Embora muitas doenças sejam silenciosas, a maior parte das pessoas consegue perceber algum tipo de desconforto ou sinal de alerta para identificar eventuais problemas. Mesmo assim, a tecnologia é uma aliada para rastrear as probabilidades e contribuir para o correto diagnóstico. Mas, e quando se trata de uma enfermidade congênita, ou seja, que afeta o indivíduo mesmo antes de seu nascimento?
Pesquisadores do RIKEN Center for Advanced Intelligence Project (AIP), que implementaram um sistema de Inteligência Artificial (IA) em procedimentos realizados por meio de ultrassom, confirmaram que é possível, por meio desta tecnologia, detectar doenças cardíacas em fetos.
Eles desenvolveram um modelo de IA que é capaz de verificar se um coração fetal é saudável ou não, com o uso de imagens de ultrassom e processos de deep learning. O objetivo é aprofundar o aprendizado de máquina para obter maior precisão nos resultados.
Vale explicar que o diagnóstico precoce de problemas cardíacos em um feto é uma informação crucial para aumentar as chances de sobrevivência da criança. De acordo com o estudo, estima-se que problemas congênitos do coração sejam os responsáveis por cerca de 20% dos óbitos de recém-nascidos.
Tecnologia traz mais assertividade às decisões médicas
Com os dados resultantes do estudo, serão elaboradas estatísticas e gráficos que visam auxiliar no diagnóstico de riscos. Assim, além de identificar precocemente a doença, a nova tecnologia consegue analisar se o problema do feto está no coração ou em vasos sanguíneos.
Embora as ferramentas tecnológicas sejam determinantes para o diagnóstico, os pesquisadores entendem que o examinador humano ainda é essencial na medicina.
“No passado, os médicos tinham a anamnese e exame físico como fonte principal de informações, pois os recursos eram limitados, assim como os equipamentos de imagem e os exames laboratoriais. Isso foi evoluindo com o avanço da tecnologia e uma gama enorme de equipamentos e de exames que surgiu”, disse “Um dos grandes benefícios da tecnologia, na área de saúde, é a ampliação do acesso”, ressaltou Marcelo Ruiz, Head de Soluções Verticais em Saúde Digital da Embratel, em entrevista ao Próximo Nível.
De acordo com ele, o próximo passo desta evolução é a inteligência artificial e o aprendizado de máquina, que trarão ainda mais suporte ao profissional de saúde. “A decisão clínica será sempre de uma pessoa e nunca de uma máquina, mas a tecnologia é uma aliada importante neste processo”, disse.