Principais destaques:
– IoT pode alavancar até US$ 1,9 trilhão para o setor de logística até 2025;
– Investimento em IoT traz eficiência na gestão, aumento da produtividade e redução de custos;
– Conectividade é citada como desafio por empresas que querem implementar IoT;
– Chegada do 5G pode impulsionar ainda mais IoT no setor.
A Internet das Coisas (IoT) tem ganhado um papel fundamental no setor de logística. Se antes as empresas do setor encontravam dificuldade para integrar seus centros de distribuição, gerenciar a frota de caminhões ou controlar os estoques, a implementação de dispositivos conectados, sensores e softwares é capaz de otimizar a gestão de toda uma cadeia.
Veja só esse exemplo da DHL, uma das grandes empresas do mundo no setor da logística. Em 2018 eles lançaram uma frota de caminhões habilitados para IoT, o Smart Trucking. Segundo a empresa, o fato de os veículos estarem conectados e monitorados por uma torre de controle permite, por exemplo, que as cargas fiquem 50% menos tempo no trânsito e que os clientes monitorem, inclusive, a temperatura daquilo que está sendo transportado. E em tempo real.
IoT e Logística: US$ 1,9 trilhão
A DHL já vem há algum tempo flertando com a IoT. Um estudo da transportadora — em parceria com a Cisco em 2015 — mostrou que a logística pode crescer até US$ 1,9 trilhão (cerca de R$ 7 trilhões) no espaço de 10 anos graças ao maior uso de dispositivos conectados. Isso porque o grande fluxo de dados gerados por essas conexões possibilitará uma tomada de decisão mais rápida e inteligente, aumentando a produtividade, reduzindo o custo e dando uma maior eficiência à gestão da cadeia de suprimentos.
Conectividade é o desafio
“É preciso entender que esse cenário acontece quando há uma estratégia de IoT e não apenas a adoção da tecnologia em projetos pontuais”, ressalta o doutor em Engenharia Elétrica e coordenador dos cursos de Engenharia da FIAP John Paul Hempel Lima. Mas, um dos desafios para a implementação de IoT são os problemas de conectividade.
O relatório “The Future of IoT in Enterprise – 2017” da Inmarsat, empresa britânica de telecomunicações via satélite, mostrou que 40% das 100 empresas de transporte entrevistadas em todo o mundo enxergam as lacunas da conectividade como barreira para a estratégia de IoT. Segundo essas empresas, as redes de comunicação terrestre podem levar os meios de transporte de cargas – navio, caminhão e trem – para um ponto cego de comunicação quando estiverem em locais remotos.
O estudo identificou ainda que a combinação de tecnologias – como etiquetas de identificação por radiofrequência (RIFD), Bluetooth Low Energy e Low Power Wide Area (LoRaWAN) – pode ajudar na eficiência de estratégias IoT na empresa. Um exemplo é a Gerdau, a siderúrgica brasileira, ganhadora do 11º Prêmio RFID Journal, em 2017.
A empresa instalou sensores e leitores de identificação por radiofrequência para criar um ambiente de rastreabilidade automática de produtos e máquinas. O resultado foi ganho de produtividade nas operações logísticas e no monitoramento em tempo real, por parte da marca e dos clientes, das mercadorias.
A IoT num futuro próximo
hAinda que a conexão 5G não seja um requisito para o bom funcionamento dos dispositivos conectados, a chegada da nova tecnologia (prevista para 2021/2022) pode impulsionar a adoção de IoT no setor logístico. O motivo? A baixa latência e o tempo de resposta 10 vezes menor do que a conexão 4G.
Veja abaixo outros impactos da dupla IoT e 5G.
Informação constante
Um monitoramento “com lupa” de toda uma frota de caminhões, em tempo real — como já faz a DHL. “Com IoT, um GPS pode ser instalado no veículo e passar em tempo real informações de onde ele está, quanto tempo vai demorar para chegar ao centro de distribuição ou até mesmo traçar a melhor rota e, assim, garantir uma entrega segura do lote”, explica John Paul Hempel Lima.
Antecipação de problemas
Com a constante geração de dados e informação, a empresa vai poder prevenir antes de remediar. Isso vai permitir, por exemplo, o agendamento de manutenções preventivas de equipamentos e a consequente redução de tempo de máquinas paradas.
Estoque sempre monitorado
Além dos sensores que conversam com os dispositivos conectados, o uso de etiquetas de identificação por radiofrequência (RIFD) permite coletar dados de toda a cadeia de produção. Assim, é possível automatizar o rastreio de produtos — do processo de fabricação à saída para as lojas, por exemplo.
Menos cabos e fios
Com a chegada do 5G, a tecnologia deve eliminar a necessidade de cabos e fios, garantindo processos sem quedas ou panes da conexão.