No ano passado, 1.017 agências bancárias encerraram suas atividades, o que representa uma média de quase quatro (3,85) por dia. A pandemia foi um dos motivos disso, mas não o único. Dados do Banco Central mostram que esse movimento começou em 2017, bem antes da crise sanitária. Ao todo, foram 18.302 agências bancárias fechadas até o final de 2021.
A razão é a digitalização cada vez maior dos serviços, além da pressão pela redução de custos, para competir com contas digitais sem tarifas, oferecidas por fintechs. Os próprios bancos, inclusive, atribuem os fechamentos de agências à transformação digital. Por exemplo, o Banco do Brasil destacou, em nota enviada à imprensa, que “a distribuição da rede é avaliada de forma permanente, de modo a acompanhar as mudanças de hábitos dos seus clientes, considerando o avanço da tecnologia para a realização de transações através de meios digitais”.
Cidades ficam sem agências, abrindo caminho para fintechs
Apesar de os bancos considerarem que o atendimento físico é essencial, um levantamento da Zetta, associação criada pelo Nubank e Mercado Pago, constatou que 44% dos municípios do país não têm agências.
A ausência de agências, em algumas localidades, causa transtornos aos moradores, especialmente quando existem dificuldades de conectividade na região. Segundo reportagem de O Globo, o problema afeta inclusive o comércio destes municípios, uma vez que a população acaba indo para outras cidades para usar serviços bancários e nelas aproveita para fazer suas compras.
Porém, o BC e a Federação Brasileira dos Bancos (Febraban) argumentam que não há cidade no Brasil sem cobertura, já que existem postos de atendimento, correspondentes bancários, caixas eletrônicos, lotéricas e aplicativos. Além disso, segundo um relatório da Febraban, de 2021, os investimentos em tecnologia por parte dos bancos tradicionais cresceram 8% em 2020, com ênfase em soluções como Inteligência artificial, segurança cibernética e trabalho remoto.
Apesar dos bancos estarem tentando se modernizar, a tendência é de que, com a melhoria da conectividade e o avanço do 5G, as fintechs se tornem a solução para atender à população sem acesso às agências, mantendo a competição acirrada.