Por que a Inteligência Artificial vai democratizar a inovação em empresas de pequeno e médio porte

Por que a Inteligência Artificial vai democratizar a inovação em empresas de pequeno e médio porte?

4 minutos de leitura

Computação em nuvem ajuda a levar soluções de Inteligência Artificial como serviço para empresas de pequeno e médio porte.



Por Redação em 04/11/2020

Computação em nuvem ajuda a levar soluções de Inteligência Artificial como serviço para empresas de pequeno e médio porte.

A Inteligência Artificial terá um impacto na economia global de mais de US$ 15 trilhões até 2030, segundo levantamento da consultoria PwC. Entre os principais casos de uso, estará o aumento de produtividade dos colaboradores com a automação de demandas menos complexas.

No entanto, apesar de vários setores enxergarem a IA como algo exclusivo para grandes corporações, as empresas de pequeno e médio porte também podem aproveitá-la. Isso porque a computação em nuvem é a responsável por levar soluções de IA para esses negócios.

Essa “democratização da IA” foi discutida no painel “Inteligência Artificial ‘as a service’: Destravando o Potencial de Inovação de Pequenas e Médias Empresas”, que aconteceu no dia 29 de outubro durante a Futurecom Digital Week.

O encontro, que teve a participação de Mario Rachid, diretor executivo de soluções digitais da Embratel, debateu como empresas de pequeno e médio porte podem preparar os negócios para adotar soluções de Inteligência Artificial.

Não é novidade que o uso de IA pode acelerar negócios. Por exemplo, a Boticário reduziu em cinco meses o tempo de lançamento de uma fragrância no mercado graças à tecnologia. Outro caso é o uso de IA para ajudar no diagnóstico de COVID-19 por meio do som da tosse.

Porém, quando falamos de pequenas e médias empresas, quais são os desafios de adotá-la? “A demanda de empresas desse porte é a mesma de grandes companhias, a diferença é que a capacidade de investimento não é tão grande”, comentou Rachid.

Assim, antes de pensar em ofertar um novo serviço ou produto baseado em IA, empresas de pequeno e médio porte precisam criar uma estratégia que irá envolver toda a jornada operacional do negócio.

Preparando o terreno para a Inteligência Artificial

Adotar a Inteligência Artificial ainda pode ser visto como um custo para as empresas. É preciso ter cientistas de dados, desenvolvedores e poder computacional. Afinal, a tecnologia nada mais é que resolver cálculos em máquinas.

Contudo, a computação em nuvem mudou esse cenário, uma vez que empresas de qualquer porte podem contratar soluções de IA como serviço, apoiando-se em parcerias com provedoras da tecnologia, como a Embratel, para acelerar os negócios.

“Temos uma solução de IA e a aprimoramos usando internamente em nossos negócios e na melhoria da qualidade de nossos serviços. Um dos cases é o de recomendação de filmes no Now (plataforma de streaming do Grupo Claro) e de plano de celular para clientes”, explicou Rachid.

O diretor executivo ainda disse que o diferencial competitivo é que o mercado contrata a solução empacotada. “Não entregamos somente a solução de IA visando a melhoria de produtividade do cliente, mas damos apoio em toda a cadeia – da infraestrutura ao link de conectividade.”

Ter um apoio consultivo pode fazer toda a diferença na adoção de Inteligência Artificial. Primeiro, porque empresas de pequeno e médio porte podem ter um melhor conhecimento de seus dados e onde eles estão armazenados.

Com isso, essas organizações terão uma visão geral de para quais ambientes o uso de IA traria produtividade, desempenho e otimização de recursos, já que elas não adotariam a tecnologia sem aproveitar o máximo que ela pode oferecer.

Planejamento é a chave para a adoção de IA

A democratização da IA possibilita a inovação nas empresas de pequeno e médio porte. Porém, como já citamos, é preciso de um plano estratégico para entender como a tecnologia vai agregar valor aos negócios.

“O grande ponto é que essas empresas precisam pensar: qual é minha jornada [de inovação]? O que eu quero resolver? Como eu quero interagir com o meu cliente em toda a jornada?”, pontuou Adriano Coelho, consultor de soluções LATAM da Pegasystems, empresa de software, e convidado do evento.

