Reconhecimento facial, Inteligência Artificial, Blockchain e outras tecnologias vão transformar a experiência do passageiro no pós-pandemia.
Como será o novo normal nos aeroportos após a pandemia do novo coronavírus? As operações do setor de aviação foram bastante impactadas e, em alguns países, algumas companhias aéreas já ensaiam a volta à rotina de embarque, desembarque e voos. Mas de uma maneira bem diferente.
Se por um lado existem diversas medidas preventivas como uso de máscaras e distanciamento social, as empresas também estão se apoiando no uso de tecnologias para monitorar passageiros e tripulantes ou até mesmo para a realização de um check-in sem toque.
Independentemente de quais tecnologias serão usadas, é fato que a indústria está empenhada em garantir aos passageiros que as viagens aéreas serão seguras. Abaixo, o Mundo + Tech resume algumas tecnologias desenvolvidas por empresas do ramo ou adotadas pelas companhias áreas que vão mudar a experiência de viagem.
Etihad Airways aposta em aplicativo e sensores
Com expectativa de retomar os voos a partir de julho, a Etihad Airways (Emirados Árabes Unidos) iniciou uma campanha para os passageiros realizarem o check-in no aplicativo ou no site da companhia área, tudo para minimizar contatos físicos no aeroporto.
Além de estimular o uso do aplicativo, a companhia espera lançar em breve a solução “Fit to Fly”, que utilizará sensores para verificar a respiração, os batimentos cardíacos e a temperatura. Após a avaliação, os passageiros serão recomendados a continuar o check-in ou uma reavaliação.
Já próximo à área de imigração, câmeras térmicas foram instaladas para medir a temperatura dos passageiros. Caso alguém apresente uma acima do normal, a solução informa imediatamente o time de saúde da Etihad Airways.
Outras duas tecnologias são usadas na limpeza do ambiente. Uma é um dispositivo de limpeza automática do corrimão das escadas rolantes. Já a segunda é o teste de ATP-bioluminescência com tecnologia SWAT (cotonete grande) para mensurar a quantidade de bactérias na superfície.
No vídeo abaixo (em inglês), você confere todas as medidas de segurança apoiadas em tecnologia que a Etihad Airways estabeleceu para manter a segurança e saúde dos passageiros durante o trajeto no aeroporto até o avião:
Elenium fornece tecnologias touchscreen
A Elenium Automation (Austrália) é uma companhia de tecnologia com portfólio de soluções focadas na experiência do passageiro. Recentemente, ela integrou a tecnologia de Machine Learning da AWS aos dispositivos de autoatendimento para uso em aeroportos.
O objetivo é aprimorar e tornar esses dispositivos em pontos de rastreamento de saúde, detectando sinais vitais sem a necessidade do toque e reduzindo os riscos de transmissão viral ou bacteriana.
Os sinais vitais de saúde dos passageiros serão lidos e analisados usando imagens por infravermelho e sensores térmicos para fornecer uma indicação de uma possível doença. A tecnologia será capaz de identificar frequência cardíaca, temperatura corporal e respiração.
Como destaca a empresa, a tecnologia não foi feita para diagnosticar condições médicas, mas para fornecer um indicador de alerta precoce.
A solução da Elenium pode ser integrada ainda com tecnologia de reconhecimento de voz, que consegue distinguir vozes em ambientes movimentados, e com reconhecimento facial, biométrico ou com digitalização de identificação (passaportes e outros documentos).
Por sinal, a solução Fit to Fly da Etihad Airways, que citamos no tópico anterior, é uma parceria com a Elenium. Abaixo, confira um vídeo mostrando como a solução vai funcionar para identificar se um passageiro possui COVID-19:
Robôs autônomos fazem esterilização inteligente em Hong Kong
O Aeroporto Internacional de Hong Kong (China) implantou robôs autônomos de limpeza para garantir a desinfecção completa de áreas públicas, como banheiros, e áreas operacionais do terminal. Esses dispositivos são equipados com esterilizador ultravioleta e esterilizador a ar.
Esses robôs podem se movimentar de forma autônoma e esterilizar até 99,99% das bactérias próximas, incluindo a superfície do ar e do objeto, em apenas 10 minutos.
Além disso, o aeroporto é o primeiro do mundo a testar o CleanTech. A solução é uma espécie de câmara de desinfecção de corpo inteiro e, no momento, é usado somente por funcionários que trabalham no local.
Antes de entrar na câmara, os colaboradores têm a temperatura corporal medida. Dentro dela, eles passam por um procedimento de desinfecção e higienização que dura 40 segundos. Para isso, o interior da instalação foi equipado com um revestimento antimicrobiano.
Esse revestimento é capaz de matar vírus e bactérias usando as tecnologias de fotocatalisador e nanoagulhas (mais finas que um fio de cabelo). Um spray desinfetante também é usado para realizar uma desinfecção instantânea.
Já a câmara é mantida sob pressão negativa para evitar a contaminação cruzada entre o ambiente externo e interno.
Confira um vídeo (em inglês e chinês) do Aeroporto Internacional de Hong Kong mostrando o robô autônomo em ação:
Novo normal caminha para o uso de tecnologias
As tecnologias citadas nos tópicos anteriores são apenas algumas que podem transformar completamente a experiência do usuário no novo normal. Já imaginou uso de Inteligência Artificial e biometria para conectar o passageiro à sua mala?
Como mostra esta publicação do site da Forbes, a tecnologia pode ser utilizada para reconhecer arranhões e outras características do produto para combiná-lo com o seu verdadeiro ponto. Ou, a IA pode ser integrada a dados de saúde para identificar qual passageiro necessita de atenção.
Todas essas tecnologias podem desempenhar um papel importante no futuro, assim como trazer inteligência comercial às companhias. No entanto, a privacidade é uma grande barreira nessa transformação digital do setor. Como garantir que os dados não serão comercializados?
Uma possível resposta seria o uso de blockchain. “Acreditamos que o blockchain é altamente adequado para o setor de transporte aéreo. Ele tem o potencial de compartilhar informações com segurança – como dados de identidade e operações de voo – entre as várias partes interessadas, sem abrir mão do controle ou comprometer a segurança dos dados, afirmou à Forbes Barbara Dalibard, CEO da Sita (Société Internationale de Télécommunications Aéronautiques).
Além de possibilitar o compartilhamento de dados de forma segura e validade entre os aeroportos, a tecnologia é descentralizada, não permitindo o controle de uma entidade maior.
Principais destaques desta matéria
- Aeroportos de vários países se preparam para a retomada de voos.
- Alguns têm utilizado tecnologias para garantir as melhores práticas de segurança e saúde dos funcionários e passageiros.
- Confira quais são essas tecnologias e como elas vão transformar a experiência de viagem.