O pix automático e a integração do sistema de pagamentos com NFC (Near Field Communication), ambos atualmente em desenvolvimento, devem simplificar processos e aumentar a conveniência para o usuário, beneficiando também as áreas da economia que fazem uso do sistema de pagamentos do Banco Central. Essas foram algumas das projeções feitas por especialistas do setor de pagamentos durante o painel Pix, o trilho universal, na Febraban Tech.
Carlos Netto, CEO da Matera, explicou que o Pix automático deverá ser integrado a serviços de recorrência, como os de delivery e transporte, beneficiando setores da economia, como o de alimentos e varejo. Já o pix crédito deve funcionar igual a um cartão de crédito, mas com menores tarifas e possibilidade a integração a sistemas de milhas mais benéficos aos clientes.

O executivo destacou que o sucesso do Pix superou expectativas, referindo-se a ele como “a internet do dinheiro”. Segundo Netto, antes do Pix, tentativas de implementação de QR codes não foram bem-sucedidas, mas o Pix conseguiu estabelecer-se de forma robusta e abrangente, tornando-se essencial para a indústria de bares e restaurantes, entre outras. A Matera ajudou bancos e outras entidades a se integrarem ao sistema de pagamentos instantâneos criado pelo Banco Central.
Carlos Alves, vice-presidente executivo de Tecnologia e Negócios da Cielo, enfatizou a evolução do Pix desde seu lançamento. Ele observou uma tendência crescente no uso de QR codes dinâmicos em estabelecimentos comerciais, que oferecem mais segurança e facilitam a conciliação financeira. A Cielo, adaptando-se a essa nova realidade, integrou o Pix aos seus sistemas de pagamento, proporcionando mais conveniência aos seus clientes.

Para ele, a integração futura do Pix com a tecnologia de NFC, poderá revolucionar ainda mais os pagamentos presenciais, especialmente em regiões periféricas onde o uso do QR code ainda enfrenta desafios. Além disso, essa integração irá reduzir a fricção no uso do pix, permitindo que os pagamentos sejam feitos de forma muito mais ágil do que é hoje.
Pix ajuda a Claro Pay na fidelização de clientes
Mauricio Santos, da Claro e Claro Pay, ressaltou a importância estratégica do Pix para a Claro Pay, que desde o início, em novembro de 2020, optou por não utilizar cartões físicos, apostando na penetração do Pix. Ele explicou que a adoção do Pix foi crucial para a fidelização dos clientes, sendo a modalidade de pagamento de maior volume, juntamente com as recargas de celular. Além disso, Santos mencionou a redução de tarifas de pagamento nas faturas da Claro, graças à inclusão de QR codes do Pix.

A Claro Pay é uma conta digital e plataforma de pagamento lançada pela operadora de telecomunicações Claro no Brasil. A plataforma foi criada para oferecer aos clientes uma maneira fácil e conveniente de realizar transações financeiras diretamente pelo celular. A plataforma tem sido um exemplo de como as empresas de telecomunicações podem diversificar seus serviços e entrar no mercado financeiro, oferecendo valor agregado aos seus clientes através de soluções digitais integradas.
O painel também abordou questões de segurança. Mauricio Santos elogiou a habilidade do Banco Central em prever trilhas de evolução, enfatizando a importância de combater fraudes e melhorar o KYC (Conheça Seu Cliente) nas contas digitais. Carlos Netto sugeriu que novas funcionalidades, como a capacidade de pagar impostos e contas com o Pix, poderiam abrir espaço para novos entrantes no mercado, ao mesmo tempo em que simplificam a vida dos usuários.

