De operações industriais mais eficientes e seguras, a tecnologias que viabilizam as cidades inteligentes, o 5G é considerado um importante divisor de águas para segmentos. E no setor de logística não é diferente. Um exemplo está na chamada last mile, ou entrega na “última milha”. Ou seja, é a última etapa pela qual uma mercadoria passa em seu processo de entrega ao cliente final. E em grandes territórios, como o do Brasil, isso é um verdadeiro desafio.
Segundo um estudo da Fundação Dom Cabral, cerca de 12,5% dos custos das empresas brasileiras são com logística. Deste valor, 30% vêm justamente do last mile, que é repleta de peculiaridades. Em grandes centros urbanos, por exemplo, muitas vezes não há espaço para o estacionamento do veículo, o que demanda mais tempo de entrega ou aumento de custos operacionais. Em outros casos, existem problemas com endereço insuficiente ou regiões violentas, consideradas de risco.
Viabilizar entregas em áreas rurais, canteiros de obras ou mesmo plataformas de petróleo, parques eólicos ou solares, entre outros locais ermos, é outro desafio e o 5G já está habilitando soluções como o uso de drones para o last mile.
Além – ou junto – da última milha, outras questões demandantes de conectividade estão relacionadas à segurança da frota, do motorista e das mercadorias, e a expectativa é que o 5G habilite várias ferramentas nesse sentido.
5G na gestão de frotas
Já existem soluções que monitoram os trajetos, sinalizam áreas de risco (como acidentes à frente e necessidade de mudança de rota), identificam problemas no veículo e permitem que os motoristas entrem em contato com a empresa. No entanto, isso tudo só funciona com conectividade.
Com o 5G, além de tais serviços funcionarem de forma mais efetiva, novas funcionalidades podem ser habilitadas, como treinamento de motoristas ao vivo e redirecionamento dinâmico de veículos, com base em dados de remessas em tempo real e condições climáticas.
Além disso, é possível analisar métricas com informações sobre o comportamento do motorista, eficiência de rotas e consumo de combustível. Por meio do uso de sensores inteligentes e computadores de bordo que monitoram e transmitem posição, velocidade, consumo de combustível, desgaste do caminhão e falha de componentes, a eficiência operacional pode melhorar em todos os aspectos.
A condução autônoma e a comunicação entre máquinas (por exemplo, entre os diversos veículos conectados, semáforos ou iluminação pública) também se tornam viáveis com o 5G, proporcionando melhorias em termos de segurança e também otimizando o trânsito.
Rastreamento de ativos garante melhor experiência do cliente
O atraso ou problemas nas entregas de mercadorias é um quesito que causa enorme insatisfação por parte dos clientes. Isso leva a diversas questões, como devolução ou mesmo perda de determinadas remessas (perecíveis, por exemplo), o que aumenta os custos operacionais. Por isso, quanto mais precisos os prazos de entrega e o rastreamento de objetos, melhor a experiência do consumidor.
Uma solução é anexar um rastreador de baixo custo às remessas, paletes ou ativos individuais, de modo que ele possa fornecer dados precisos de localização e temperatura. A conexão de rastreadores de ativos em uma rede celular oferece segurança superior em relação aos padrões proprietários e outros de IoT.
Outro aspecto disso é a otimização de tarefas na própria indústria. Por exemplo, com o uso de etiquetagem inteligente de componentes, as fábricas se mantêm atualizadas sobre o andamento das entregas e podem ajustar horários e prioridades para se adaptar aos prazos.