Um fato sobre a humanidade é que, à medida que evoluímos, as tecnologias evoluem também. Conceitos como metaverso, links neurais, e chatbots, por exemplo, hoje totalmente automatizados, atingem o limite entre realidade e automação. Nesse sentido, especialistas da Cornerstone University, realizaram mais uma edição da Wisdom Conversations, uma série de conversas que trazem à tona temas globais urgentes, como a rápida evolução da tecnologia. Foi durante o encontro que especialistas colocaram a inteligência artificial “em seu devido lugar”.
O tema Ser Humano e Inteligência Artificial foi moderado pelo cientista político e presidente da da Cornerstone University, Gerson Moreno-Riaño, e discutido por R. David Edelman, acadêmico do MIT; James Meeks, cofundador e co-CEO da Iris Technology; e Joanna Ng, ex-IBM e empreendedora de IA.
Entre os assuntos abordados, o avanço da utilização da inteligência artificial se destacou. Para Edelman, inteligência artificial não é mágica, mas sim, “matemática e código”. Ele enfatizou que a inteligência artificial é uma máquina previsível.
Já Meeks afirmou que a IA não se trata de algo artificial ou inteligente, mas sim de algo incrivelmente rápido.
A IA em seu devido lugar
Apesar das afirmações sobre o conceito de IA, todos os participantes da discussão esboçaram preocupações sobre a possibilidade de a inteligência artificial se tornar uma ferramenta superior aos humanos. No entanto, todos colocaram a IA em seu devido lugar.
Contudo, Edelman observou que “é a supervisão humana a única coisa que pode impedir que a IA se torne o mestre”. Já Meeks questionou sobre a titularidade da IA. “Quem é o dono da tecnologia? Somos donos da tecnologia ou ela nos possui? Acostumamo-nos a ser propriedade da tecnologia”, disparou.
Para Joanna Ng, a IA não foi projetada para representar nem lidar com a verdade absoluta. “A única versão da verdade na IA é a matemática e estatisticamente derivada e implícita dos seus dados. Quando a IA implica a ‘verdade’ dos dados, é perigoso porque quando os dados são tendenciosos, a recomendação é tendenciosa”, declarou.
De acordo com a fala de Meeks, a tecnologia deve funcionar para o ser humano e não de forma contrária. Segundo ele, esta é uma grande possibilidade para se usar a tecnologia de forma próspera.
Apesar disso, Edelman alertou sobre os avanços tecnológicos da inteligência artificial. “Temos esse instinto, como humanos, de ver essa tecnologia como algo fora de nossa compreensão e influência. A IA é um produto de nossa própria criação. Não é mágica: é matemática e código, que projetamos e podemos controlar. Nos últimos meses, a IA tornou-se utilizável para todos nós, pois dedicamos tempo e esforço”.
Joanna Ng encerrou sua participação com um chamado ao público: “A primeira coisa a não fazer é ter medo. A segunda coisa é assumir a responsabilidade e aprender como usar a IA para o bem. Desenvolva o pensamento crítico e de princípios. A IA se prende ao fenômeno de que os dados são verdadeiros. Você precisa saber a verdade absoluta em resposta aos dados. Afirmar a verdade é fundamental”, ressaltou.