Para ele, “adotar um chatbot só para agilizar o atendimento ao cliente sem alinhar a jornada é levar mais um recurso para ele, mas sem aproveitar os benefícios da ferramenta”. Daí a importância de entender o real valor da tecnologia para garantir a melhor performance.

É assim que a iFood tenta oferecer o melhor serviço não só para o consumidor final, mas para os entregadores e restaurantes cadastrados na plataforma. “Esses três componentes acabam fazendo uso, mesmo que indiretamente, das nossas soluções de IA”, disse Sandor Caetano, chief data scientist da foodtech, e que também participou do debate.

Ele citou como exemplo o cardápio dos estabelecimentos. Uma ferramenta de IA é capaz de ler o menu e identificar os ingredientes que compõem o prato, o modo de preparo, quantas pessoas servem, como é a forma de entrega. Tudo para facilitar a vida do consumidor na hora de escolher uma opção e fechar um pedido.

“O restaurante, às vezes, nem percebe que tem IA, porque não criamos um modelo de algoritmo, mas o produto [aplicativo do iFood] foi criado com um design [de IA] já integrado. É um serviço agregado que o estabelecimento nem sabe”, comentou.

As a Service é o caminho para inovação de PMEs

A capacidade de investimento e a necessidade de inovar rápido [em um modelo tradicional] iria inviabilizar negócios, por isso “nenhuma empresa nativa digital existiria sem um modelo cloud ou as a Service”, comentou Rachid.

Ainda mais quando se trata de Inteligência Artificial, em que há muita demanda na manipulação de dados. “Sem um modelo como serviço, as empresas não poderiam testar novos modelos de negócio”, complementou o diretor executivo.

Rachid explicou que a Embratel já enxerga empresas de pequeno e médio porte buscando parcerias para inovar seus negócios. “Elas sabem da capacidade de testar novos modelos com um investimento mínimo. Quando elas validam um, são capazes de escalá-lo”, disse.

Ele citou como case uma empresa de médio porte, cliente da Embratel, que viu a demanda por atendimento crescer no período da pandemia. “A empresa viu a entrada exponencial de clientes e começou a ter sérios problemas de atendimento”, contou Rachid.

O motivo é que, além de ter somente três posições de atendimento, muitos workloads eram ainda on premise. “Levamos a carga de trabalho para a nuvem e usamos Inteligência Artificial para analisar os dados e atender melhor os clientes com chatbot.”

Toda essa adoção de tecnologia foi feita rapidamente, disse Rachid. O executivo complementou ainda que a solução de IA permitiu a empresa a estudar melhor os dados e criar um modelo preditivo com as informações. “O resultado é que o negócio dessa empresa cresceu três vezes na pandemia com a adoção dessas tecnologias”, finalizou.

Principais destaques desta matéria

  • Inteligência Artificial deve impactar a economia global em mais de US$ 15 trilhões.
  • Apesar disso, muitos encaram a tecnologia como algo específico para grandes empresas.
  • Porém, a computação em nuvem vai democratizar a IA para empresas de pequeno e médio porte.
  • Mario Rachid, da Embratel, conta como uma empresa de médio porte melhorou o atendimento ao adotar uma solução de IA.

Gestão de dados é determinante para eliminar gargalos dos call centers

Saiba mais


Matérias relacionadas

ia sem controle Inovação

Ganhadores do Nobel temem ameaça de IA sem controle

Para cientistas, a tecnologia pode levar a limites indesejáveis, colocando em questão a capacidade humana de controle

uso de ia generativa Inovação

Brasil supera grandes economias no uso de IA generativa

Estudo aponta que 57% dos brasileiros já utilizaram IA generativa, superando EUA, Alemanha, França e outros países

impacto ambiental da ia Inovação

Impacto ambiental da IA é pauta mundial

Em função da diversidade de fontes energéticas, Brasil pode oferecer alternativas sustentáveis para o setor

digitalizacao da saude Inovação

Estudo aponta avanços na digitalização da saúde

A pesquisa revelou que 92% dos estabelecimentos de saúde no Brasil possuem sistemas eletrônicos para registrar informações