Parceria Editorial
Com tecnologia disponível para agilizar os processos e otimizar não somente o atendimento, mas também o acompanhamento e necessidades específicas de cada paciente, as startups da área de saúde (conhecidas como healthtechs) estão ganhando espaço no mercado.
O crescimento acelerado dessas empresas foi alvo de um dos debates ocorridos na 8ª edição do evento Saúde do Brasil, promovido pela Embratel, em parceria com a Folha de São Paulo e a Fenasaúde. Durante o seminário, que aconteceu em setembro de 2021, o consenso foi de que a digitalização já faz parte do segmento e traz soluções essenciais não somente para os gestores de saúde, mas também para os pacientes.
As consultas online são apenas uma pequena ponta do iceberg, na verdade. As soluções de telemedicina vão muito mais além, incluindo serviços capazes de fazer o monitoramento remoto de pacientes em UTIs, com controle de equipamentos, além de estratégias mais eficientes para gestão hospitalar, laboratorial e de planos de saúde.
Melhoria do atendimento para os pacientes
O principal benefício da tecnologia é a melhoria do atendimento. Com dados sobre a saúde do paciente, os médicos conseguem ter condutas mais assertivas ao longo do tratamento, além de terem bases para orientações à distância — o que acaba sendo uma forma de democratizar os serviços, uma vez que nem sempre as pessoas têm acesso a determinadas especialidades médicas ou serviços.
Por exemplo, existem cidades em que não há médicos especialistas em determinadas áreas, mas a telemedicina viabiliza o acesso dos pacientes, por não demandar a necessidade de inúmeras viagens para o atendimento. Assim, uma pessoa que reside em uma região isolada consegue se consultar com um especialista sem a necessidade de viajar para outra cidade ou estado, o que promove maior aderência ao tratamento.
Essa é somente uma das vantagens da digitalização no setor de medicina, mas os benefícios são inúmeros, tanto para os profissionais de saúde, quanto para o prognóstico do paciente.
Healthtechs surgem com novos serviços
Dentro deste contexto, diversas inovações estão surgindo na área de saúde. Durante o evento Saúde do Brasil, alguns especialistas apresentaram exemplos de como a tecnologia colabora para a melhoria do atendimento e, por consequência, da qualidade de vida dos usuários dos serviços.
Para Rodrigo Demarch, diretor executivo de inovação do Hospital Israelita Albert Einstein, a tecnologia tem sido um diferencial no atendimento dos pacientes. “No entanto, as empresas que trazem inovações para o segmento precisam ter não somente ideias estratégicas e tecnologias inovadoras, mas também investimentos para a aplicação dos serviços”, ressaltou, mencionando também a importância do capital intelectual.
“Nossa missão é levar assistência de qualidade para as pessoas, e as startups podem ajudar nisso. Porém, são empresas que precisam ganhar maturidade no mercado”, pontuou.
Competição
Um ponto interessante das healthtechs é que os novos serviços podem fomentar a competitividade no mercado. Ao trazerem soluções que melhoram e agilizam os atendimentos, essas empresas se colocam como concorrentes diretas dos planos de saúde.
Para Pedro Carneiro, diretor da ACE Startups, o grande diferencial das empresas que começam a atuar no setor, com tecnologia, não é a digitalização em si (embora ela seja primordial), mas o fato de colocar o paciente no centro das atenções. “Hoje, o segurado de um plano de saúde tradicional precisa ir atrás de médicos, marcar consultas e exames, pedir reembolsos e autorizações. Tudo poderia ser mais simples e acessível com tecnologia”, destacou.
Além disso, Guilherme Salgado, diretor do grupo 3778, destaca que as inovações facilitam o trabalho dos profissionais de medicina. “Com isso, o atendimento é mais ágil, as decisões sobre condutas clínicas são melhor esclarecidas e os profissionais do setor acabam ficando mais empoderados, com os dados e ferramentas disponíveis”, disse.
Cibersegurança na saúde
Além da necessidade de proteção de dados, o setor de saúde apresenta várias vulnerabilidades. Por isso, Ana Cláudia Ferraz, diretora de vendas da Embratel, destaca que as soluções em cibersegurança e privacidade são essenciais.
“Os dados devem ser anonimizados e somente utilizados em caso de necessidade, por exemplo, quando um profissional de saúde precisa ter conhecimento do histórico do paciente”, explicou.
Embora os dados possam trazer benefícios coletivos – por exemplo, gerando informações sobre determinados problemas e condições de saúde de um público específico, o que permite aos médicos adotarem as melhores condutas – Ana Cláudia ressaltou que o consentimento do cliente para compartilhamento de registros é fundamental, segundo a Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD).