Tema recorrente do Web Summit Rio, a Inteligência Artificial (AI) também foi analisada como ferramenta de aumento de eficiência. O brasileiro Igor Marinelli, fundador e co-CEO da Tractian, e a portuguesa Daniela Braga, fundadora e CEO da Defined.ai, mostraram casos reais que confirmam a AI como aliada.
Os exemplos incluem desde a transcrição de texto, usada por profissionais de imprensa, ao sensoriamento de motores com base em sensores de vibração.
“Ajudamos indústrias como a John Deere e Hyundai a prever quando seus ativos podem falhar e a ajudá-las a ter uma manutenção mais precisa”, resume Marinelli, que tem um histórico de desenvolvedor na linguagem PHP desde a adolescência. Essa base o permitiu migrar o conhecimento adquirido para sua empresa atual, que usa o AI como recurso combinado para analisar, diagnosticar e dar um direcionamento aos usuários das ferramentas da companhia.
“Vamos muito fundo na mente do técnico que opera a máquina, proporcionando a ele, de forma assertiva, saber exatamente o que está acontecendo com o equipamento. Essencialmente é o uso da AI como se fosse um raio-X, que pode indicar, por exemplo, problemas como desalinhamento de motor ou a falta de lubrificação em bombas hidráulicas”, detalha Marinelli.
De acordo com ele, informações como essas permitem indicar aos técnicos o que está exatamente acontecendo com as máquinas, evitando a inatividade dos equipamentos e, consequentemente, aumentando a eficiência. Nesse processo, vários custos também são reduzidos não só pelo aumento de produtividade, em função da manutenção preditiva, como ainda o controle de estoques de peças, que pode ser otimizado.
“Inteligência Artificial tem aumentado a eficiência de processos”
Daniela, que lidera o que ela chama de um marketplace online, onde profissionais de AI podem oferecer ou comissionar serviços relacionados ao tema, identifica várias áreas onde a Inteligência Artificial tem aumentado a eficiência de processos. Uma delas é a automação do fluxo aeroportuário.
“Posso dizer isso porque passo por muitos deles no mundo e, portanto, conheço bem como são as etapas de validação da documentação”, explica. “Já temos reconhecimento facial na maioria das fronteiras”, completa. Embora ressalte a necessidade de políticas de privacidade aplicada aos dados coletas no fluxo dos aeroportos, Daniela lembra que os despachos alfandegários são uma área potencial de melhoria com a AI.
Outra fronteira de aplicação em curto prazo envolve serviços de entrega, como os operados pela Amazon, e que estão se tornando comum na Europa e Estados Unidos. “São coisas tão pequenas e fáceis que podem ser replicadas”, acredita.
Em médio prazo, a especialista acredita que serviços remotos de saúde podem ser um nicho de aplicação de AI, com ganhos de eficiência. Isso incluiria países desenvolvidos, com população mais envelhecida, e mesmo nações subdesenvolvidas, onde a falta de profissionais para atendimento poderia ser melhorada com suporte de recursos de AI.