Gêmeo digital é uma tecnologia que vai virtualizar um ambiente ou sistema físico para que a organização simule cenários e gere valor agregado aos negócios.
Você sabe o que é gêmeo digital (também chamado de digital twin)?
Imagine a construção de um edifício, em que os engenheiros precisam utilizar diversas ferramentas físicas para realizar trabalhos manuais.
Embora esses profissionais se apoiem em diversos estudos para garantir a qualidade da obra, nem sempre é possível prever tudo. Assim, nesse cenário de incógnitas, o uso desta tecnologia vai permitir aprimorar o desenvolvimento do edifício.
Por quê?
Porque um gêmeo digital vai criar uma réplica virtual de um objeto ou sistema físico. No caso do exemplo acima, seria um modelo digital do edifício para que os engenheiros conseguissem analisar todas as possibilidades e garantir que a obra fosse entregue com extrema qualidade.
Contudo, a adoção de digital twin vai além da construção civil e diversas indústrias têm apostado na tecnologia para otimizar a eficiência de produtos e serviços, assim como avaliar cenários hipotéticos.
Varejistas, por exemplo, podem se apoiar na tecnologia para criar um ambiente digital de uma loja física e entender como um produto vai se destacar no local que foi posicionado. Essa possibilidade ainda é maior quando as organizações fazem uso da Internet das Coisas (IoT).
De acordo com uma pesquisa consultoria Gartner, 75% dos 599 entrevistados que já possuem projetos de IoT usam gêmeos digitais ou esperam adotar a tecnologia em até um ano.
Ao longo deste blog post, você entende mais da tecnologia e como ela pode transformar os negócios.
O que é um gêmeo digital?
Um gêmeo digital é uma representação digital de um objeto ou sistema físico. A Gartner define a tecnologia como um padrão de design de software* capaz de entender o estado do ativo, de responder às mudanças, de melhorar as operações e de agregar valor aos negócios.
*Nota da redação:
Padrão de design de software é a adoção de melhores práticas para que os times de TI envolvidos em um projeto consigam resolver problemas comuns ao projetar uma aplicação ou sistema.
Desde 2017, a tecnologia vem chamando a atenção da Gartner. Porém, 2002 é o ano em que ela foi conceituada por Michael Grieves, hoje o cientista-chefe de Manufatura Avançada do Instituto de Tecnologia da Flórida (Estados Unidos).
Até então, digital twin era algo restrito a companhias com grandes recursos para coletar, armazenar e analisar uma enorme quantidade dados. Entretanto, a popularização da Inteligência Artificial, Machine Learning e IoT democratizou a tecnologia em empresas de vários portes.
Na prática, uma aplicação de gêmeo digital pode receber dados em tempo real de objetos e/ou sistemas físicos (input) e entregar predições e simulações (output) de como esses objetos e sistemas vão reagir a partir dessas entradas.
O próximo tópico explica mais como a tecnologia é desenvolvida.
Como funciona um digital twin?
Geralmente esse tipo de solução é desenvolvida por especialistas em ciência de dados. Esses desenvolvedores vão pesquisar toda a propriedade física de um objeto ou sistema físico, incluindo detalhes que o olho humano pode não encontrar.
Os dados coletados por esses profissionais vão servir para desenvolver um modelo matemático, possibilitando a simulação de uma loja, de um prédio, de um carro e até mesmo um navio porta-contêiner em um espaço digital.
Dependendo do modelo de negócio de uma empresa, o gêmeo digital pode desempenhar diversos papeis. Entre eles:
- Receber os dados coletados por um sensor integrado a uma contraparte do mundo real. Assim, a tecnologia vai simular em tempo real, oferecendo insights sobre o desempenho e possíveis problemas que podem surgir. Exemplo: maquinário.
- O software pode ser projetado com base em um protótipo da contraparte física, oferecendo feedback à medida que um produto é refinado. Exemplo: carro autônomo.
- A tecnologia pode servir como um protótipo para uma versão física que será construída. Exemplo: uma loja inteligente.
Desenvolver um software gêmeo pode ser simples ou complicado e vai depender, na verdade, da quantidade de dados para construir e atualizar o programa. Quanto maior o volume, maior a precisão da simulação do objeto.
Quer dar os primeiros passos na construção de um gêmeo digital? Confira um tutorial de como construir a virtualização simples de um carro para calcular a quilometragem. Clique aqui.
3 casos de uso de um software gêmeo
É (quase) possível dizer que qualquer coisa física pode ter um gêmeo digital. Motores de aeronaves, trens, plataformas offshore e turbinas podem ser projetadas e testadas em um ambiente virtual antes de serem produzidos.
A tecnologia também desempenha um papel importante nas operações de manutenção nas companhias. Por exemplo, uma equipe técnica pode usar o gêmeo digital de um equipamento para entender se a correção proposta vai funcionar, otimizando tempo e recursos.
Abaixo, listamos 3 setores que podem se beneficiar com aplicações de digital twin.
- Manufatura: possivelmente este é o setor mais avançado no uso da tecnologia. Diversas fábricas já usam gêmeos digitais para simular processos. Em um estudo de caso da Deloitte, uma fabricante industrial enfrentava problemas na qualidade dos equipamentos. Após adotar uma solução gêmea, conseguiu melhorar o processo de remontagem, reduzindo o retrabalho entre 15% a 20%.
- Automóveis: carros autônomos já são equipados com sensores de telemetria (que coleta medições e outros dados e os transfere de forma remota) permitindo o uso de gêmeos digitais para diversos fins. Porém, a expectativa é que a tecnologia seja aprimorada à medida que esses veículos sejam lançados no mercado.
- Saúde: a GE iniciou um projeto em que sensores do tamanho de um band-aid enviam informações de um paciente a um gêmeo digital dele. Isso possibilita monitorar e prever qual o melhor diagnóstico e tratamento, caso necessário.
É hora de ter um gêmeo digital?
Apostar em uma aplicação de gêmeo digital pode trazer alguns benefícios para o negócio. Já imaginou saber qual a tipo de manutenção será mais efetiva em uma máquina? Ou desenvolver um produto sem tantos defeitos e reduzir o tempo de seu lançamento?
Essas são algumas possibilidades da tecnologia. Porém, como destaca a Gartner, adotar um digital twin para um problema específico de negócio pode ser mais complexo. Isso porque vai envolver preocupações com custos, segurança, privacidade e integração.
Principais destaques desta matéria
- Gêmeo digital é a virtualização de um objeto ou sistema físico.
- Isso permite empresas a realizar manutenção de forma mais assertiva, otimizar produtos e serviços e avaliar cenários.
- Confira 3 exemplos de como a tecnologia pode ser usada nos setores.