato é: “eu me sinto seguro dando informações a essa empresa?”, questionou.
Evolução da IA
Empresas como Apple, Google, Microsoft, entre outras gigantes de tecnologia, reformularam as próprias estratégias de produtos e investiram alto no desenvolvimento de novos serviços baseados em inteligência artificial.
Apesar disso, segundo alguns especialistas, há um risco potencial para a segurança, quando se trata de produtos desenvolvidos com base em IA, especialmente porque, em maioria, o processamento não é suficiente e o equipamento precisa de uma ajuda extra para processar os comandos (fora do próprio acessório).
E esse é um ponto de alerta. Com a automatização de funções mais complexas, como retirar fundos de fotos, por exemplo, os sistemas precisarão de mais capacidade para o armazenamento e processamento de dados. E neste caso entram em cena os data centers, ou seja, ambientes externos ao seu equipamento.
Na maioria dos casos, as empresas têm políticas internas de segurança que garantem a privacidade do usuário.
Apesar disso, recentemente a Apple declarou que tem um equipamento que processa dados em IA em seus aparelhos em fase de testes. Já a Microsoft afirmou que está levando a IA para os notebooks com o sistema operacional Windows, chamado de Copilot+ PC. Segundo a Microsoft, ele manterá os dados privados e seguros. O Google também anunciou um novo pacote de serviços de IA, entre eles, um detector de fraudes telefônicas.