Como a Inteligência Artificial ajuda na produção de fake news?
O uso de Inteligência Artificial tem sido tema de várias discussões no ecossistema de inovação, principalmente do ponto de vista ético. Mas como esta tecnologia pode ter um caráter destrutivo? Na semana passada, a openIA, organização sem fins lucrativos para estudar ética e segurança da Inteligência Artificial, anunciou um software capaz de redigir artigos de maneira autônoma: o GPT-2. O problema, segundo Jack Clark, um dos dirigentes da ONG, é o “potencial destrutivo” da solução. Isso porque o GPT-2 utiliza IA para escrever textos falsos, daí o motivo da openIA não abrir os códigos do programa para a comunidade. O GPT-2 foi treinado com 10 milhões de textos, o equivalente a 40GB de dados. O programa foi capaz de produzir um artigo de sete parágrafos cujo tema era “Um vagão de trem com material nuclear foi roubado em Cincinnatti. Seu paradeiro é desconhecido”. Para a openIA, o GPT-2 é uma máquina de produção de fake news porque ele gera narrativas altamente verossímeis. A instituição atentou também que o barateamento de GPUs (processadores que renderizam gráficos), as inúmeras imagens gratuitas disponíveis na internet e a evolução da Inteligência Artificial são fatores que levam à produção não só de textos falsos, mas de vídeos e de áudio também. O lado positivo é que as empresas já estão cientes deste problema e desenvolvem algoritmos que consigam detectar a veracidade desses conteúdos.
Estabelecimentos brasileiros são alvos de campanha de malware
Foi o que descobriu a equipe de threat intelligence da Tempest, empresa especializada em segurança da informação e combate a fraudes digitais. A empresa identificou um ataque que roubou mais de 2,3 milhões de informações de cartão de crédito e débito de 2.600 sistemas de estabelecimentos comerciais no Brasil. O malware capturava os dados dos cartões que foram usados em sistemas de ponto de vendas (PDV). Ao menos 10 operadores diferentes controlaram esta campanha, confirmou a Tempest. Embora a empresa não tenha afirmado como o malware foi instalado nas máquinas, o golpe foi considerado simples e de baixa complexidade. O ataque também não trouxe maiores prejuízos, já que os dados roubados não foram vazados e nem resultaram em alguma fraude. A Tempest já informou a bancos, estabelecimentos e comunidade de segurança sobre a campanha de malware para evitar problemas futuros.
Sistemas do Canva também são alvos de ataque
O Canva, site de ferramentas de design gráfico, também esteve na mira de hackers. Na última sexta-feira (24), os sistemas da empresa foram atacados. Em e-mail enviado aos assinantes gratuitos e pagos do serviço, o Canva informou que “tomamos as medidas necessárias para identificar e solucionar a causa do problema”. Ainda segundo a empresa, os cibercriminosos conseguiram acessar nomes de usuários e endereços de e-mail cadastrados na plataforma. Os hackers também tiveram acesso a senhas cifradas, mas o Canva utiliza um algoritmo de Hash (explicamos nessa matéria) e um sal com bcrypt (um método de proteção de senha) em todas elas. “Isso significa que as senhas dos nossos usuários continuam ilegíveis para terceiros […], porém, seguindo as melhores práticas, recomendamos que você muda a sua senha do Canva”, disse a empresa em e-mail enviado.
A realidade aumentada pode mudar o comportamento do consumidor?
Para pesquisadores da Universidade de Stanford (Estados Unidos), sim. Eles descobriram que as interações de um consumidor dentro de um ambiente de realidade aumentada (RA) influencia como essa pessoa vai se comportar e agir no mundo físico. O estudo contou com 218 participantes em três linhas de pesquisa. Em duas, as pessoas interagiam com um avatar virtual, que se sentava em uma cadeira de verdade na frente delas. Já a outra linha analisava os sinais sociais gerados a partir da interação com o avatar. O resultado foi que todos os participantes sentaram em uma cadeira ao lado de onde o avatar estava “sentado” e 72% decidiram sentar em outra cadeira não “usada” pelo avatar mesmo fora do ambiente de RA. “Descobrimos que o uso de RA pode mudar onde você anda, como vira a cabeça, como você se sai bem em tarefas e como se conecta socialmente com outras pessoas físicas na sala”, disse Jeremy Bailenson, professor de comunicação em Stanford e autor principal do estudo, ao site da instituição de ensino. O pesquisador ainda afirmou que a pesquisa pode ajudar a identificar “possíveis consequências sociais do uso de RA em larga escala, para que a tecnologia possa ser projetada a fim de evitar problemas.”
5G cada vez mais próximo no Brasil
Isso porque a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) aprovou, na última quinta-feira (23), as faixas de 2,3 GHz e 3,5 GHz para o 5G no Brasil. Enquanto a faixa de 2,3 GHz serve para o País estar alinhado com os sistemas mundiais do IMT (International Mobile Telecommunications, sigla em inglês), a faixa de 3,5 GHz servirá como porta de entrada para a tecnologia de quinta geração no Brasil. O desafio, para a agência, é garantir que a ocupação da faixa de 3,5 GHz não prejudique o funcionamento dos receptores de sinal de TV aberta via parabólica. A decisão da Anatel é um avanço para a implementação do 5G, que tem o leilão marcado para março de 2020. Até lá, a agência deve determinar um relator para o edital, que seguirá para consulta pública.