A primeira grande mudança no setor bancário, em relação ao Open Finance, veio com a LGPD (Lei Geral de Proteção dos Dados). Os clientes passaram a ser donos dos seus próprios dados, ou seja, o histórico financeiro. O Open Finance é o movimento que permite que os clientes autorizem o acesso de instituições financeiras aos seus dados bancários.
Com o avanço da tecnologia, por meio de APIs, esses dados ou informações podem transitar entre as instituições autorizadas de forma rápida e segura. De acordo com o relatório da Finansystech, a autorização ou consentimento do cliente é um dos pilares do sistema. Para o Banco Central, essa é uma forma de implementar o ecossistema e aumentar a competição entre instituições, beneficiando o consumidor final.
A personalização da jornada do cliente é uma das possibilidades que o Open Finance proporciona às instituições, uma vez que, com a devida análise de dados, a empresa consegue analisar o comportamento do consumidor e tem condições de oferecer a oferta mais adequada ao perfil do cliente. Nesse sentido, o relatório da Finansystech deixa claro que o Open Finance é, acima de tudo, um universo de novas oportunidades tanto para as instituições quanto para os clientes.
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Impactos do open finance
A abertura de dados movimentou o setor e os impactos podem ser mensurados mesmo com o pouco tempo de existência. De acordo com a Finansystech, já são mais de 20 milhões de usuários únicos e um universo de empresas que estão se adaptando para oferecer soluções inovadoras todos os dias.
Em matéria do Estadão, foi publicado que, depois do Open Finance, o Banco do Brasil já ofereceu um aumento de R$ 700 mi em limites para seus clientes. O Bradesco, por outro lado, permite que as transações Pix em seu ambiente sejam feitas com saldos de outros bancos. O recurso começou a ser disponibilizado no app do banco, e é autorizado pelo Banco Central. Homologado como iniciador de pagamentos, é o primeiro banco a oferecer o recurso no país.
Já no Mercado Pago, até o ano passado (2022), mais de 600 mil clientes já usavam soluções via Open Finance.
Um dos pontos positivos da solução é que os consumidores podem ser beneficiados com a competição entre bancos e instituições financeiras. Nesse sentido, podem optar, por exemplo, pela instituição que oferecer as menores taxas de juros.
A Pesquisa Febraban de Tecnologia Bancária 2023, realizada em parceria com a Deloitte, revelou que a inteligência artificial está na mira dos especialistas em tecnologia da informação bancária. Com o aumento do Open Finance por parte dos clientes, aumentou também a preocupação com segurança cibernética, automação e a eficácia dos assistentes virtuais. De acordo com a Febraban, as instituições terão o compromisso de se reinventar, combinando tecnologias inovadoras e serviços diferenciados e customizados aos clientes.