Cada vez mais frequentes nas empresas, máquinas inteligentes devem ser vistas como forma de impulsionar produtividade — e não apenas como redução de custo.
Máquinas inteligentes serão cada vez mais comuns no ambiente de trabalho. Mas você já parou para pensar que logo será necessário fazer o gerenciamento da força de trabalho dos seus colaboradores e dos dispositivos usados em seu negócio?
Estamos caminhando para a Sociedade 5.0, conceito que iniciou no Japão e que falamos em um post de 2019 aqui no Próximo Nível. Essa ideia encara a tecnologia como meio para entregar valor e mais sentido à vida das pessoas. Mas, em meio ao uso de Inteligência Artificial, Machine Learning, RPA e outras inovações, fica a questão:
“Como eu devo gerenciar essas máquinas? Da mesma maneira que gerencio o meu time?
A discussão não é recente, mas será necessária em todas as organizações num futuro próximo. Até porque a interação robô-humano vai criar uma força de trabalho competitiva e inteiramente nova, como destaca um artigo do site da revista Forbes.
Você pode imaginar a seguinte situação: as máquinas inteligentes vão realizar tarefas rotineiras ou pequenos trabalhos para o seu time se dedicar às demandas mais complexas. Além disso, elas são usadas para descobrir padrões por conta própria e para aprender de forma contínua.
Então, enquanto essas máquinas encontram soluções para resolver as dores da sua empresa, você encara uma nova força de trabalho com que os humanos (ainda) não estão preparados para se relacionar. Este vai ser, segundo especialistas, o desafio do futuro do trabalho.
Entendendo o (possível) futuro do trabalho
Com a tecnologia sendo usada no desenvolvimento de novas soluções, produtos e serviços, a impressão é que existe uma competição entre máquinas e humanos. Mas o pensamento mais adequado é entender como a natureza do trabalho não é mais a mesma há anos.
Por exemplo, as empresas estão se apoiando em tecnologias para mudar o ambiente de trabalho e deixar os colaboradores mais produtivos. Há também a possibilidade de um expediente com horário flexível ou home office. Ou até mesmo a capacitação de novas habilidades.
Embora isso traga novas rotinas aos colaboradores, você pode ter a sensação de que, ao investir em máquinas inteligentes, ficará mais difícil avaliar qual força de trabalho humana ainda será necessária com a automatização de algumas operações.
No entanto, a perspectiva é bem positiva. Em outro material da Forbes, produzido em parceria com a Intel, a interação entre um humano e uma máquina tem gerado a terceira onda de transformação de negócios. Mas o que seria isso?
Antes de explicá-la, vamos resumir as duas primeiras ondas:
- Primeira onda: foi introduzida por Henry Ford, fundador da Ford Motor Company, e envolvia na padronização dos processos;
- Segunda onda: teve seu pico na década de 1990 com a reengenharia de processos de negócios, que começaram a ser automatizados.
Já a terceira é considerada um “the missing middle” (o meio perdido, em tradução livre), em que consiste em um ambiente enorme, dinâmico e diversificado no qual humanos e máquinas colaboram para obter aumentos exponenciais dos negócios.
A relação entre humanos e máquinas inteligentes
A partir do momento que você passa a explorar o melhor da tecnologia, novas relações de trabalho entre os colaboradores e máquinas inteligentes serão estabelecidas. Ou seja, é neste momento que será necessária a revisão de como você gerencia esses dois “mundos”.
A Forbes e a Intel identificaram já três categorias, na terceira onda, que vão remodelar os processos de negócio de uma empresa.
1. Amplificação
Categoria em que os especialistas em Inteligência Artificial vão fornecer informações relevantes baseadas em dados, praticamente em tempo real. Um exemplo seria usar óculos de realidade virtual para fornecer insights mais detalhados a um técnico durante a inspeção de uma máquina.
2. Interação
É o desenvolvimento de interfaces avançadas, como Processamento de Linguagem Natural (PLN) acionado por voz, para facilitar as interações entre pessoas ou usuários e máquinas. Assistentes de voz são um exemplo. É comum vermos cada vez mais um assistente com personalidade e que consegue resolver uma grande quantidade de demandas.
3. Modalidade
Nesta categoria, agentes de IA trabalham em conjunto com sensores, motores e outros dispositivos para que robôs e colaboradores consigam trabalhar, de forma colaborativa, em um ambiente. Veja, por exemplo, a Amazon. A companhia consegue enviar encomendas no mesmo dia ao desenvolver uma força de trabalho humano-máquina.
Então, como gerenciar a força de trabalho de máquinas inteligentes e humanos?
Você sabe dizer qual a reação dos funcionários ao adotar uma nova tecnologia para a empresa? Como aponta um artigo do site InformationWeek, nem todo colaborador é “tecnofóbico”, mas se preocupa com o impacto que máquinas inteligentes podem trazer para a carreira.
Essa aflição surge quando os colaboradores se encontram em um cenário de processos automatizados, mas sem a possibilidade de atualizar as competências e habilidades. Isso porque muitas empresas enxergam a Inteligência Artificial apenas como estratégia de redução de custos.
Como já citamos no início do texto, a tecnologia é um meio, não pode ser vista como fim. Isso quer dizer que a sua empresa deve estar preparada para investir no aumento de qualificação dos funcionários. Estes, por sua vez, devem estar dispostos a investir em suas próprias carreiras.
Sabe quem conseguiu gerenciar bem a força de trabalho homem-máquina? A PwC. A companhia, que já foi destaque aqui no Próximo Nível, utiliza Inteligência Artificial para reconhecer e aprimorar as habilidades dos funcionários e criar um plano de carreira para eles.
Até abril do ano passado, quando a PwC conversou com o Próximo Nível, a empresa já treinava aproximadamente cinco mil pessoas no Brasil em dados, blockchain e IA. O projeto não prevê a troca de pessoas por tecnologia, mas uso de tecnologias para novos rumos na carreira.
Outro exemplo são as empresas de contact center, que adotam tecnologias de atendimento para facilitar a interação entre o agente e consumidor. É uma forma de tornar a força de trabalho mais produtiva e eficiente, já que um cliente muda constantemente seu comportamento digital.
No fim, tudo é aprendizado
A parceria homem-máquina se tornou praticamente obrigatória com a adoção de tecnologias para desenvolver novas operações comerciais ou modelos de negócio. Daí a importância de ter o gerenciamento da força de trabalho humano-máquina como habilidade para líderes e gestores.
Mas é importante se perguntar: até onde a tecnologia deve fazer o trabalho dos colaboradores e quando é hora deles tomarem as rédeas dela? Porque o aprendizado contínuo sobre inovação, como estimula a PwC aos times, é algo que funcionários da sua empresa devem estar dispostos a adotar.
Por fim, você só terá sucesso nessa jornada quando você dá o exemplo para os colaboradores. E garante que a equipe tenha recursos e suporte necessários para obter sucesso em um ambiente de negócios cada vez mais digital.
Principais destaques desta matéria:
- Máquinas inteligentes fazem parte da rotina de muitas empresas.
- Elas devem ser vistas como fator para promover a digitalização de funcionários.
- Entenda por que gerenciar a força de trabalho humano-máquina vai ser importante para o seu negócio.