Saiba como a tecnologia ajudou a construir partes de um residencial nos Estados Unidos que oferece moradia permanente a preço mais acessíveis aos moradores
Quando a tecnologia faz a diferença na vida das pessoas é algo que deve ser comemorado e comentado. O mais recente benefício social vem da impressão 3D, a tecnologia que deixa todo mundo impressionado com a quantidade de coisas que podem ser feitas por ela. Todo mundo mesmo: das pessoas comuns às corporações, passando pela pesquisa acadêmica.
O déficit habitacional é um problema mundial. Então, por que não utilizar a tecnologia para dar uma casa para quem mais precisa? Nos Estados Unidos, empresas e voluntários tiveram a ideia de unir tecnologia e solidariedade para criar o Community First! Village, projeto social que oferece moradia permanente e acessível e uma comunidade de apoio para pessoas que estão prestes a deixar de ser sem-teto.
Com um investimento de US$ 18 milhões de dólares, a startup Icon, responsável pela parte “tecnológica” do projeto, conseguiu realizar a construção de um centro de boas vindas e um conjunto de 6 casas, cada uma com um layout diferente, para diferentes tipos de necessidades dos moradores.
Além de oferecer moradia permanente e a preço mais acessíveis, o Community First! Village também se preocupa em proporcionar um senso de comunidade, para que as pessoas, que antes estavam à margem da sociedade, se sintam integradas. O CEO da Icon, Jason Ballard, afirma que a missão do projeto é ‘’fazer casas dignas e acessíveis para todos, em qualquer lugar.’’
A casa 3D que alia robótica, automação e um concreto especial
As casas construídas a partir da impressão 3D só saíram do mundo das ideias porque aliou robótica, manuseio automatizado de materiais, softwares avançados e um tipo de concreto customizado (semelhante à imagem que ilustra esse post) que, segundo a startup, permite uma impressão rápida de casas com uma estrutura sólida e a um custo mais baixo.
Os materiais usados na construção são considerados mais resistentes a desastres naturais, como furacões, algo que acontece com alguma frequência naquele estado norte-americano.
O vídeo abaixo traz alguns projetos de casas impressas em 3D, incluindo o realizado no Texas e que estamos falando nesse post (a partir dos 7:55).
Além das casas, o centro de boas-vindas da comunidade também foi construindo por uma impressora 3D. Em 2019, quando começou a ser construída, a estrutura de 46m² foi impressa em incríveis 27 horas ao longo de alguns dias.
O primeiro morador de uma casa impressa em 3D
Tim Shea, um morador de rua de 70 anos recuperado do vício de heroína, é a primeira pessoa a viver em uma casa impressa em 3D na Community First! Village, de acordo com matéria publicada no New York Post. Sua casa conta com um banheiro, uma sala, um quarto, cozinha e uma larga varanda.
“Eu costumava fugir das mesmas pessoas que agora eu estou indo na direção. Quem já esteve dos dois lados da cerca sabe que algumas pessoas só precisam de um pouco de encorajamento e apoio’’, relata Shea.
Para ele, morar na comunidade mudou sua vida e ofereceu um ‘’senso de segurança’’. Com a casa, Shea também se envolveu em novas atividades com outras pessoas, reforçando o lado social do projeto.
Quais outros setores podem ser impactados com a tecnologia 3D
As casas de baixo custo destinadas a sem tetos nos Estados Unidos dão uma dimensão de como a tecnologia pode impactar o setor de construção civil. Quem sabe, em breve, poderemos ver um dos problemas crônicos do nosso país ser resolvido com esta tecnologia?
O Brasil já tem a sua primeira casa modelo impressa em 3D. Ela faz parte do projeto 3DHomeConstructing, que tem a startup InovaHouse3D como incentivadora. O projeto foi feito em Natal, no Rio Grande do Norte, e pode-se dizer que ainda está em fase experimental. Leia um pouco mais sobre a iniciativa aqui.
Mas, onde mais a impressão 3D pode fazer a diferença? Um relatório do Fórum Econômico Mundial de 2018 estimava que, até 2022, 49% das empresas brasileiras pretendiam investir nesse tipo de tecnologia.
Um dos setores que mais devem investir em impressão 3D é o de saúde. A tecnologia pode ajudar na simulação de cirurgias ortopédicas e na impressão de órgãos, pele, artérias e ossos para o desenvolvimento de pesquisas.
A impressão 3D pode ajudar, ainda outros setores, como por exemplo:
- Aeroespacial: peças com diversos tamanhos e complexidades, resistência e leveza.
- Indústria: criação de produtos personalizados, redução de custos e tempo com prototipagem, produção e logística.
- Educação: impressão de modelos mais realistas de esqueletos e mapas para complementar as informações de livros utilizados na sala de aula.
- Moda e design: impressão de peças de roupas e acessórios que podem expandir ideias antes vistas somente na tela de um notebook ou tablet.
Principais destaques dessa matéria
- Tim Shea, um ex-morador de rua da cidade de Austin, nos Estados Unidos, é o primeiro morador de uma casa construída por impressão 3D.
- Tecnologia utiliza robótica, automação e um concreto especial. Fabricante garante casas resistentes, construídas a um custo e tempo menor.
- Brasil já tem a sua primeira casa modelo construída a partir de uma impressora 3D.