O uso da inteligência artificial (IA) tem vários desdobramentos e um deles é o impacto ambiental do alto consumo de energia dos data centers que hospedam esse tipo de tecnologia. A oferta de modelos energéticos sustentáveis é uma das preocupações dos especialistas do Instituto de Engenheiros Elétricos e Eletrônicos (IEEE), segundo reportagem da revista Exame.
E não faltam razões para isso, de acordo com o IEEE. Dados atuais mostram que gerar uma única imagem usando um modelo de IA de alto desempenho pode consumir uma quantidade de energia capaz de carregar um smartphone por completo. As informações fazem parte do estudo da startup de IA Hugging Face e da Universidade Carnegie Mellon.
Outro dado, agora do Fundo Monetário Internacional (FMI), indica que as consultas ao ChatGPT consomem 10 vezes mais eletricidade do que uma pesquisa no Google. A estatística foi divulgada em agosto de 2024 e considera a demanda energética dos data centers envolvidos com o processamento de IA.
As Big Techs também já apuraram o quanto a IA pesa na balança de sustentabilidade. De acordo com a Exame, o Google teria registrado um aumento de 50% em suas emissões de carbono em função da IA em 2023, em comparação com 2019. No caso da Microsoft, o crescimento teria sido 30% desde 2020.
Brasil é alternativa para IA verde
Entre as opções de sustentabilidade da IA – ou a adoção de uma IA verde – está o Brasil. Isso mesmo. De acordo com o site Jota, a regulação de IA verde abre oportunidades para o país.
Em função de sua matriz elétrica limpa, o Brasil surge como uma alternativa para o atendimento de parte da demanda das empresas de IA, sem demandar o uso de combustíveis fósseis ou outras fontes. Já temos, inclusive, o Plano Brasileiro de Inteligência Artificial (PBIA), que prevê um programa específico para sustentabilidade e energias renováveis para a IA.
Segundo o site, dentre as ações previstas está o incentivo à implementação de infraestrutura energética sustentável e eficiente para data centers e instalações de IA de menor impacto ambiental.