Beia Carvalho gosta de falar sobre o futuro e sobre como pessoas e empresas estarão daqui a 5 anos. Durante sua apresentação no Amcham Talks 2019, Beia elencou três grandes desafios desse século: engajar, desaprender e inovar. E lançou um alerta: o futuro é onde as empresas investem muito pouco do seu tempo. Confira a seguir a conversa exclusiva que a palestrante teve com o Mundo + Tech.
Mundo + Tech: Como será o nosso futuro?
Beia Carvalho: Ele vai depender de quanto as pessoas estão olhando para ele. Porque quando você está vivendo uma era como a nossa, em que as mudanças deixaram de ser vagarosas e passaram a serem trépidas, esse futuro chega muito rápido e as pessoas ainda estão acostumadas com uma outra velocidade. Então quanto menos você olhar para o futuro, mas ele vai te atropelar. O futuro vai ser do jeito que as pessoas quiserem, ou seja, se elas quiserem olhar e atuar, de forma a mudar rota, ele vai ser de um jeito. Se quiser deixar ele vir, vai ser de outro jeito. De qualquer maneira você vai ser o responsável.
M+T: Então esse futuro depende das nossas ações de agora…
BC: Depende de você hoje olhar para o futuro. E você sabe o que as pessoas falam, o que as empresas falam, o que CEOs e líderes falam? “Eu não tenho tempo para pensar no futuro”. E a pessoa fala isso muitas vezes com orgulho, do tipo “você não sabe o dia que eu tenho, a minha agenda, para pensar no futuro”. Isso é grave.
M+T: Como a gente olha para o futuro?
BC: Começando a olhar para as tendências. Por exemplo, todo mundo ouve que vamos viver 100 anos e aí você começa a traçar caminhos. Olhar para o futuro não é que você vai fazer dinheiro hoje, mas sim no futuro. Existe uma tendência e se você não olhar para o futuro, a probabilidade de ser carta fora do baralho é muito maior. Você tem de ter pensamentos que gerem ideias. Você tem que ter muitas ideias. E quando você faz isso individualmente, ou seja, naturalmente, você começa a exercitar isso e assim pensar no futuro.
M+T: Qual é o papel da tecnologia para conseguir traçar esses futuros plurais?
BC: As tecnologias nos aceleram. Elas existem desde que o homem existe, mas agora a gente se refere a elas mais como tecnologia de aceleração. Você precisa entender o que elas fazem para você poder ou trabalhar com elas, ou fazer trabalhar para você ou aumentá-las, ou seja, criar coisas novas com elas. Se você não sabe o que é blockchain, por exemplo, vai ser difícil você imaginar fazer algo que use blockchain. Se não sabe o que é Inteligência Artificial, também vai ficar difícil. A gente não tem de ter medo da tecnologia, mas tentar entendê-la o mais rapidamente possível para utilizar a nosso favor.
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Foto: Matheus Campos/Amcham Brasil