Por que você deve olhar para a Internet das Coisas (IoT)

Por que você deve olhar para a Internet das Coisas (IoT)?

5 minutos de leitura

Descubra como a Internet das Coisas impacta negócios, fornecendo dados e insights para uma melhor tomada de decisão



Por Redação em 07/07/2020

Descubra como a Internet das Coisas impacta negócios, fornecendo dados e insights para uma melhor tomada de decisão

Você sabe dizer qual é o potencial da Internet das Coisas (IoT, sigla em inglês para Internet of Things) na sociedade? Em um exemplo bem prático, provavelmente você deve estar lendo esta publicação em um navegador web em um notebook ou smartphone.

A leitura deste blog post é possível porque esses dispositivos contam com diversas tecnologias incorporadas e que, por meio de uma conexão à internet, conseguem conversar com outras máquinas e aplicativos.

Outro exemplo bastante comum, ainda mais em tempos de distanciamento social, são os pedidos feitos em aplicativos de delivery. Seu smartphone vai conversar com a plataforma de pedidos, que vai notificar o restaurante escolhido e a um entregador mais próximo ao estabelecimento.

Esse são só dois de vários casos de uso da IoT. Em 2017, uma estimativa da consultoria Gartner apontava 20 bilhões de dispositivos conectados em 2020. Porém, esse número já foi ultrapassado e o ano pode fechar com 31 bilhões, de acordo com uma publicação do site Security Today.

Olhando para indústria, o conceito pode agregar valor e gerar novos negócios digitais, ainda mais quando integrado a outras tecnologias, como Inteligência Artificial e Blockchain. Isso porque as organizações terão uma gama de dados para tomar decisões preditivas e mais assertivas.

Continue lendo este post para saber mais do conceito de IoT, as vantagens da tecnologia no dia a dia das organizações e como ela transforma negócios.

Entendendo o conceito de Internet das Coisas (IoT)

Quando o entusiasta da tecnologia Kevin Ashton inventou o termo “Internet das Coisas”, lá em 1999, ele descrevia como um “sistema em que a internet está conectada ao mundo físico através de sensores onipresentes”.

Porém, somente em 2011 o conceito ganhou mais destaque após a consultoria Gartner listar IoT como uma nova tecnologia emergente. Talvez, por muito tempo, a ideia por trás desta inovação era: ter conexão.

No entanto, o conceito hoje pode ser entendido como “colocar conectividade e computação em dispositivos do dia a dia ou em máquinas industriais”, explica Ilo Rivero, mestre em Ciência da Computação pela PUC-MG e professor da pós de IoT da PUC-MG.

Computação é realizar determinada ação a partir de inputs (entradas) e outputs (resultados).

Olhando a evolução da tecnologia, a Internet das Coisas (IoT) permitirá a “captura de dados nos quais uma empresa pode aprender comportamentos e usos, reagir com ações preventivas ou transformar processos de negócios”, define o e-book “Leading the IoT”, da Gartner.

Ou seja, é um recurso fundamental para a criação de um negócio digital, principalmente quando as organizações estão com um pé dentro da Indústria 4.0. Por sinal, sabia que a IoT possibilitou operações mais inteligentes em diversos setores? Explicamos mais no próximo tópico.

Conexões na indústria: ontem e hoje

Há anos o conceito de Indústria 4.0 tem sido discutido na sociedade e, antes da popularização de projetos envolvendo IoT, muitas organizações possuíam equipamentos com um Controlador Lógico Programável (PLC, na sigla em inglês para Programmable Logic Controller).

PLC é um software desenvolvido para controlar as máquinas instaladas dentro de uma indústria, permitindo que elas atuem de forma automática, mas com uma pseudointeligência”, explica o professor Ilo Rivero.

Essa pseudointeligência funciona da seguinte forma: uma fábrica realiza a usinagem de uma peça de forma autônoma. Porém, a cada 1 mil produções, era preciso trocar a broca, porque ela poderia perder a precisão ou até mesmo quebrar.

Só que a máquina embarcada com PLC não era conectada a uma central. Então, quando uma broca quebrava antes dessa troca, a produção era interrompida por 40 minutos — tempo necessário para que um profissional realizasse a manutenção.

Para uma indústria, produção parada é prejuízo na produtividade da máquina e de receitas. No entanto, quando a máquina está dentro de um “contexto” de Internet das Coisas, o cenário é totalmente diferente.

O motivo é porque, em um ambiente conectado, uma grande quantidade de dados é armazenada em nuvem e enviada para um dashboard, por exemplo. Assim, o gestor consegue analisar esses dados para melhorar a produção.

Além disso, quando a tecnologia é integrada à Inteligência Artificial, os dados serão transformados em análises probabilísticas, permitindo o gestor ter, por exemplo, uma previsão de quando máquina vai emitir um alerta de manutenção, diminuindo o prejuízo com a produção parada.

IoT é expansão do protocolo M2M

Wi-Fi, Bluetooth, 4G, GPRS (2G/3G). Sabe o que todas essas tecnologias têm em comum? Elas são protocolos de comunicação Machine To Machine (M2M ou Máquina a Máquina) que vão permitir que os dispositivos conversem entre si.

Por exemplo, no agronegócio, o sensor de uma estufa vai enviar todos os dados registrados (temperatura do ambiente, nível do solo, consumo de água) para uma central (aplicativo ou dashboard), que vai distribuir as informações coletadas em um dispositivo final.

Aqui vale destacar um ponto: embora muitos acreditem que há semelhanças entre IoT e M2M, é possível dizer que a computação em nuvem é a principal diferença entre essas duas tecnologias.

Enquanto M2M é a conexão ponta a ponta – ou seja, de uma máquina para a outra – a Internet das Coisas permite a conversa de vários dispositivos dentro de um ambiente, porque eles estarão conectados à internet e a uma plataforma em nuvem.

Vamos voltar ao exemplo da fábrica de usinagem. Se existem três máquinas nela, um protocolo M2M (seja ele com ou sem fio) deveria ser configurado para cada uma com o intuito de que elas conversem entre si, aumentando a complexidade do projeto.

Agora, em um cenário de IoT, os protocolos M2M podem ser configurados em uma infraestrutura em nuvem, permitindo escalabilidade já que as máquinas estarão conectadas a um ambiente cloud, garantindo a integração com aplicativos e outros dispositivos.

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Seria como poder apenas monitorar o desempenho das máquinas de maneira remota (protocolo M2M), mas sem saber quando elas podem falhar ou poder monitorar o desempenho e decidir uma data de manutenção (IoT), porque a central que recebe os dados estão em uma infraestrutura em nuvem.

A depender do cenário, projetos de IoT vão demandar protocolos de comunicação específicos ou complementares. “A rede 2G (GPRS) continua ativa muito por conta das maquininhas de cartão. Até mesmo os rastreadores de veículos usam GPRS por ser mais barata”, comenta Ilo.

Mas, na área rural é possível mesclar rádios de LoRA e de NB-IoT. “Os protocolos são concorrentes, mas em uma fazenda em uma região sem cobertura de rede 2G e que precisa realizar um monitoramento, essas tecnologias se tornam complementares”, explica o especialista.

SAIBA MAIS: Descubra mais sobre algumas redes dedicadas à IoT aqui.

Vale destacar que a chegada do 5G vai potencializar a Internet das Coisas. Porém, os projetos com esta tecnologia podem ser executados com os protocolos atuais. Por sinal, isso pode ser até uma vantagem.

Projetos de IoT precisam de um propósito e de segurança

Já imaginou um sensor IoT instalado na turbina de um avião para monitorar o comportamento durante o voo? Essa possibilidade já existe e só se tornou real porque a Rolls-Royce e a Microsoft decidiram investir na tecnologia para aumentar a eficiência das aeronaves.

Se investir na tecnologia está no seu horizonte, é preciso levar duas coisas em consideração.

A primeira é identificar o problema que você quer ou precisa resolver. “Mapeando isso, é o momento de desenvolver um projeto de adoção de IoT”, explica Ilo Rivero.

Outro ponto é a segurança. Segundo o especialista, dispositivos IoT estão mais seguros que os da primeira geração. No entanto, a configuração faz toda a diferença quando eles estão trabalhando em um ambiente conectado. “Usuários nem configuram o login e senha padrão, e a segurança começa por aí”, diz.

Uma camada a mais de proteção, segundo o professor, é a segurança perimetral de rede. “Configurar os dispositivos, mantê-los atualizados e desenvolvendo uma segurança perimetral vai eliminar muitos problemas”, explica.

Quer saber como é a Internet das Coisas (IoT) na prática? Confira o infográfico abaixo:

Principais destaques desta matéria

  • Internet das Coisas (IoT) são dispositivos conectados e com poder computacional que vão conversar com outros sistemas.
  • Troca de informações acontece por meio de protocolos de comunicação M2M.
  • Para dar início em um projeto de IoT é preciso propósito e segurança.
  • Confira um infográfico mostrando como funciona um projeto de IoT na indústria.

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